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Após ser indicado para ser secretário de Educação, Minoru é tratado na oposição como “Cavalo de Tróia”

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

“Cavalo de Tróia”. É como está sendo tratada a possível indicação do candidato derrotado ao Senado, Minoru Kinpara (REDE), dentro da oposição, para ser o futuro secretário de Educação. O convite foi feito pelo vice-governador eleito Major Rocha a pedido do governador eleito Gladson Cameli. Minoru confirmou e quer indicar todos os seus assessores. A primeira reação pública veio do senador Sérgio Petecão (PSD), ao indagar numa postagem se “entre os guerreiros da oposição” não existia ninguém capaz para assumir o cargo. “Não foi para permanecer com adversários governando que ganhamos a eleição. Não tenho nada contra o Minoru, mas a vez agora é da oposição”, reagiu ontem. O prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim, contestou de forma irônica: “é brincadeira!”. Nos grupos da oposição nas redes sociais, Minoru está sendo tratado como “Cavalo de Tróia”, numa alusão a uma passagem da história, em que os gregos construíram um grande cavalo de madeira, encheram de soldados, para enganar os adversário e tomar a cidade de Tróia. Há um movimento para que nesta semana seja pedida uma reunião entre os principais dirigentes da oposição para uma discussão aberta sobre como será o futuro governo. O senador Sérgio Petecão (PSD) deixou bem claro na conversa de ontem que, em qualquer hipótese ficará ao lado da oposição.


CRÍTICA INJUSTA
O único que não pode ser criticado, atacado como está sendo em grupos da oposição nas redes sociais, este é o professor Minoru Kinpara. Ele estava no seu canto quieto e foram lhe convidar. Não se ofereceu. O Minoru é vítima neste processo de autofagia na oposição.


TREMENDA BOBAGEM
Criticar o senador Sérgio Petecão (PSD) por ter externado uma posição a respeito do professor Minoru vir a ser o futuro secretário de Educação, é uma tremenda bobagem. Ele não critica o Minoru, reconhece sua competência, o que critica é que há na oposição gente tão capaz como ele para o cargo. Se o Petecão, o senador mais votado da eleição, não pode emitir uma opinião sobre a escolha de um secretário, quem é que tem cacife,  mais que ele, para fazê-lo dentro da oposição?


COMPETÊNCIA INDISCUTÍVEL
O que tenho escutado de dirigentes da oposição é que reconhecem a extrema competência do professor Minoru Kinpara, mas a discussão que levam é para o campo de que, também, dentro dos quadros da oposição existem pessoas competentes para secretário de Educação. Correto.


DISCUSSÃO PARA OS POLÍTICOS
A discussão sobre a ocupação de cargos no futuro governo fica para os políticos da oposição. O papel da coluna é registrar os fatos e não importa que alguém venha a gostar ou não gostar.


PERÍODO SABÁTICO
O senador Jorge Viana (PT) entrou em período de mutismo após a sua derrota na última eleição. Nem em movimentações nacionais pró-Hadad se vê o JV metido. O Jorge não deve procurar além dos limites do PT, as causas da sua derrota, mas dentro do partido. Sabe disso.


A POLÍTICA É IMPREVISÍVEL
Quem é que imaginava antes da eleição de que o senador Jorge Viana (PT) não seria reeleito?


UMA OBSERVAÇÃO TARDIA
A observação, eu ouvi ontem de um deputado da FPA derrotado, sobre a prisão de dirigentes do ITERACRE: “o erro principal do governo foi colocar secretários como candidatos, ao invés de prestigiar os deputados da base de apoio na ALEAC. Maldito dia que apoiei este governo”.


O MUNDO NÃO VAI ACABAR
A paixão política é algo insondável. Vejo nas redes sociais comentários de pessoas preparadas antevendo uma espécie de fim do mundo se o Jair Bolsonaro (PSL) ganhar a presidência.  Não entenderam que na política, ninguém manda nos votos da população. E querem mandar?


O POVO É QUE DECIDE
Enquanto isso, milhares de pessoas foram às ruas ontem no Brasil a favor do Jair Bolsonaro.


PREVISÃO INFANTIL
O Jair Bolsonaro (PSL) vai ganhar do Fernando Hadad (PT) com uma lavagem de votos e as tropas continuarão nos quartéis. Coisa mais infantil se dizer que a ditadura voltará a se implantar no país. Uma previsão tola, falta de argumento para explicar a derrota certa do PT.


COM TRANQUILIDADE
A base de apoio do próximo governo na Assembléia Legislativa começa com 13 deputados, mas com tranqüilidade chegará a 17, com a adesão de parlamentares eleitos por partidos nanicos da FPA. É natural que, ocorram composições. Na oposição mesmo ficará PC do B e PT.


