Pelo menos cinco execuções violentas em Rio Branco mostram que as facções criminosas ainda estão dando as cartas no Estado. A maioria das vítimas era de jovens que possivelmente pertenciam a grupos rivais. Uma situação que parece “fora de controle” das nossas autoridades estaduais responsáveis pela segurança pública no Acre. E não tenho dúvida que esse será um dos maiores problemas a ser enfrentado pelo próximo Governo eleito. Porque os mortos, num primeiro momento, podem parecer números de estatística. Mas conforme assisti uma postagem nas redes sociais da repórter Rose Lima, por trás de cada um deles, existe uma mãe, uma família que sofre com a perda dos seus filhos. No vídeo a jornalista falava da reação da mãe de um dos rapazes executados ao ver o seu filho assassinado com 10 tiros, a maioria deles na cabeça. Portanto, a dor pela perda de um ser humano é a mesma seja quem for o morto.
Dando as ordens
As facções resolveram estabelecer as suas próprias leis, conforme me revelou o deputado federal Major Rocha (PSDB). Proibiram os assaltos aos moradores nos bairros periféricos da Capital e exigem a identificação dos veículos que entram nas suas áreas. Quem não obedecer já sabe qual será o seu destino. “Evitar assaltos é papel do Estado e não das facções. Essa situação mostra a omissão das nossas autoridades para proteger os nossos cidadãos,” disse Rocha.
Ovo da serpente
Essa situação da atuação das facções no Acre não é uma coisa nova. Começou timidamente há quatro ou cinco anos e ganhou força pela falta de enfrentamento das nossas autoridades. Medidas preventivas e de inteligência que deveriam ter sido tomadas não aconteceram. Na minha opinião, por questões políticas “mesquinhas”. Assim a serpente rompeu o ovo e rasteja em meio à população fazendo as suas vítimas.
A visão do Rocha
Conversei com o deputado e vice-governador eleito Major Rocha sobre a situação da violência e quais as estratégias que o próximo Governo deverá adotar. Rocha garante que se tiverem as necessárias condições de trabalho a polícia poderá acabar em um ano com essa situação de descontrole. Ele alega que o atual Governo do PT não proveu os órgãos de segurança das condições adequadas de combate ao crime. Cita a constante falta de combustível das viaturas policiais e até mesmo de fardamento.
Concursados “chamados”
Perguntei ao vice eleito se o próximo Governo vai chamar os concursados aprovados para a Polícia Militar e Civil. “É necessário convocar urgente os aprovados nos concursos. As nossas polícias estão naturalmente envelhecidas pela falta de renovação dos quadros. Mas é importante destacar que a situação fiscal do Estado que herdaremos está muito pior do que imaginávamos,” ponderou Rocha.
Esperança
Rocha acredita ainda que o Governo eleito deverá ter apoio do próximo presidente da República para conseguir os recursos necessários para o combate ao crime no Acre. Mas ressalta que o Estado tem que fazer a sua parte o que, na sua opinião, não vem acontecendo atualmente.
Origem do problema
O vice-governador que será o responsável pela coordenação da pasta de segurança também avalia mudanças necessárias na economia acreana para mudar a atual situação de violência. “Temos que fazer a economia do Estado funcionar e crescer. Não existe milagre se a produção dos setores privados não gerar os empregos necessários à população. Tem que acabar essa perseguição política aos empresários que são obrigados a pactuarem com um determinado partido para poderem realizar os seus negócios. Não queremos nos perpetuar no poder e vamos dar as condições à produção sem perseguição. Também não queremos devastar a natureza para facilitar a produção. Vamos dar a segurança necessária para os empresários investirem no Acre,” pontuou.
Críticas
Rocha ainda fez críticas aos investimentos públicos-privados como a Peixe da Amazônia S/A, entre outros, realizados pelo atual Governo do PT. “O Estado é incompetente para cuidar desses empreendimentos. Ficou comprovado que não é papel do Governo administrar negócios. Isso cabe a iniciativa privada,” disse ele. O vice ainda se mostrou preocupado com a situação com a Previdência do funcionalismo públicos e a saúde pública que, segundo ele, serão mais difíceis de serem enfrentados no próximo Governo do que a segurança.
Disse me disse
Enquanto não for anunciado oficialmente o secretariado do novo Governo as especulações irão continuar em torno de nomes. Considero isso natural. Existe uma sede enorme de mudança e aqueles que participaram da campanha da oposição vão querer apresentar a fatura. Todos querem o poder.
Perfil técnico
Durante toda a campanha o governador eleito Gladson Cameli (PP) afirmou que optaria por nomes técnicos e não políticos para o seu secretariado. Se mantiver essa determinação terá maiores chances de obter sucesso na gestão. Um Governo fatiado entre partidos tem a enorme probabilidade de gerar aquele que é um dos maiores males da Nação, a corrupção.
Mais votos “contra” do que a “favor”
Um sintoma das eleições 2018 tanto no Brasil quanto no Acre é que o “voto contra” teve muito mais peso do que “o favor” de qualquer um dos candidatos. Me parece que não houve por parte dos eleitores uma preocupação com propostas, planos de governo e perfis de adequados de gestores ou parlamentares. A grande massa votou para “aniquilar” o PT e os partidos de esquerda. Afinal nos últimos três ou quatro anos a divulgação constante de casos de corrupção envolvendo a política tradicional causou um cansaço no cidadão comum. Como a maioria dos escândalos aconteceu durante dos governos do PT, mesmo os praticados por “aliados” de outros partidos, a fatura eleitoral veio “pesada” nessas eleições. E se serve de consolo para os petistas, o PSDB, seu adversário principal, também quase se extinguiu nesse processo. Os casos relatados nas gestões tucanas também vieram à tona e acabaram com o partido na maioria dos estados brasileiros. Ainda assim o PT conseguiu eleger uma bancada bem maior para o Congresso Nacional do que os tucanos.
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