A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Acre (Adepol/AC) lançou um inédito edital para formação de lista tríplice para escolha dos candidatos ao cargo de secretário de Polícia Civil do Estado.
A categoria quer que o governador eleito Gladson Cameli escolha o próximo chefe do setor a partir dessa lista.
Três delegados, já escolhidos pela classe, estão na lista e integram o processo eleitoral: Fabrizzio Leonard Sobreira, Alcino Ferreira Júnior e Sérgio Lopes.
O voto ocorre por meio de cédulas e é depositado em uma urna localizada em uma das salas da sede da Delegacia de Flagrantes, na Estação Experimental, em Rio Branco. Apenas delegados que estão na ativa, um total de 58, podem votar.
O ato não está previsto em lei. Por isso, a lista é informal e seria mais uma sugestão da classe do que uma imposição ao próximo governador.
O presidente da Adepol, delegado Cleiton Videira, lembra, entretanto, que diversos Estados do país seguem esse modelo de escolha, entre eles, Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo, Mato-Grosso e Rondônia, o Estado vizinho que acabou de aprovar uma lei estadual que obriga a nomeação do chefe da Polícia Civil por meio de lista tríplice.
Apesar da boa intenção, a a lista informal acabou gerando boatos de que os delegados que compõem a lista são ligados ao ex-secretário de Polícia Civil, Emylson Farias, e por tabela ao atual governo, o que geraria um certo desconforto ao governador eleito Gladson Cameli na hora da escolha, já que cargos de secretário de Estado são indicações de natureza política.
O delegado Cleiton Videira afastou qualquer contaminação político/partidária do processo. Ele afirma que o objetivo é manter o setor fortalecido e minimamente independente.
“Se buscou dentro de todo o Brasil um norte de como seriam realizadas essas eleições por listas tríplices e dentro disso foi estabelecido critérios para escolha, para que delegados integrantes da carreira de polícia pudessem participar desse pleito eleitoral. Tanto é que nós nos reunimos com o candidato à época Gladson Cameli e informamos que a entidade é apartidária.”
Lista tríplice gera legitimamente, diz delegado
O edital possui exigências para candidatos. Estão aptos delegados com no mínimo seis anos de atividade, maiores de 35 anos e quem não possui condenação criminal transitada em julgado e por improbidade administrativa por sentença irrecorrível nos últimos cinco anos.
O delegado Rodrigo Noll, presidente da Comissão Eleitoral, acredita que a eleição gera legitimidade para a escolha do novo secretário.
“Por conta de ser um eleição feita pelos delegados com uma lista tríplice escolhida por todos os delegados que estão na ativa, isso já gera uma legitimidade para os três nomes escolhidos e facilita muito o processo de escolha do governador, se ele assim entender de acatar a lista tríplice, porque já vão ser três nomes escolhidos pela classe que gozam desse respeito e já possuem liderança. Iniciar um processo de mudança que o Estado vai passar, tendo três nomes indicados pela classe, já começa muito melhor do que de repente escolher um nome que não seja as primeiras escolhas da classe”