O prefeito de Senador Guiomard André Maia (PSD), preso preventivamente desde o dia 13 de dezembro durante a Operação Sarcófago, da Polícia Federal, sob a acusação de ter supostamente desviado mais de R$ 5 milhões dos cofres públicos, escreveu uma carta afirmando que a ação policial foi baseada em irregularidades e teve o então presidente da Câmara de Vereadores, Gilson da Funerária (PP), atualmente prefeito da cidade, como único denunciante. Maia está impedido de exercer a sua função por está preso.
Maia destacou que a denúncia de desvio de R$ 5 milhões não existe já que a prefeitura comprou somente R$ 1,4 milhões desde que assumiu a gestão municipal. Na carta que encaminhou a imprensa, André destacou que a renúncia do seu vice, Judson Costa (PPS) mostra como o presidente do parlamento municipal vem agindo “de forma espúria nos bastidores” e teve como principal objetivo chegar ao cargo de prefeito.
“Não posso provar no momento, mas é muito estranho o Judson que sempre quis ocupar o cargo de prefeito, simplesmente abdicar do mandato desta forma. É no mínimo incoerente. Judson sempre esteve de perto acompanhando o andamento da administração, conseguiu liquidar a folha no final do ano que era nossa principal preocupação e depois renúncia? Acho que não foi somente eu que fui gravado ilegalmente”, afirma o prefeito.
Ainda na carta, André Maia diz que o inquérito da Polícia Federal mostra claramente que houve orientação de polícias na forma do presidente da Câmara de Vereadores do Município agir. “Acho que um inquérito isento não poderia ser feito dessa forma, com orientação de policiais. Muito menos quando um delegado pede para que seja falsificada sua assinatura para continuar realizando as gravações da suposta investigação, como já foi comprovado por meio de áudio que vazou na imprensa”, ressalta Maia.
Para Maia, a Ação Civil Pública que a Prefeitura de Senador Guiomard entrou contra Gilson da Funerária por ter vendido por meio da empresa Funerária Santa Luzia mais de R$ 300 mil sem licitação em gestões anteriores gerou a perseguição a sua pessoa. “Interessante que no dia que Gilson foi notificado pela justiça a responder por ter vendido irregularmente os caixões para a prefeitura ele foi na Polícia Federal fazer a denúncia contra a minha pessoa e nossa gestão. A Ação Civil Pública só queria que o Gilson devolvesse os recursos que foram adquiridos sem os procedimentos legais, que acontece por meio do processo licitatório”, explica André.
“Depois que a prefeitura entrou com a Ação Civil Pública, o Gilson juntamente com o irmão do Judson, o policial José Araújo da Silva Costa começou a me perseguir. A montar investigação para saber o que eu fazia quando estava em Rio Branco. Investigação essa sem autorização judicial. Aliás, foi nessas supostas investigações que foi feita a investigação da Polícia Federal, simplesmente eles pegaram as informações colhidas pelo Gilson e Araújo irmão do Judson”, relatou o prefeito.
No final da carta, André Maia ressalta que o inquérito já foi fechado e que não ver motivos para estar ainda preso. “Estou sendo visto como o prefeito que desviou recursos públicos. Isso é um absurdo, a licitação era de R$ 5 milhões, mas isso não quer dizer que compramos este valor. Até porque quando o Tribunal de Contas do Estado identificou irregularidades na carona que nos pegamos junto com outras prefeituras cancelamos de imediato a licitação. O que a prefeitura até hoje pagou antes do TCE nos notificar foi somente R$ 1,4 milhões, tanto é que o desembargador derrubou essa denúncia. As unidades de saúde do município desde que assumi a gestão sempre teve medicamentos a vontade. Estou à disposição e logo que sair daqui irei fazer todos os esclarecimentos devido a população do meu município por meio da imprensa”, finalizou Maia.