Não acredito em grandes disputas de bastidores para a escolha do próximo presidente da ALEAC, no início de fevereiro. Conversei nesta terça, 23, com dois pretendentes ao cargo, os deputados estaduais Nicolau Jr. (Progressistas) e Jenilson Leite (PC do B). Frente a frente, eles revelaram porque e como pretendem chegar ao cargo maior do Poder Legislativo acreano. Nicolau tem como exemplo o atual presidente Ney Amorim (PT) a quem ele atribui a democracia da Casa ajudando tantos deputados da base governista quando da oposição. Mostra que quer faze um comando parecido. “Estou com meu nome posto para a disputa, mas tem outros deputados do nosso partido que também querem. A gente tem que discutir internamente para chegarmos a um consenso. Mas eu vou fazer a minha campanha conversando com muita humildade. Porque indiferente de quem seja o presidente temos que ter uma eleição de união. Temos que estar unidos no Poder Legislativo para podermos dar mais legalidade às ações do nosso governador Gladson Cameli (Progressistas) que venham a ajudar a melhorar a vida do povo acreano. Isso é o mais importante, ter uma base forte para trabalharmos juntos ao novo Governo. Quero que a nossa Assembleia seja mais participativa e acho que o próximo presidente tem que ser uma pessoa de confiança do governador Gladson,” disse ele. Por outro lado, Jenilson deixou claro que se houver consenso entre a maioria dos parlamentares da base do Gladson ele fará um gesto de apoiar o candidato indicado para que haja unanimidade na eleição. Mas deixou a possibilidade também de ser uma alternativa caso aconteça um “racha”. “Quero devolver o gesto do pessoal da oposição que elegeu por unanimidade o Ney Amorim. O deputado Nicolau é um bom nome que transita bem entre todos os parlamentares e tem um perfil de personalidade aberta ao debate e a conversa. É um candidato forte que tem a minha simpatia. Agora, se eles não se entenderem, se o MDB lançar um candidato ou o PP mais de um, o meu nome está posto como alternativa. Quero ser um futuro presidente que respeita os poderes e todos os deputados. Não serei presidente de uma sigla partidária e nem de um grupo político,” afirmou.
Presidente do Progressistas
O governador eleito Gladson Cameli conversou comigo e deixou claro que espera um consenso entre os deputados da sua base para a eleição do presidente da ALEAC. Ele afirma que o próximo presidente deve sair do seu partido, o Progressistas. Mas não quer se meter enquanto os parlamentares negociam entre eles.
Chave da gestão
Acho natural que o Gladson queira alguém da sua confiança para a presidência da ALEAC. Para fazer a Reforma Administrativa no Estado que pretende precisará de agilidade no Poder Legislativo para aprovar as mudanças. Se tiver que discutir o “sexo dos anjos” ou vier a ser “chantageado” pelo próximo presidente da ALEAC colocará em risco os seus planos de mudanças.
Equação simples
Acredito que além dos 13 deputados estaduais eleitos pela oposição que apoiou o novo governador outros de partidos da FPA poderão se juntar à base. Não vejo dificuldades em estabelecer o perfil adequado ao comando da ALEAC para facilitar as votações de interesse do próximo Governo.
Fogo amigo
A dor de cabeça que Gladson poderá ter é da eventual ambição de algum deputado aliado que se torne irredutível nas suas pretensões políticas. Claro que é atraente comandar o Poder Legislativo com um orçamento anual de R$ 200 milhões. Mas se querem fazer as mudanças que o povo acreano espera os “ambiciosos” terão que se desapegar da “sanha” de poder.
Pelas beiradas
Conversei esses dias com o deputado reeleito Luiz Gonzaga (PSDB) sobre a nova mesa diretora da Casa. Ele não parece querer brigar pela presidência, mas se coloca como um pretendente à primeira secretaria. O segundo cargo mais importante na estrutura da ALEAC.
Consolação
Aliás, acredito que o MDB, se não lutar pela presidência, com três deputados eleitos com as maiores votações, deva querer ficar com o cargo de secretário da Casa. Nesse caso, vejo uma disputa entre Mazinho Serafim (MDB) e Vagner Sales (MDB) nos bastidores. Os dois elegeram as suas esposas Meire Serafim (MDB) e Antônia Sales (MDB) e podem pretender essa importante colocação.
Tempo ao tempo
Ainda faltam mais de três meses para a escolha da nova mesa diretora da ALEAC. Portanto, as forças políticas que saíram vencedoras nas eleições terão muito tempo para se entenderem e chegarem no dia 1 de fevereiro com uma chapa pronta. Isso parecia impossível na oposição, mas Gladson conseguiu quebrar esse paradigma tendo a unanimidade na sua candidatura ao Governo. Outro exemplo recente, foi a escolha do vice da chapa majoritária da oposição que depois de muitos percalços teve a concordância com o nome de Major Rocha (PSDB). Portanto, acredito que será o Gladson Cameli quem terá a decisão final sobre a composição do comando da ALEAC. E, em tempos de nomeações para o novo Governo, não será difícil satisfazer a gregos e troianos.
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