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Tocou o despertador na balsa

São 4h da manhã na balsa. O despertador toca. O homem que acorda cedo já está à beira do fogão preparando o café antes mesmo do primeiro cantar do galo do guru Gilberto Braga. Leva a colher à boca, prova, faz cara feia. “Faltou açúcar”, diz Jorge Viana resmungando. Ainda com remela nos olhos um tal de “menino da baixada” se intromete na conversa e instiga Jorge: “Isso não é refrigerante, Jorge, é café”.


Alheio à intriga de Jorgeney, Sebastião Viana toma as dores do irmão, mas não perde a oportunidade e se gaba: “O café foi incentivo do nosso governo”.


Enquanto isso, ao lado, o “menino da baixada”, arrumando o cabelo, ensaia uma briga, mas Jorge não perde a compostura, se levanta e diz: “Estou indo buscar um refrigerante”.


Perto do Quixadá, por volta das 4h30, o motor da balsa apresenta falha. Cesário Braga grita: “Chame quem trabalha!”. Marcus se dirige ao motor, mas Sibá alerta: “Cuidado! Isso é coisa da oposição que agiu em acordo com a Cia para nos sabotar”.


Léo de Brito, ainda com os olhos inchados pela derrota da noite anterior, e Sebastião Viana, procuram sinal de internet para postar um “Lula livre”. Não conseguem. O incansável Sibá suspeita: “Coisa do Rocha, da oposição, é golpe!”.


O experiente Marcus Viana, dentro do rio com água na cintura, vistoria o motor e descobre que, na verdade, faltou combustível e que o dono da balsa tentou abastecer ainda na Gameleira, mas foi informado que os fornecedores de óleo diesel, com medo de mais um calote do governo, resolveram não vender o produto.


A previsão é de forte calor com eventuais chuvas de granizo até Manacapuru, avisa Davi Friale. O rio Acre subiu 44 centímetros e está navegável até Boca do Acre (AM). É recomendável o uso de repelente.


A balsa, enquanto isso, segue à deriva. Seus passageiros aguardam agora ansiosos uma ajudinha de Fernando Haddad, que está preocupado mesmo é com um tal de “Coiso”.


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