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Eleições de 2018 deixam rastros de candidatos à prefeitura de Rio Branco

Por
Nelson Liano Jr.

No Acre é assim, mal acabou uma eleição e as especulações da próxima já estão na boca do povo. No caso, os nomes mais fortes para a disputa da prefeitura da Capital, em 2020, emergiram das urnas e estão sendo comentados nas rodas de políticas. A começar pela prefeita Socorro Neri (PSB) que se souber conduzir a sua gestão em 2019 será naturalmente uma candidata forte à reeleição. Por outro lado, o Coronel Ulysses (PSL) que aposta numa vitória do presidenciável Bolsonaro (PSL), no segundo turno, dias após a derrota ao Governo com 10% dos votos, já antecipou a sua candidatura. Mas no momento, o nome mais falado é o do ex-reitor da UFAC Minoru Kimpara (Rede) que, como candidato ao Senado, obteve uma votação espetacular na Capital. Ficou em terceiro lugar perdendo apenas para os eleitos Sérgio Petecão (PSD) e Márcio Bittar (MDB), e teve quase a mesma votação que o senador Jorge Viana (PT). Portanto, acumulou capital político para entrar na disputa majoritária pela prefeitura se desejar. Outro que também não pode ser descartado é o deputado federal reeleito Alan Rick (DEM). Ele teve a maior parte dos seus votos em Rio Branco mostrando onde é a sua principal base política eleitoral. Se desejar e souber jogar no primeiro ano do seu mandato se credencia para a eleição municipal. Resta saber se Alan trocaria um cargo de federal para as “agruras” de ser prefeito. Isso só o tempo dirá.


Sem mandato
O senador Jorge Viana ficará sem mandato a partir de fevereiro de 2019. Não sei se nessa altura da sua vida política teria interesse em se candidatar à prefeitura de Rio Branco onde começou a sua trajetória. Mas não consideraria um nome descartável.


O PT pode querer
Dependendo da postura nos próximos meses da prefeita Socorro Neri que herdou o cargo de Marcus Alexandre (PT), derrotado ao Governo, o PT pode tirar um nome da cartola e entrar na disputa. Mas no momento teria apenas o deputado estadual reeleito Daniel Zen (PT) com capital político. Quem sabe ainda uma tentativa de volta do ex-prefeito Raimundo Angelim (PT), deputado federal que não conseguiu a reeleição.


Velho sonho
Quem também pode entrar nessa “briga” é a deputada federal Perpétua Almeida (PC do B). Ela tomou uma “rasteira” dos “companheiros”, em 2012, quando seria o nome natural da FPA para disputar a sucessão de Raimundo Angelim. Conseguiu uma eleição surpreendente em 2018 e mostrou que tem votos.


De olho na ALEAC
O ex-prefeito Vagner Sales (MDB) tem conversado com os deputados estaduais eleitos do MDB para tentar unificar o discurso e garantir a presidência da ALEAC. Obviamente que o nome seria da sua esposa Antônia Sales (MDB) que é a mais experiente entre os novos medebistas do parlamento estadual.


Questão delicada
No entanto, Vagner tem uma questão a ser resolvida. Antônia seria o nome mais forte do seu grupo político para disputar a eleição à prefeitura de Cruzeiro do Sul, em 2020. Não acredito que vá tirar a filha, Jéssica Sales (MDB), reeleita deputada federal, do Congresso Nacional. Afinal é ela quem poderá garantir recursos para quem vencer a disputa. Se Jéssica sair quem entra é a suplente Antônia Lúcia (PR).


Especulações
Muita gente em Cruzeiro me falou que o atual prefeito de Porto Walter, Zezinho Barbari (MDB), poderá entrar na disputa por Cruzeiro do Sul, em 2020. Ele teria que renunciar o mandato no seu município, em 2019, para se tornar apto à disputa. Ele faz parte do grupo político do Vagner, mas parece-me uma equação complexa.


Sena em foco
Mazinho Serafim (MDB) tem feito uma gestão bem avaliada em Sena Madureira e deve ser candidato à reeleição. Recentemente elegeu a sua esposa Meire Serafim (MDB) a deputada estadual mais votada do Acre. Poderá chegar imbatível em 2020 se souber jogar.


Terra do abacaxi
Em Tarauacá, me parece que a primeira candidata a governadora da história do Acre, Janaína Furtado (Rede), começou o seu caminho à prefeitura. Se tornou conhecida através do bom papel que desempenhou nas eleições de 2018. Como as mulheres estão em alta na política acreana teria chances reais.


Mulher “ligeira”
Fernanda Hassem (PT), prefeita de Brasiléia, também faz uma gestão bem avaliada. Tem mostrado que é “ligeira” na política. Não coloca questões ideológicas a frente das necessidades de recursos do município. Se continuar jogando bem chegará muito forte para a reeleição, sem encontrar forte resistência em alguns setores na oposição.


Fogo cruzado
Por outro lado, André Maia (PSD), prefeito de Senador Guiomard, parece ter deixado insatisfeito os dois lados da política acreana. O senador Petecão, reeleito com uma chuva de votos, nem quer ouvir falar no prefeito que ajudou a eleger. Voltar para os braços dos “companheiros” pode também não ser uma opção. André ficou em cima do muro e pode pagar um preço alto caso seja candidato à reeleição.


O dono da bola
Se o governador eleito Gladson Cameli (Progressistas) fizer uma gestão bem avaliada nos primeiros 15 meses de mandato será o eleitor mais poderoso na disputa municipal de 2020. Quem ele colocar a mão em cima estará em vantagem. Mas sempre lembrando que os pleitos municipais envolvem questões regionais delicadas. Nem sempre a visão estadual prevalece sobre a local. Tanto que em Cruzeiro do Sul, o PT que ficou 20 anos no poder, nunca conseguiu eleger um prefeito no município. Mas ainda é cedo para qualquer prognóstico nos 22 municípios acreanos. No entanto, podem apostar que terminado o segundo turno das eleições presidenciais as especulações sobre quem tem ou não chance de ser prefeito em 2020 aumentarão. Afinal, no Acre, política é assunto popular.


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Nelson Liano Jr.

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