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Dinheiro recebido em funerária foi principal prova para prender André Maia e operadores que desviaram mais de R$ 5 milhões

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Marcos Venicios

O presidente da Câmara de Vereadores de Senador Guiomard, Gilson da Funerária (Progressistas), do mesmo partido do governador eleito Gladson Cameli, foi o responsável por provavelmente sepultar a carreira política do prefeito da cidade, André Maia (PSD), também aliado do senador Sérgio Petecão.


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Maia foi preso nesta quinta-feira, 13, e afastado do cargo durante a Operação Sarcófago, da Polícia Federal por suposto desvio de verbas repassadas pelo Ministério da Saúde ao município. Junto com o principal gestor do município foram presos também preventivamente Deusdete Souza Cruz, secretário de Finanças, Estácio Parente do Santos, o Pregoeiro responsável pelas licitações, Wellington Maciel Soares, Controlador-Geral do município. e o advogado William Queiroz da Silva.


Gilson da Funerária foi o responsável por armar toda a situação mediante supervisão da Polícia Federal para acusar seu desafeto político, o prefeito André Maia. O presidente da Câmara é quem aparece em vídeo divulgado pela investigação de ter recebido R$ 4.700 na funerária em que é proprietário na cidade de Senador Guiomard.


Gilson gravou a entrega do dinheiro e repassou as imagens a Polícia, que dias depois do acontecido, encaminhou o caso ao Ministério Público Federal, que deu aval para a Justiça Federal autorizar a operação. Para comprovar o teor do repasse do “mensalinho”, Gilson fez uma ligação telefônica ao prefeito afirmando que estaria faltando R$ 300,00 do total do repasse combinado, que seria R$ 5.000,00. Durante as gravações, André Maia afirma que resolveria o problema e que houve “descaminho” com o restante do recurso prometido. A Polícia |Federal classifica Gilson apenas como testemunha do caso.


Com os presos, mais 14 pessoas e empresas são investigadas por terem supostamente conspirado no desvio de cerca de R$ 5 milhões de recursos públicos oriundos de convênio com o Ministério Saúde, assim como aconteceu no município de Capixaba, que durante a Operação Ícaro, em agosto de 2018, afastou o prefeito da cidade e secretários acusados dos mesmos crimes. As pessoas investigadas pela PF são os vereadores da base de sustentação do prefeito identificadas como Magildo Lima, Pastor Dioclécio Uchoa,


Cleilton Nogueira Cavalcante e Francisquinha do PT. Todo os parlamentares citados tiveram suas residências alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal e foram encaminhados a Sede da PF para prestar depoimento. Logo em seguida, todos foram liberados.


As empresas investigadas por supostamente estarem ligadas ao esquema de desvio são a MR Distribuidora, FLP Gadelha importações e exportações, Bioar, MGL Moura ME, Alisson da Silva ME e M de Souza Lima ME. Entre os demais investigados está a esposa do pastor Pedro Abreu, líder da Assembleia de Deus, Gloria Maria Costa. Os demais citados são a Secretaria de Educação do Município, Francisca Márcia Holanda, James Vinicius Cunha Queiroz e o advogado Erinton Santos.


OPERAÇÃO

As investigações das operações deflagradas iniciaram no município de Capixaba, a partir de denúncias de desvio de recursos públicos na Prefeitura Municipal. A fase inicial da Operação ÍCARO, ocorrida no mês de agosto, afastou o prefeito de Capixaba e outros servidores públicos da administração municipal. Com a evolução das investigações, percebeu-se que algumas empresas também operavam no município vizinho, em Senador Guiomard, e que poderia haver ligação em operações irregulares entre as prefeituras.


Segundo a Polícia Federal, o esquema investigado baseava-se na compra de favores e apoio político, envolvendo empresários regionais, funcionários públicos, advogados e vereadores de Senador Guiomard e região. Verificou-se ainda que licitações estavam sendo fraudadas, mediante o direcionamento das contratações e superfaturamento de aproximadamente R$ 5 milhões. Visando recuperar as verbas desviadas, a justiça autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores de aproximadamente R$ 1,2 milhão do prefeito.


Há indícios da existência de um “mensalinho” no valor de 3 mil reais para os 6 vereadores da base aliada da atual administração municipal, cujo objetivo era a compra de apoio político na câmara do município. Também foi constatado o enriquecimento ilícito de funcionários do alto escalão, em face da existência de bens e transações em nome de “laranjas”.


Foram realizadas buscas na Prefeitura, na Câmara Municipal de Senador Guiomard, nas residências e empresas dos políticos e empresários envolvidos, onde foram apreendidos documentos, mídias e valores. Todos serão interrogados nesta manhã na sede da Superintendência da Polícia Federal em Rio Branco/AC.


Na segunda fase da operação de Capixaba, a ÍCARO, comprovou-se o pagamento de propinas ao prefeito afastado, inclusive uma lancha que lhe foi presenteada por um dos empresários investigados. Os vereadores investigados de Capixaba também foram beneficiados com o pagamento de despesas médicas para seus familiares em troca de apoio político.


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