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Gladson Cameli: “ninguém pense que vai me manipular”

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Foi uma conversa longa semana passada num voo da companhia GOL no trecho Rio Branco-Brasília. Sentamos juntos e fomos papeando ao ronco do moderno Boeing 737 800. Já tinha tido com o Gladson Cameli várias conversas desde que era deputado federal. A impressão que passa agora é de uma pessoa mais madura, segura, e convicta que vai receber um Estado quebrado e endividado. E que não há espaço para errar. “A questão é que muitos estão pensando que sou um menino e vão me manipular na composição da minha equipe de governo, vão se enganar. O governador sou eu”. Gladson não abre mão de que os nomes que comporão o seu secretariado sejam de técnicos de comprovada capacidade. Ressalva que, nada impede que um técnico não possa ter ações políticas. Falamos sobre a mídia, sobre eleição na ALEAC, situação financeira do Estado, da sua cota de indicações pessoais, e deixou um aviso duro: “não vou entregar secretaria de porteira fechada para nenhum partido, não adianta insistirem. Tenho que pensar em todos os que me apoiaram”. Alguns tópicos da  conversa:


SECRETARIAS
Gladson Cameli trabalha para reduzir o paquiderme estatal lotado de militantes do PT, a maioria sem qualificação para desempenhar as suas funções. Disse que no seu desenho deve deixar apenas 10 secretarias ou no máximo 15. Os órgãos ociosos serão extintos na reforma política, que está no seu fechamento e será enviada à ALEAC logo após a sua posse.


ELEIÇÃO NA ALEAC
Embora diga que não pretende se meter na eleição da próxima mesa diretora da ALEAC, citando que pediu aos candidatos do seu partido, o PROGRESSISTA, que se entendam, deixou no ar uma simpatia pela candidatura à presidência do deputado Nicolau Junior (PROGRESISTA). E deve ser ele o escolhido para o cargo no momento mais delicado do Legislativo.


COTA PESSOAL
Há secretarias cujas indicações serão da sua cota pessoal. São elas: Gabinete Civil, Imprensa, DETRAN, Secretarias de Saúde, Fazenda e Obras. Gladson Cameli já anunciou alguns secretários destas pastas: Ribamar Trindade (Gabinete Civil), Silvania Pinheiro (IMPRENSA) e Thiago Caetano (OBRAS). Foram escolhas pessoais e estarão fora das discussões com os partidos.


IMPASSE NO PLANEJAMENTO
Para o Planejamento Gladson Cameli trabalha com a hipótese de indicar a engenheira Maria Alice para a pasta. O impasse é que a cúpula do MDB não quer que, o seu nome seja incluído no espaço no governo a ser distribuído aos peemedebistas. “Ela não é do MDB?”, indaga.


COMPANHIA DE SELVA, JAMAIS!
Gladson Cameli voltou a refutar com veemência a continuidade, mesmo que temporária, da conta de publicidade do governo ficar, mesmo num período temporário, com a Companhia de Selva, que trabalha para o PT desde o governo do Jorge Viana. São 20 anos de simbiose.


EXIGÊNCIA TÉCNICA
Logo após receber o relatório do Tribunal de Contas do Estado com a real situação econômica do Estado, previsto para amanhã, Gladson Cameli deve marcar a data para uma reunião com os partidos para indicarem nomes a compor o restante da sua equipe de primeiro escalão. Mas deixará advertência de que os nomes que não sejam técnicos serão rejeitados.


PRATOS LIMPOS
Outro ponto do qual o governador eleito Gladson Cameli promete não abrir mão é de convocar a imprensa para mostrar a real situação de como encontrará todas as secretarias do Estado. Quer se precaver para que no Futuro o PT venha dizer que entregou o Estado no azul.


RAIO-X DA SAÚDE
Notei na conversa com o futuro governador Gladson Cameli uma preocupação com o caos que se instalou no fim do atual governo petista no sistema estadual de Saúde. Está no seu plano contratar uma equipe do Hospital “Albert Einstein”, referência nacional de qualidade, para um diagnóstico completo de todo sistema, o que servirá de norte ao futuro gestor da pasta.


UM COMENTÁRIO
Vou inserir um comentário na questão da Saúde. Mas para dar conta do recado tem que ser um gestor firme, experiente, porque é o maior abacaxi da herança do PT. O nome que estaria sacramentado é o do dentista Alysson Bestene. Um nome limpo, da área, mas precisará ao seu lado de assessores mais experientes com a gestão. A Saúde é o maior abacaxi que o novo governo terá que descascar. A Saúde sempre é a vitrine de um governo mais apedrejada.


SEGURANÇA PÚBLICA
A Segurança Pública terá todo o seu comando indicado pelo vice-governador Major Rocha, o que é um acerto do tempo da campanha. A segurança é outro calo do futuro governo.


OUTRAS NOTAS


As notas que se seguem foram colhidas após meu retorno das breves férias, com outras fontes e não passaram pelo Gladson Cameli. A coluna tem a informação de que o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, ficará como secretário especial para o Vale do Juruá.


UM ESTADO COM DOIS GOVERNADORES
O único problema seria que, além do cargo de secretário especial, Vagner Sales, estaria exigindo indicar todos os cargos estaduais no Juruá. Caso seja aceito, passaremos a ter dois governadores: um de Tarauacá até Assis Brasil, no caso o Gladson Cameli; e o outro, seria o governador do Juruá, na pessoa do Vagner Sales. Seria a quebra da espinha dorsal da autoridade. A pergunta que se faz: apenas o Vagner ajudou o Gladson na eleição no Juruá?


