Tenho acompanhado a transição no Governo do Estado depois de 20 anos de predomínio do PT. Pelas minhas observações enquanto alguns se esforçam para enxugar a máquina pública e tornar o Acre governável outros ainda continuam com uma velha mentalidade inspirada pela “Lei de Gerson” de levar vantagem em tudo. O problema é a situação que o novo Governo vai encontrar. As contas públicas não dão outra alternativa senão um corte profundo na própria carne. E isso obviamente que não agrada alguns políticos que pensam sempre em termos pessoais. Querem continuar exaurindo os cofres públicos para se beneficiarem. Só que dessa vez me parece que vai haver muito grito e ranger de dentes, mas a tendência será uma nova gestão enxuta. Não tem outro caminho. Afinal o propósito é garantir o bem estar da população. Se os cortes não forem feitos o Estado irá falir e as coisas que já estão ruins poderão ficar ainda piores. O governador eleito Gladson Cameli (Progressistas) numa recente conversa comigo se mostrava decepcionado com alguns “aliados” por continuarem a insistir na manutenção de um governo paquidérmico em que alguns políticos se beneficiam enquanto o povão sofre com problemas nas áreas essenciais do Governo como a segurança, a saúde e a educação.
Ponto delicado
Uma das regiões onde a ainda paira uma interrogação sobre o novo Governo é o Juruá. Justamente a terra do governador eleito. A pergunta é quem vai coordenar a gestão na região. Entre os aliados de Gladson existe um racha político evidente. Dependendo do grupo que ficará com a responsabilidade poderá se esperar mais gols contra do que a favor. Interesses políticos e pessoais poderão falar mais alto.
Afinado
Ao contrário do que muitos imaginavam o Gladson não terá problemas com o senador eleito Márcio Bittar (MDB). Ele tem se mostrado afinado com o novo Governo e anda mais preocupado em cavar espaços políticos para beneficiar o Acre junto ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Apoio essencial
A melhoria da gestão do prefeito Ilderlei Cordeiro (Progressistas) deve-se a ação técnica da chefe de Gabinete Ildelcleide Cordeiro, sua irmã. Neste final de ano a prefeitura de Cruzeiro do Sul conseguiu pagar precatórios que poderiam inviabilizar as contas do município e, consequentemente, a liberação de novos recursos.
Qualificada
Ildelcleide antes de trabalhar na prefeitura de Cruzeiro do Sul tinha um espaço privilegiado no Governo do Amazonas. Também é uma empresária da área de educação bem sucedida. Está trabalhando na gestão municipal para ajudar o irmão prefeito e não por necessidade de sobrevivência.
Caminhos abertos
A deputado federal Jéssica Sales (MDB) fez um ótimo primeiro mandato. Se firmar na sua própria personalidade terá ainda muito para crescer na política do Acre. Trabalhando no presente Jéssica projeta um futuro próspero. Com diplomacia e sem brigas políticas desnecessárias a deputada poderá se firmar como uma liderança política importante em todo o Estado e não só no Juruá.
Erro de cálculo
A questão do pagamento ou não do décimo terceiro salário do funcionalismo estadual é delicada. O problema é que alguns privilegiados já receberam a “bolada” enquanto outros continuam na aflição. Coisas do atual Governo do PT
que optou em ser mais político do que técnico. Não souberam equilibrar os dois extremos.
Quem sabe faz a hora
Se a prefeita da Capital Socorro Neri (PSB) continuar nesse ritmo de trabalho chegará em 2020 como forte concorrente à reeleição. Tem feito cortes essenciais na máquina pública expurgando agentes políticos e privilegiando os técnicos da gestão. Sem usar truques de marketing político, Socorro tem agradado a
população.
Mão na massa
Essa história de criar a personagem de super-gestor não funciona. De que adianta acordar de madrugada e não resolver os problemas cruciais do município? É preciso planejamento e inteligência para contentar a população nos
serviços essenciais. Ruas pavimentadas e recolhimento de lixo significam um avanço maior do que as mirabolantes estratégias de marketing.
Problemas menores
Acredito que as duas gestoras municipais da FPA, Socorro Neri e Fernanda Hassem (PT) de Brasiléia darão menos trabalho ao novo governador do que alguns prefeitos aliados. A gula por cargos e vantagens acaba colocando a política a frente da gestão. Gladson tem dito que vai trabalhar com todos os prefeitos indiferente dos partidos a que pertençam. E aqueles que derem menos dor de cabeça devem ser os mais ajudados.
Aquieta o facho
Espero que o governador Tião Viana (PT) não caia no erro de inaugurar o novo Pronto Socorro de Rio Branco nas condições em que se encontra. Um médico que trabalha na unidade de saúde me revelou que o prédio não tem rampas e nem elevadores adequados para as macas com pacientes. O esgoto foi construído próximo da cisterna de água que abastece todo o hospital. Isso tudo pode ser corrigido, mas é preciso de tempo.
Chuva de críticas
Quando se promove uma inauguração de uma obra pública sem as condições ideais, o tiro acaba saindo pela culatra. Ao invés de se colher os louros dos elogios acaba se afundando no lamaçal das críticas e insatisfações. Não é preciso pressa. Afinal uma obra pertencente ao povo e não à gestão A ou B.
Foco principal
O bem estar da população acreana deve ser a meta principal do novo Governo. Não é preciso se preocupar com a questão política no primeiro ano de mandato. Quem define o sucesso ou o fracasso de uma gestão é a população. Se as coisas estiverem indo bem fica mais fácil resolver as querelas políticas que certamente surgirão. É aquela velha história: quando o filho é bonito todos querem ser o pai da criança, mas se for feio ninguém quer.
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