A coluna tinha dado em primeira mão que o anúncio aconteceria. É ontem foi a primeira a dar oficialmente a notícia. Enfim, o que era esperado da comédia pastelão, que foi a participação do PT na última eleição no Acre, aconteceu: o deputado Ney Amorim saiu de malas e cuias do Partido dos Trabalhadores, onde militou por longos anos e cujo pai Josué Amorim, foi o primeiro vereador da sigla na Câmara Municipal de Rio Branco. A cúpula petista foi protagonista na eleição deste ano de uma série de trapalhadas políticas, que culminaram com a perda do governo, da vaga de senador e das três vagas de deputado federal. A arrogância não deixou os cardeais do PT fazer uma análise fria do novo momento eleitoral. Achavam que a eleição já estava ganha e cometeram a burrice de sair com dois candidatos a senador, na certeza que elegeriam os dois. Não avaliaram que o atual governo tinha um alto desgaste popular e que redundou numa onda anti-PT avassaladora. O PT, outrora poderoso, saiu da eleição como um partido nanico, com apenas dois deputados estaduais. A saída do Ney Amorim do PT começou a se desenhar no momento em que o governador, e por ordem dele os seus s secretários, partiram para destruir a sua candidatura e jogar todo o peso da máquina para reeleger o senador Jorge Viana. Não combinaram com o eleitor. Nem mel e nem cabaça. Morreram abraçados. Depois deste episódio da operação detona o Ney, deixou de haver espaço para ele e os irmãos Vianas no mesmo partido. O PT, que saiu pequeno da eleição, encolhe mais ainda com o adeus do deputado Ney Amorim (PT). E junto com ele levará um numeroso grupo de aliados petistas.
NÃO FOI O ZÉ DAS COUVES
O dirigente petista Cesário Braga tentou minimizar a saída do deputado Ney Amorim (PT), numa nota em que diz ser o PT maior do que os que o abandonam. Acontece é que o Ney não é nenhum Zé das Couves, teve mais de 100 mil votos com a máquina do governo contra ele.
RUMO INDEFINIDO
O deputado Ney Amorim adiantou que por enquanto não vai se filiar em nenhum partido e que só pensará no assunto adiante. Há a possibilidade de vir a se filiar com o seu grupo a um partido pequeno, aonde possa sentar na cadeira e não ter ninguém que peça para levantar.
CHUVA DE CONVITES
Ney Amorim recebeu uma chuva de convites de grandes partidos para se filiar. Até do futuro governador Gladson Cameli, que o chamou para entrar no PROGRESSISTA. Difícil que aceite.
NÃO TEM OUTRO CAMINHO
A prefeita Socorro Neri, a única que saiu incólume do desastre da FPA, por não transformar a PMRB em curral eleitoral, não tem outro caminho ao não ser acabar com o aparelhamento que o PT fez na máquina municipal, cortando cargos graciosos se não quiser afundar a sua imagem.
CUSTO BENEFÍCIO
É natural que dirigentes partidários se insurjam com a perda de espaços que tinham na gestão do prefeito Marcus Alexandre, mas isso não vai lhe desgastar, serão reações isoladas, a prefeita Socorro tem de ficar bem com o macro, com o povo. Novos tempos, novas práticas.
MOSTROU-SE FALIDO
O sistema de dar cargos graciosos para dirigentes partidários, líderes comunitários, politicamente, mostrou-se falido na última eleição, a prova é que o ex-prefeito Marcus Alexandre (PT) sofreu uma fragorosa derrota em Rio Branco. Cadê o voto dessa turma?
IMAGEM DE SERIEDADE
O que tem mantido a prefeita Socorro Neri com uma boa imagem perante a população é o seu trabalho de qualidade nas obras pela cidade e o fato da sua imagem popular ser o de uma gestora séria e que não transforma a máquina pública num convescote de afilhados políticos.
DEPÓSITO DE DERROTADOS
Mas, no momento em que transformar a PMRB num depósito de derrotados na última eleição, a prefeita Socorro Neri pode ficar na certeza que a sua imagem desabará para impopularidade.
NADA DO ALARMISMO PREVISTO
Os que apostaram que o futuro presidente Jair Bolsonaro seria um desastre e que não teria a capacidade de montar uma boa equipe de ministros, nesta primeira mexida das pedras no tabuleiro do xadrez político, perderam a aposta. Bolsonaro tem mostrado muita habilidade.
JOGADA DE MESTRE
A escolha do Juiz Sérgio Moro para Ministro da Justiça foi uma jogada de mestre. Só quem não gosta do Moro são os petistas, por ter prendido o Lula. Mas em contrapartida teve o amplo apoio popular, pelo fato da sua imagem ser a de um magistrado que não poupa os poderosos.
NÃO SABE DE NADA
Pela entrevista do professor Carlito Cavalcante ao BAR DO VAZ, mesmo na equipe de transição indicada pelo governador eleito Gladson Cameli, conhece pouco dos bastidores, ao ponto de dizer que não sabe nem onde ficará no futuro governo. Só que não irá para Educação.
