O empresário José Adriano, presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), acusa interlocutores do recém-empossado governo Gladson Cameli (Progressistas) de fazer ingerências e pressões políticas no processo de eleição interna da entidade patronal. A revelação foi feita nesta sexta feira, 4, durante entrevista ao jornalista Roberto Vaz, no Bar do Vaz.
De acordo com ele, chantagens, ameaças e promessas de benefícios estariam sendo feitas por emissários do Palácio Rio Branco para que os industriais acreanos não apoiarem sua reeleição.
José Adriano diz que as provas das acusações seriam ligações telefônicas e diálogos em aplicativos de mensagens entre os empresários intimidados e os “mensageiros falando em nome do governo”.
“Eu estou falando de coisas muito graves mesmo, no aspecto de falarem em nome do governo oferecendo benefícios a empresários, intimidando empresários, ameaçando empresários com devassa fiscal, com vigilância sanitária nas empresas. Isso, para mim, é retaliação”, afirma ele.
A revanche seria por conta da eleição de José Adriano, no fim de novembro último, para a presidência do conselho deliberativo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Acre. Com o apoio dos irmãos Viana, o empresário derrotou o nome que teria a simpatia do então governo eleito, agora empossado.
Ele nega ingerências políticas na eleição do Sebrae, afirmando que sua escolha se deu a partir de rodízio realizado entre as federações patronais que possuem assento no conselho.
José Adriano afirmou acreditar que pessoas estariam agindo em nome do governo para interferir na eleição da Fieac, sem a autorização de Gladson Cameli. A votação está marcada para ocorrer no próximo dia 14. Ele tem como concorrente direto o ex-presidente da entidade João Francisco Salomão, que conta com o apoio palaciano.
A votação é feita pelos presidentes dos 10 sindicatos que representam diferentes segmentos da indústria local, como a construção civil, a moveleira e a alimentícia. Visto como favorito, José Adriano tinha garantido o apoio de ao menos oito votos. Desde o início das pressões dos “mensageiros do governo”,, afirma ele, dois empresários decidiram não mais apoiá-lo.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa do governador Gladson Cameli para comentar as denúncias, mas não houve retorno da solicitação até o momento.