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Um pesto de jambu, peixe crocante, risoto com camarão e a alquimia Amazônica

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Socorro Moreira Jorge, a senhora soberana do Restaurante Point do Pato é uma dessas raras pessoas que sempre faz diferença quando entra na cozinha. Não importa se para fazer um sofisticado Pato ao Tucupi legítimo – sim, meu caro leitor, há que ter muito conhecimento para fazer um Pato ao Tucupi e Socorro domina essa arte como poucos – ou para um simples, mas nem tão simples assim, arroz com ovo, ela literalmente arrasa no fogão. Impossível não ficar com gostinho de quero mais.


Há alguns anos, depois de ser celebrada por todos por seu maravilhoso pato e rabada ao tucupi, além de outras delícias da típica culinária regional que lhe renderam várias recomendações em publicações nacionais de renome, Socorro passou a experimentar pequenas misturas para criar pratos com a cara e o sabor do Acre e da Amazônia, mas de uma forma muito sua. Veja bem, não se trata de gourmetizar o nosso bom e velho feijão com arroz e carne de sol, muito menos a rabada ou pirarucu de casaca.


Nada disso!

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Socorro não é dessas. Seu negócio é comida boa, saborosa e, claro, harmonizada. Melhor que comer no Point só comer no Point ao som de Ademar Galvão. Isso é o Acre, mores!!


Pois bem…



Nas suas experiências e experimentos, Socorro Moreira Jorge vai avançando e nos fazendo apaixonar cada vez mais pelos temperos e cores da gastronomia local. Sua mais nova criação tem o singelo nome de “Peixe Baixa da Égua”. Se aclame e não se assuste com o nome. Afinal, a baixa da égua pode ser bem ali ou “láculá”, como diz o seringueiro. E se você experimentar a nova receita do Point, acredite, vai amar.


Deixa-me te explicar.


O prato é composto por uma gama de sabores deliciosos. Começa com um arroz de jambu, tucupi e camarão, um risotinho delícia que a gente já conhece bem como ela faz. Acrescente-se a ele um pesto de jambu, cama de feijão manteiguinha e um peixe grelhado na manteiga com ervas e recheado com legumes e por cima lasquinhas de coquinho de Ouricuri. A junção de tudo isso é uma explosão de sabores suave e ao mesmo tempo inesquecível.


O prato é leve, apesar do feijão, do camarão e do pesto. Ressalte-se que o pesto é levíssimo. Não é gorduroso e nem tem aquela predominância do sabor típico do jambu. Pelo contrário e talvez seja isso que o faz tão especial. Quando o unimos à delicadeza do arroz , a força do jambu e do camarão no risoto, aliado ao sabor exótico do Ouricuri, ele ganha corpo e forma. É delicioso.


Também vale muito a pena unir essa delicadeza do pesto à nobreza do Filhote de rio e do tradicionalismo feijão manteiguinha (acho que cozinhado na água com pouquíssimas ervas e temperos tradicionais do feijão que nossas mães fazem tão divinamente). Aqui o pesto fortalece a crocância do peixe grelhado e o faz ainda mais robusto em parceria com ervas de seu recheio. É uma experiência incrível e difícil de descrever. Só mesmo experimentado para saber.



Na segunda-feira, 10, junto com um grupo de colunistas sociais, empresários que estão participando do Festival de Gastronomia do Sebrae e o casal Eliézer Silva e Mercedes Lavocat Barbosa, pude me deleitar com a nobreza dos temperos da cozinha do Point. Confesso que sai de lá com gosto de quero mais e uma vontade de voltar.


Para vocês terem uma ideia de como estava bom, basta dizer que sou alérgica a camarão e, apesar disso, me preparei psicologicamente para tomar um antialérgico ao chegar em casa – o que fiz – e caí dentro dos sabores e temperos preparados pela Socorro. E se me perguntarem, “Charlene e o que fizestes com a alergia?” Respondo-vos sem culpa: mandei à baixa da égua!


Bom dia, boa tarde, boa noite!!!!

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Se me ausentar, vocês já sabem o motivo!!!


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