2019 chegou e habemus novo governo e novo ciclo de poder. Aqui e alhures.
Mesmo com atraso de dois dias, vou tentar passar minhas impressões desse novo momento que conheço de observar de longe e algumas vezes quase de perto. Astígmata que sou, é possível que tenham distorções, mas sejam paciente. Este é um ponto de vista do meu olhar turvo.
Esta será a primeira e, provavelmente, última vez que falo sobre o assunto.
Confesso que é surpreendente chamar Gladson Cameli de governador. E surpreendente no melhor sentido da palavra. Conheço o cidadão Gladson tempo suficiente para dizer isso. O conheci em um longínquo pré-Réveillon em Cruzeiro do Sul quando seu tio Orleir Cameli nem era prefeito ainda.
Depois das apresentações de praxe, feitas ainda no aeroporto onde ele foi nos receber, nossa primeira conversa já girou em torno de política.
E ele logo me disse: eu vou ser governador do Acre!
Algo naquele menino sorridente e encantador me fez acreditar em suas palavras. Desde então tivemos muitas prosas – e muitas desavenças – sobre o tema.
Obviamente ele não disse aquilo em tom de segredo. Aliás, nunca fez segredo disso para ninguém. Pelo contrário.
O tempo passou, a vida nos afastou, mas o carinho permaneceu inalterado. Nesta terça, assistindo sua posse, sua família ao lado, seu pai, sua mãe, a esposa Ana Paula e o filho Guilherme, tios, irmãos e primos, lembrei-me de uma outra ocasião, um outro Réveillon, muito tempo depois que seu Orleir, seu tio e ex-governador por quem sempre manterei um apreço inestimável, deixou o Palácio Rio Branco.
Naquele Réveillon, ainda estávamos todos juntos, apenas uns poucos separados. Gladson reafirmou sua determinação em seguir na carreira política, mesmo contra a vontade da maioria.
E assim o fez.
Hoje é governador do Acre. Governador de todos os acreanos, como gosta sempre de repetir. Com ele carrega muitas responsabilidades, muita esperança contida e muitos desafios. Nem todos estão aqui para vê-lo no cargo mais alto do Estado. Nem todos podem compartilhar com ele deste momento tão especial.
Mas, Gladson, se posso te dizer algo aqui do meu cantinho, saibas que estamos todos muito felizes por você ter chegado onde chegou. Colocastes um alvo e o alcançou. Contra tudo e contra todos e, graças a Deus, com o apoio de muitos.
Os que já não estão aqui e nós que aqui estamos, te saudamos e te desejamos tudo de melhor. Não temos dúvidas de que vais combater o bom combate, guardar a fé e seguir os princípios que te foram ensinados por teu avô, teu pai, teu tio, teus mestres.
Sabe, houve um general que certa vez disse: “infelizmente, não podemos escolher a forma, mas podemos decidir como chegar lá para sermos lembrados como homens”, e que o que fazemos em vida “ecoa pela eternidade”. Que teu governo ecoe na memória do nosso povo como um governo de restauração e resgate do desenvolvimento do Acre. Para isso fostes forjado. Por isso lutastes desde a infância.
Te desejo um governo abençoado. Que durante ele e para sempre permaneçam em ti as virtudes mais importantes que um homem pode ter: Sabedoria, Justiça, Fortaleza e Temperança.
Governar, meu caro, é como viver. E “viver é também estar preparado para as situações difíceis.” Em momentos assim lembre-se da máxima do Gladiador: “Nada acontece a alguém que a natureza não o tenha preparado para aguentar!!” , além do fato de que “A morte sorri para todos nós; tudo que um homem pode fazer é sorrir de volta”, pois assim serás livre e poderás cumprir com tua missão. Meu desejo sincero é quem você dê ao povo “a maior visão de suas vidas”.
Você sonhou seus sonhos e agora está de olhos abertos para realizá-los. E se em algum momento a governança se mostre uma guerra, seja um Gladiador!
Para encerrar, não esqueças da frase mais importante de todas, aquela ao som da canção de Enya, que nos lembra que a liberdade é poderosa: “Meu nome é Maximus Decimus Meridius, comandante dos exércitos do Norte, general das legiões de Felix, servo leal do verdadeiro imperador, Marcus Aurelius…”
Um bom governo para ti e para todos os que te acompanham nesta jornada!
Carinhos meus,
Charlene.