O promotor de Justiça Bernardo Albano, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual, disse durante o “Fórum de Segurança Pública: um direito fundamental do cidadão”, no auditório da Firb/Faao, que o atual sistema criminal está “absolutamente falido” e “não é suficiente para o enfrentamento das organizações criminosas”.
“A gente não consegue ultrapassar essa crise sem envolver a comunidade. O nosso sistema criminal está absolutamente falido. Ele não é suficiente para o enfrentamento das organizações criminosas. Precisamos reforçar a polícia técnica.”
O promotor salientou que os “mecanismos de isolamento das lideranças de facções criminosas” é necessário e que é preciso “vencer a burocracia” para combater o crime.
Em sua palestra, ao falar sobre as facções criminosas Comando Vermelho, PCC e Bonde dos 13, facção criminosa local, ele afirmou que
“estamos caminhando em passos muito rápidos para ter estrutura de máfia italiana. Hoje, o que se busca é a entrada na estrutura de Estado”.
O promotor detalhou os modos de operação das facções criminosas do Acre, especialmente a partir de 2015 quando teve início os atentados a prédios públicos e ônibus. Para Bernardo Albano, esses ataques foram “uma espécie de 11 de setembro” no Acre.
Bernardo Albano citou a Operação Fim da Linha que culminou na prisão de 165 denunciados. 12 deles já haviam sido presos quatro vezes em apenas um ano.
“Nenhuma polícia no mundo pode ser eficaz se tiver que prender mais de quatro vezes a mesma pessoa em um ano”, afirmou o promotor.
O evento teve início nesta segunda-feira, 19, e encerrou nesta terça-feira, 20, e contou com as presenças de advogados, estudantes, magistrados, servidores da Segurança Pública, membros do Ministério Público e assessores.