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A eventual partilha política do Governo seria ruim à nova gestão do Acre

Por
Nelson Liano Jr.

Em tempos do governador eleito anunciar as nomeações do seu secretariado ao próximo Governo do Acre acho natural a geração de desconfortos entre os seus aliados políticos. Afinal muitos se sentem diretamente responsáveis pela vitória de Gladson Cameli (PP) nas urnas. Assim querem participar da “partilha” através dos nomes que lhes parecem mais convenientes. Mas é importante que haja limites nesses anseios. Como me disse uma fonte próxima do Gladson, o Governo não pode se transformar numa “casa de caridade” para resolver o problema de “emprego” das pessoas com o critério da filiação partidária. Esse mesmo personagem fez uma reflexão de que o povo do Acre anseia por mudanças e que se forem repetidos os velhos sistemas a transformação esperada não acontecerá.


Gerar oportunidades
O Governo deve se preocupar em dotar o Estado de toda a infraestrutura necessária para que se torne atrativo para investimentos externos. Os empregos precisam ser gerados pela inciativa privada porque obviamente não existem postos suficientes para todos no serviço público.


Harmonia
A máquina que vai governar o Acre precisa estar harmonizada internamente. Se houverem conflitos de interesses os problemas aparecerão. As disputas internas geram crises que demandam tempo para serem solucionadas e causam estragos. Enquanto se poderia estar realizando ações em benefício da população se perde um precioso tempo em aplainar egos e vaidades.


Espírito colaborativo
Quem faz parte de uma equipe deve entender a filosofia do trabalho desenvolvido. Cada um criando e compartilhando ideias para se encontrar as soluções que beneficiem a população. Se o propósito de alguém que integra a equipe for individualista estará remando por conta própria. Assim certamente o barco não vai fazer a travessia para alcançar o seu objetivo e ficará dando voltas em torno de si mesmo.


Questão de foco
O objetivo de uma gestão pública é proporcionar bem estar e oportunidades para os moradores do Estado. É preciso desapego dos próprios desejos e vaidades pra poder trabalhar em prol da coletividade. Se não for assim certamente poderá surgir uma “guerra interna” que acabará por afetar a quem verdadeiramente se destina um governo ou uma gestão.  


Sem ilusões
Obviamente que não acredito que o próximo Governo será um mosteiro de monges. As confusões e embates políticos acontecerão naturalmente. Mas é preciso que cada um recolha um pouco a ambição para ajudar o todo. Senão vai virar um “inferno” e o projeto inicial irá se descaracterizar.


O outro lado
Agora também é importante que quem esteja no comando do Governo ouça os aliados. Sobretudo, saiba discernir entre os conselhos e ideias que são colaboracionistas das simples pretensões pessoais em benefício próprio.


Perigo na esquina
É importante que os membros do próximo Governo não pensem e nem ajam assim: “Se não for do meu jeito então não quero saber de nada”. É preciso paciência para dialogar e chegar a um denominador comum. Dessa forma as coisas andarão com mais facilidade.  


Veneno puro
Outra questão importante é o “mar de fofocas” e de “puxa-saquismo” que podem atrapalhar o propósito maior de uma gestão. O governador e os seus secretários devem dar valor a quem fala a verdade e não a elogios vazios ou mentiras plantadas. Fofocas e puxa-saquismos são dinamite pura.    


Filme repetido
Nós já assistimos a esse filme. Secretarias de Estado distribuídas atendendo aos anseios dos partidos. Políticos cobrando o preço do apoio em eleições, pedindo cargos conforme as conveniências das suas bases e, como consequência, uma gestão que não agrada a população. Portanto, o grupo que ganhou o Governo do Acre deve prestar muita atenção nos próximos passos a serem dados. Os “aliados” devem escolher entre uma gestão eficiente ou a satisfação de projetos políticos pessoais. Acredito que no primeiro caso todos ganham. Mas se priorizarem a distribuição conveniente de cargos o próximo Governo terá vida curta. Não adianta “empregar” apaniguados partidários deixando, por exemplo, a saúde e a segurança pública um caos. Se assim acontecer a fatura virá nas próximas eleições e todos perdem.   


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Nelson Liano Jr.

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