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Chega de mimimi eleitoral, a hora agora é de trabalhar

Por
Nelson Liano Jr.

O Brasil viveu talvez o processo eleitoral mais intenso da sua história. As redes sociais se tornaram um campo de batalha e muitas amizades foram desfeitas. O que mais se viu foi gente “coberta de razão” pouco se lixando pro verdadeiro sentido da democracia. Mas tanto em relação ao novo Governo Federal quanto do Acre é preciso atenção. Vencer uma eleição é bem mais fácil do que governar bem. O Brasil e o Acre têm problemas seríssimos que precisarão da intervenção do poder público para minimizar os seus efeitos devastadores sobre a população. E me refiro, principalmente, à violência e à geração de empregos. Essas duas questões estão interligadas. Um pai de família sem ter um trabalho digno com remuneração suficiente para o sustento da sua prole entra em desespero e pode cometer as maiores barbaridades. Jovens sem rumo se associam facilmente às facções criminosas em busca de uma vida melhor. Então esse ciclo só poderá ser quebrado com o crescimento econômico. Paralelamente é preciso investimento em educação e na melhoria da saúde pública. Portanto, os eleitores que não tiveram seus candidatos eleitos deveriam parar de mimimi para apresentarem sugestões aos novos governantes para trabalharem em prol do Brasil e do Acre.


Democracia é isso…
Gladson Cameli (Progressistas) venceu o pleito para governar o Acre. Assim como Jair Bolsonaro (PSL) teve a maioria dos votos válidos para ser o novo presidente da República. Como pode então alguém que diz lutar para defender a democracia não aceitar o resultado das urnas? Não precisa concordar com a maioria, mas tem que respeitar. Senão fica muito incoerente.


Arregaça a manga
O assassinato violento do médico conhecido como Dr. Baba, em Feijó, acendeu mais uma vez todas as luzes vermelhas na segurança do Acre. O novo Governo precisará de um plano emergencial para conter a violência no Estado. Não haverá tempo para muita conversa e articulação. As ações precisam ser imediatas.


Abacaxi
Fico a me perguntar o que o novo Governo irá fazer com os mal sucedidos investimentos das empresas público-privadas. Amazônia S/A, Dom Porquito, Fábrica de Tacos e de Camisinhas e a famigerada ZPE que nunca conseguiu instalar uma única indústria em Senador Guiomard. Todo esse dinheiro público jogado fora poderá ser recuperado? Os promotores dessas “aventuras” serão questionados?


Medo
Muitos secretários da atual gestão fizeram um “pé de meia” com os altos salários para enfrentar os próximos quatro anos. Mas alguns estão temerosos dos órgãos de fiscalização encontrarem “esqueletos” escondidos nos armários das suas secretarias. O nível de proteção com as mudanças nos governos federal e estadual vai baixar. É melhor alguns já irem procurando advogados.


Devastação?
E o projeto da Cortex com quase 200 mil hectares às margens do Rio Purus? O novo Governo vai continuar afiançando o empreendimento madeireiro que coloca em risco uma enorme área de floresta virgem e, consequentemente, o regime de chuvas e o clima do Estado? Quem deu a permissão ambiental de exploração dessa área foi o atual Governo do PT. Ainda que muitos não toquem nesse assunto.


Bancada pró-Bolsonaro
Entre os oito deputados federais e três senadores do Acre, apenas um, deverá fazer oposição ao presidente eleito. Evidentemente que Perpétua Almeida (PC do B) deverá ser oposicionista, mas os outros dez representantes do Estado no Congresso Nacional deverão ser da base de apoio do Bolsonaro (PSL).


Faca e o queijo
O novo governador Gladson Cameli deverá contar com o apoio de Bolsonaro para investimentos sociais no Acre. Afinal, ele teve a maior votação proporcional do país por aqui. Terá apoio da bancada federal acreana e foi amigo de Gladson na Câmara dos Deputados. Deveria começar investindo na segurança pública com urgência.


Não é bem assim
Os 45 milhões de votos que o presidenciável Fernando Haddad (PT) recebeu das urnas não são, na maioria, de eleitores que apoiam o PT. Muitos votaram nele por absoluta falta de opção ou medo de um Governo de Bolsonaro. Portanto, o discurso do derrotado Haddad na noite de domingo, 28, foi um desastre. Ele se colocou como o protetor e proprietário dos votos dados a ele. Nunca vi um “paternalismo” tão grande. Soou arrogante e pretencioso e Haddad se mostrou um mal perdedor. Mas o PT não saiu mal da eleição. Elegeu as maiores bancadas de deputados federais e senadores no Congresso Nacional e mais quatro governadores. O partido não foi exterminado como alguns imaginavam. Mas é preciso que os petistas do alto comando façam urgente uma autocrítica e se coloquem no plano mortal como o resto da humanidade. Esqueçam um pouco o Lula (PT) para fortalecerem novas lideranças. Simples assim.


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Nelson Liano Jr.

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