Atividade econômica que até a primeira metade do século passado foi o símbolo de pujança no Acre, e que entrou em decadência após o plantio de seringais de cultivo na Ásia, a extração do látex voltou a ser uma opção de renda para as famílias dos vales do Juruá e Tarauacá/Envira. Seringueiras nativas espalhadas pela floresta são “riscadas” novamente após três décadas de completo abandono da produção de borracha nesta região da Amazônia.
O retorno foi possível graças ao trabalho da organização não-governamental SOS Amazônia, que desde 2015 desenvolve o projeto Valores da Amazônia com famílias extrativistas do Vale do Juruá, no Acre, e dos municípios do sul e sudoeste do Amazonas. Por meio destas atividades, a ONG tenta mostrar que é possível gerar desenvolvimento econômico, mantendo a floresta em pé.
A extração do látex se soma à gama de produtos não-madeireiros já explorados de forma sustentável por comunidades ribeirinhas e indígenas, como óleos e gorduras vegetais, a coleta de cacau silvestre, mais a produção da agricultura familiar de baixo impacto ao ambiente.
Financiado pelo Fundo Amazônia, o Valores da Amazônia trabalhou com três diferentes cadeias econômicas: a de óleos vegetais, a do cacau silvestre e a da borracha. O projeto visa fortalecer nove cooperativas e seus cooperados para aperfeiçoarem e padronizarem a exploração de produtos florestais não-madeireiros.
Destas nove cooperativas, apenas duas trabalhavam com a borracha em 2015: a Cooperativa Agroextrativista de Tarauacá (Caet) e a Cooperativa de Produção e Comercialização de Produtos Agroextrativistas de Feijó (Cooperafe), ambas no Acre.
O resultado deste investimento foi um salto na quantidade da borracha comercializada, saindo de oito toneladas há três anos, para fechar 2018 com 40 toneladas, o que renderá aos extrativistas uma receita de R$ 351 mil.
Até antes do Valores da Amazônia, os extrativistas tinham na extração de óleos vegetais seu principal carro-chefe. A produção de óleo e gordura a partir de frutos como o murmuru, o buriti, o açaí, a andiroba, o patoá e o tucumã envolvia 180 famílias em 2015, estando agora em mais de 600.
Os investimentos resultaram no aumento da produção de oleaginosas de oito para 22 toneladas em três anos. Foi registrado aumento até mesmo no valor de sua comercialização: Se em 2015 o mercado pagava R$ 17 pelo quilo da gordura do murmuru, esse valor chegou a R$ 30.
O buriti saltou de R$ 22 o quilo para R$ 50. “Ainda não é o valor ideal, mas já houve uma evolução significativa em relação ao preço comercializado”, diz Adair Duarte, técnico da SOS Amazônia que acompanhou de perto, junto com as comunidades, o desenvolvimento do Valores da Amazônia.
Segundo ele, as causas para essa valorização se deram sobretudo nas ações de capacitar e qualificar os extrativistas com práticas adequadas no manejo dos frutos e sementes da floresta. A compra de equipamentos e a construção de estrutura básica para beneficiamento e armazenamento da produção agroflorestal também foram incluídas.
A depender da qualidade, o valor do quilo pode chegar a R$ 30. Em 2019 as famílias vão colher a segunda safra, estimada em duas toneladas – uma a mais do que 2018.
Além de preço e comprador já garantidos, tanto o cacau quanto os óleos estão com certificação orgânica internacional para entrarem nos seletos mercados da Europa e dos Estados Unidos.
No último sábado, 17 de novembro, a cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, comemorou…
Mais da metade das pessoas que se autodeclararam pardas no Brasil não se identificam como…
O rio Acre em Rio Branco apresenta vazante neste domingo (24), mesmo com as chuvas…
Neste domingo (24), o tempo será instável em todo o Acre, com previsão de chuvas…
A galeria de fotos do ac24horas, capturada pelos fotojornalistas Sérgio Vale e Jardy Lopes, retrata…
Qual o legado político oferecido por Flaviano Melo? Primeiro, é preciso fazer algumas delimitações quase…