LEALDADE AO VAGNER
Caso o governador eleito Gladson Cameli entre nesta roubada mostrará fraqueza. Os que foram indicados pelo ex-prefeito Vagner Sales se reportarão diretamente a ele. Lógico!


JOÃO CORREIA
É um dos nomes apresentados pelo PMDB dentro da cota do partido e a indicação tem a benção, principalmente, do ex-prefeito Vagner Sales.


NÃO VIRAM O TERÇO
Alguns dos nomes escolhidos para futuros secretários no governo Gladson Cameli ainda nem tomaram posse e já andam dando chiliques com críticas nas redes sociais. Não viram da missa o terço. Acordem! Agora são vidraças! Não pensem que serão imunes a serem criticados. Serão cobrados e muito porque foram escolhidos para mudar a baderna estatal. Sem beicinho!


NÃO HAVERÁ DESCULPAS
Aos que pensam que vão ocupar um cargo de secretário num Estado pequeno e pobre como o Acre e acham que serão empossados presidentes dos EUA, estão enganados com a cor da chita. Da parte desta coluna não haverá nenhum tipo de amaciamento para nenhum deles. O fato de não ter nenhum vínculo com o futuro governo me deixa livre para as críticas, como faço em relação ao atual. Os governos passam. Nunca vou dizer que tudo está certo sem estar.


SEGUNDA PESSOA
Anotem: a segunda pessoa da futura secretária de Imprensa Silvania Pinheiro, será o ex- assessor do deputado Ney Amorim, jornalista Rutemberg Crispim. Seria o encarregado dos textos dos atos dos quais o futuro governo participar. Rutemberg está hoje no TCE.


UM DUDÉ PARA CHAMAR DE MEU
A deputada Eliane Sinhasique (MDB), cotada para assumir a secretaria dos Pequenos Negócios, defende que à pasta se junte a secretaria de Turismo e com um departamento de eventos. No setor de eventos quer pôr o promotor de festas e afilhado, Hamilton Brito. Seria o seu Dudé.


OS BÚZIOS DO RAIMUNDINHO
O deputado Raimundinho da Saúde (PODEMOS) assumiu ontem o papel de Babalorixá, jogou os seus búzios e previu: “alguns que compraram votos para se eleger vão ser condenados pela justiça eleitoral e não conseguirão assumir um mandato nesta casa (ALEAC)”. E se calou.


NÃO CONTARIA
Fosse o deputado Raimundinho da Saúde (PODEMOS) assimilava a derrota e não apostaria numa condenação imponderável de nenhum dos deputados eleitos pelo PODEMOS. A eleição se perde e ganha nas urnas e não no tapetão.


APENAS EM REPEITO
Nada contra. Vou dar a nota apenas em respeito aos leitores que entupiram a minha caixa de e-mail com críticas à possível escolha do ex-integrante do gabinete do governador, Cícero Furtado, para assessorar o Thiago Caetano: “foi uma indicação do Pastor Agostinho da IBB”, diz três dos e-mails.


MAIS PRÓXIMO DO BOLSONARO
O deputado federal Alan Rick (DEM) é da bancada federal acreana o mais próximo do futuro presidente Jair Bolsonaro, tem trânsito livre no círculo mais fechado do homem. Foi aliado de primeira hora. E ambos têm algo em comum quando se trata de pautas na defesa da família.


ÁREA DA PRODUÇÃO
Para anotar e conferir posteriormente: o setor de produção do Estado ficará na cota de indicações do senador Sérgio Petecão (PSD). A conversa inicial foi travada com o futuro governador, mas ainda não se falou em nomes. Solino? Jairo Carvalho? Fica a pergunta


PARA NINGUÉM
O MDB estaria exigindo a secretaria de Educação de “porteiras fechadas” e gerou um impasse porque o governador eleito Gladson Cameli não aceita criar uma capitania no seu governo.


TRATO DA COERÊNCIA
O líder do governo, deputado Daniel Zen (PT), anunciou ontem na ALEAC que todos os projetos que chegarem na Casa serão fruto de uma discussão anterior entre as equipes de transição do atual governo com o próximo. Uma boa medida porque impede os impasses nas votações.


VIÉS IDEOLÓGICO
Para o deputado federal Alan Rick (DEM), o responsável pelas negociações que permitiu aos brasileiros formados na Bolívia para atuar no “Mais Médico”, Cuba deu à questão dos médicos cubanos um viés ideológico. Lembrou que o programa estipula que somente poderia haver uma ação de intercâmbio na saúde, como no caso dos médicos cubanos, numa excepcionalidade e não por uma regra geral como fez o PT. Alan diz que os médicos brasileiros estão vibrando com a medida anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro de acabar com o convênio e que as vagas deixadas pelos cubanos serão supridas por brasileiros.


MAKTUB
Já assisti finais de governos melancólicos, mas dentro da oposição. Mas pela primeira vez nos últimos vinte anos o PT prova deste veneno, com um final dos mais melancólicos do atual governador. Acossado por todos os lados por dívidas, obras inacabadas, baixa popularidade, e sendo o responsável pela derrota mais esmagadora que o PT já sofreu nas urnas, no Acre. O Jorge Viana (PT) saiu do governo em alta. O Binho Marques (PT) também deixou o governo sem desgaste. O governador, que vive os últimos dias de sua gestão está saindo muito mal na fita. E até criticado pelos ocupantes de cargos de confiança que teve de demitir. O seu problema maior foi de achar que só podia resolver tudo. Sairá com poucos amigos. Maktub!


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