Os bastidores da Câmara de Vereadores começaram a fervilhar em torno da eleição da Mesa Diretora que vai comandar a Casa nos próximos dois anos.
Três candidatos, a priori, se colocam à disposição: Antônio Morais (PT), Emerson Jarude (sem partido) e N. Lima (PSL). Rodrigo Forneck, também do PT, não descarta pôr seu nome na disputa.
O petista Antônio Morais começou a campanha pela presidência há mais tempo. Por isso, no momento, ele estaria em vantagem em relação aos seus adversários. Há quem diga que seria Morais o candidato da prefeita Socorro Neri.
Emerson Jarude, que se autoproclama de linha independente na Casa, embora com um viés oposicionista, colocou seu nome à disposição semana passada. Já N. Lima é o nome até aqui da oposição. Tanto o militar da reserva como Jarude tem apoio dos vereadores oposicionistas da Casa, que são seis dos 17. “Vou com a oposição ou independência. Se houver composição estarei com o Jarude senão houver e a oposição lançar um candidato voto na oposição”, diz o líder da oposição na Câmara, Roberto Duarte (MDB).
Forneck, que meses atrás negava qualquer interesse em disputar a presidência, atualmente não descarta a possibilidade. Mamed Dankar, também do PT, chegou ser convidado por alguns dos pares, mas revelou não ter interesse.
A eleição da Mesa Diretora, em especial dos dois principais cargos da Câmara, passa, tradicionalmente, por uma forte articulação do líder da prefeita, no caso o vereador Eduardo Farias (PCdoB).
O comunista garante que a base ainda não tem questão fechada. “Estamos considerando todos os nomes postos até aqui.
Temos na base candidatos a presidente e a primeiro secretário. A prefeita está com o mesmo posicionamento da base, ou seja, dialogar até chegarmos ao consenso da melhor Mesa pra o momento, sempre levando em conta a nossa unidade.
Temos até dezembro pra decidir, não precisamos de pressa ou açodamento”, diz Farias.
São necessários nove votos para um vereador ser eleito para um cargo da Mesa. A base tem 11 dos 17. Farias está seguro de que haverá consenso inclusive com votos da oposição. O comunista talvez não conte com eventuais discordâncias de Railson Correia (Podemos) e Raimundo Neném (PHS).
Não será fácil convencer os dois parlamentares apenas com a argumentação de que há necessidade de consenso ou unidade, embora ambos sejam ligados a Antônio Morais e formem com o vereador do PT o tal “trio do fundão” do plenário.
“O PHS hoje é a segunda maior bancada da base da prefeita, por isso não abrimos mão da primeira secretaria. Sobre o presidente ainda estamos em conversas”, endurece Raimundo Neném (PHS).
O discurso de Neném conflitua com o interesse do PSB, partido de Socorro Neri, em indicar o vereador Artêmio Costa para o cargo de secretário do parlamento mirim.
Railson Correia não engole qualquer possível imposição que chegue com cara de consenso. “Eu só acho que para quem tem a pretensão de ser a candidato à presidência como também aos demais espaços, o melhor caminho primeiro é construir com os seus pares, construir primeiro por dentro”, diz.
Já Artêmio, cotado para assumir a secretaria da Mesa, parece não está disposto a entrar em colisão por causa do cargo. “Existem muitos outros nomes excelentes na base que estão se colocando para a primeira secretaria e que estamos discutindo internamente.
Mamed Dankar já manifestou seu apoio ao correligionário Antônio Morais. “Há tempos me comprometi em votar no Morais, caso ele mantenha sua candidatura.”
O atual presidente da Câmara Municipal, vereador Manuel Marcos (PRB), eleito deputado federal, diz que segue o projeto da Frente Popular. “Fui eleito e virei presidente em um projeto de unidade e vou seguir esse consenso por questão de lealdade”, conclui.