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Servidores públicos estão desesperados com “terrorismo” sobre o 13º salário

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João Renato Jácome

Não é novidade que grande parte dos servidores públicos do Acre possui dívidas com bancos ou no comércio local. Tem ainda aqueles que recorreram aos agiotas acreditando que, recebendo o 13º conseguiria quitar as dívidas que possuem. Não contavam eles com o “terrorismo” que viveriam na última semana de 2018.


Sem o 13º na conta dos trabalhadores, os servidores começam a mergulhar num drama e no medo das consequências da não quitação dos compromissos por eles feitos. Pior que isso, temem entrar o longo mês de janeiro sem dinheiro e sem o pão de cada dia na mesa.


O governador do Acre, Sebastião Viana, prestes a deixar o posto por ele ocupado há oito anos, não fala muito sobre o 13º salário, e isso deixa os trabalhadores de orelha em pé. A servidora Ana Helena, da Secretaria de Saúde, é uma das trabalhadores que não receberam o salário extra.


“Estou há uma semana tomando remédio para dormir. Peguei dinheiro emprestado e o rapaz já está me ligando desde sexta, quando começou o pagamento. Se eu ficar sem o meu décimo vou ter que me esconder, porque quem empresta dinheiro quer receber, senão é juro sobre juro. Já estou ficando desesperada”, relata.


Na última quarta-feira, dia 26, o governador mais uma vez deixou os trabalhadores preocupados. Afirmou em uma publicação no facebook que já havia feito o pagamento do 13º de 17 mil servidores, mas não detalhou quem são ou onde atuam esses trabalhadores. E quem não recebeu teme que isso ocorra apenas em 2019.


O servidor da Secretaria de Educação, Paulo Silva, é um dos personagens desse drama. Ao olhar a conta bancária nesta quinta-feira, percebeu que não havia recebido o 13º, mas que a esposa dele, também ligada à pasta, já estava com o valor creditado em conta. A revolta é impossível de não manifestar, diz.


“Se o estado recebe os repasses pontualmente, por que é que não conseguem pagar todos os servidores? A prioridade de um governo é manter a máquina, e sem os servidores, isso não acontece. Décimo terceiro é um treze avos se reserva mensal, para não faltar dinheiro. Faltou planejamento e gestão com a coisa pública”, alega.


A aposentada Maria Inês Soares, de 64 anos, conta que trabalhou por mais de 30 anos no setor público e que até a manhã desta quinta-feira, não havia recebido o salário devido. “A gente se dedica anos e anos, e na hora de receber o nosso direito, não adiantou nada do que fizemos. É um descaso com a gente!”, reclama.


Segundo o Palácio Rio Branco, parte dos servidores já recebeu o salário que começou a ser pago no dia 21. Em coletiva no último dia 20, o governador explicou que o pagamento integral do 13º salário de todos os servidores dependerá do valor do repasse da última parcela do Fundo de Participação dos Estados (FPE), previsto para o dia 28.


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João Renato Jácome

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