FIM DE UM CICLO
Depois de dois mandatos chega ao fim o ciclo político do atual governador. Fez um primeiro mandato bom e o segundo altamente desgastado com a opinião pública que, é o que mostram as pesquisas. O seu erro foi achar que trombando com tudo e todos resolveria os problemas.


MUDANÇA RADICAL
Um erro de conduta do atual governador foi a sua mudança de perfil. Na essência, o conheci fora do mandato e nos mandatos de senador e governador, como uma pessoa afável, uma boa conversa, um bonachão. No segundo mandato virou uma figura altamente rancorosa e belicosa. Terminará o governo cercado de um pequeno grupo e com muitas pontes quebradas.


OPINIÃO
O perfil do nosso governador é muito mais para o Legislativo de que para o Executivo.


UM PONTO POSITIVO
O atual governador tem um ponto positivo a se ressaltar: depois de oito anos governando o Acre, terminará sem um processo por um caso de corrupção. Entrou limpo e sairá limpo.


MAL NA PARTE POLÍTICA
Se o atual governador sairá limpo na parte moral, o mesmo não se poderá dizer na seara política. Ficará na história como a figura em que, no seu governo, o PT sofreu a derrota mais fragorosa dos últimos 20 anos, no Acre. Perdeu o comando do estado, o Senado e não elegeu um parlamentar federal. Não adiantou transformar o seu governo num aparelho do PT.


LANÇAMENTO POR CONTA
Num ato em Xapuri, no fim de semana, o futuro governador Gladson Cameli, por conta do entusiasmo, lançou o Ailson, filho do deputado Antonio Pedro (DEM), como seu candidato a prefeito em 2020.


POSIÇÃO CRÍTICA
Em relação ao belicoso atual governador, mantive nos últimos quatro anos uma posição de independência. Foi um dos poucos a adotar uma postura crítica.  Afinal, alguém tinha que não dizer amém e sim senhor. E terei a mesma postura no governo do senador Gladson Cameli.


É MUITO SIMPLES
Vários governos passaram e a coluna ficou. O atual, que finda em dezembro é mais um a passar. Por isso, não esperem uma coluna de bajulação, mas sempre crítica quando necessário for, com o governo Gladson Cameli. Quem quiser ser coluna social do Cameli, que seja.


MUITO A VONTADE
Em relação aos nomes que venham ser escolhidos para compor o futuro governo não vou fazer comentário desqualificando e nem apoiando, justamente para ter a liberdade da crítica no futuro. Ao governador cabem as nomeações, à imprensa avaliar o trabalho dos indicados.


O PODER É AFRODISIÁCO
O deputado Jenilson Lopes (PCdoB) não avalia bem o processo de escolha do próximo presidente da Assembléia Legislativa. Não espere contar com votos dos partidos nanicos da FPA. Anote: raro vai ser o que não pulará na canoa do governo. O poder tem afrodisíaco.


CAMPO DE GUERRA
A partir de janeiro o PT sairá do campo do poder, no qual não se mostrou tão competente, e vai para um campo que conhece cada palmo, o da oposição. É ingenuidade pensar que, o PT não será virulento nas cobranças ao próximo governo, porque isso será sua sobrevivência.


COMPLETAMENTE ENGANADO
O governador eleito Gladson Cameli vai se enganar com a cor da chita ao pensar que fazendo salamaleques ao atual governador, aos petistas, não será alvo destes no mandato. Aguarde!


PHS REBELDE
A direção do PHS está com uma posição fechada em relação à presidência da Câmara Municipal de Rio Branco: ou emplaca o vereador Raimundo Neném (PHS) como primeiro secretário da mesa diretora ou então se somará ao candidato a presidente da oposição.


POSTURA NÃO COMUM NA DERROTA
O candidato derrotado ao governo, Marcus Alexandre (PT), está tendo uma conduta correta e não comum aos derrotados nas urnas. Tem feito o mesmo roteiro da campanha agradecendo os votos recebidos, pavimentando o seu caminho para 2022. Está fora de qualquer contexto negativo que possa ter influenciado a derrota avassaladora sofrida pelo PT. Pelo contrário, na situação política altamente negativa em que disputou o governo, como representante de um partido altamente desgastado, com uma avaliação popular baixa do atual governo estadual, tendo que administrar brigas entre os candidatos ao Senado pelo PT, se pode dizer que foi até um gigante. Qualquer outro do PT no se lugar a derrota seria ainda mais contundente.


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Luis Carlos Moreira Jorge

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