DESDE QUE NÃO SEJA O MÂNCIO LIMA
Amigos do futuro governador Gladson Cameli dizem que, ele não vai apontar nenhum candidato para a disputa do SEBRAE, mas que trabalhará para não permanecer o Mâncio Cordeiro.
NÃO VAI PROCURAR NINGUÉM
O senador Sérgio Petecão (PSDS) me disse ontem que não foi consultado e tampouco irá procurar o futuro governador para discutir indicar cargos no governo. Estou na minha, disse.
UMA OBSERVAÇÃO
Fez apenas a observação de que espera que não venha aproveitar ninguém ligado ao PT.
BOM TAMANHO
Um secretário de ponta do governo revelou ontem que, o único objetivo do governador no pouco mais de um mês que falta para terminar o seu mandato é pagar dezembro e o 13º salário. Na verdade é isso mesmo, mal vai sobrar tempo para arrumar as gavetas.
EM BOAS MÃOS
A Comunicação do governo Cameli não poderia estar em melhores mãos que as da jornalista Silvânia Pinheiro. Passou por redações e não tem arestas entre os colegas de profissão. Se acabar com o cabide de emprego que é atualmente o sistema de comunicação, começará bem.
POSIÇÃO DE ESPECTADOR
A posição dos dirigentes do PSL em relação ao governo Gladson Cameli é a de espectador. Caso estejam de olho na disputa da PMRB em 2020 não estão errados, terão que caminhar por uma vereda própria pelo fato de que o futuro governador apoiará um nome da sua coligação.
CHAPOLIM COLORADO
Quem poderá nos salvar? É o brado hoje dentro do PT. Acho que o senador Jorge Viana (PT), que deixa o mandato após o fim do ano, terá que se vestir de Chapolim Colorado para ser o salvador do barco adernado. Tem todo um passado de luta no partido que o credencia a isso
BEM LONGE
O atual governador findará o mandato com a impopularidade recorde e não será este nome.
RECONHECER OS ERROS
O PT não fez ainda uma avaliação da derrota. Mas quando for fazer, os seus dirigentes terão que para início de conversa se despir do manto da arrogância e reconhecer os seus erros.
NINGUÉM CHAMADO
Todos os nomes anunciados até aqui para compor a equipe de secretários do futuro governo foram escolhas pessoais do Gladson Cameli. Políticos com mandato andam reclamando que, até o momento não foram chamados para nenhuma consulta para indicação de um secretário.
PAGANDO O PREÇO
O deputado Jonas Lima (PT) diz que os dirigentes PT não podem reclamar que perderam dois deputados estaduais: “somente eu e o Lourival Marques fomos contra a aliança com o PCdoB, perderam estas vagas porque quiseram”. Neste ponto, o deputado Jonas está certo na análise.
LÁBIA DE DERRUBAR AVIÃO
Mas foi mesmo uma grande burrice política o PT abrir a sua chapa para o Edvaldo Magalhães (PCdoB) e o Jenilson Lopes (PCdoB) se juntarem só para usufruir do benefício. Conheço poucos deputados com a lábia do Magalhães, não é qualquer um que engabela os cardeais do PT.
MUDANÇA DE VERTENTE
Pelo que se tem escutado de quem anda pelos bastidores do futuro governo haverá uma mudança drástica no desenho da comunicação, que sairá da mídia tradicional para a mídia eletrônica. Ou seja, vai investir mais em quem consegue alcançar um maior público.
A VAGA É MINHA
O deputado Jairo Carvalho (PSD) está de olho em uma vaga de secretário no futuro governo. Diz que ficou acertado que se o partido foi aquinhoado com um espaço no primeiro escalão o indicado será ele.
CAMINHANDO PARA A BRANCA
A ex-vice-prefeita Branca Menezes (PSDB) pode chegar em 2020 com o apoio até do PSD do prefeito de Senador Guiomard, André Maia, na disputa da sua sucessão. É o que garante o deputado Jairo Carvalho (PSD). A cada dia o prefeito André vai ficando mais isolado.
NÃO PODE SER AFILHADO POLÍTICO
É natural que o governador eleito venha mais à frente pedir sugestões dos dirigentes partidários da sua coligação que lhe ofereçam opções de nomes para a ocupação de cargos no primeiro e segundo escalão. Quem teve o ônus de uma disputa dura contra o PT, tem de ter o bônus do poder. Não podem é repetir o erro de governos anteriores da oposição em que a maioria das escolhas se deu mais pelo compadrio. A indicação pode ser política, mas o indicado não pode ter como critério apenas ser amigo do político, tem de ter qualificação técnica. Não há outro norte a ser seguido: ou o governo monta uma equipe qualificada ou corre o risco de ser um desastre na gestão e ser tirado pelo mesmo povo que o pôs no poder.
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