A arrogância precede a ruína. Diz uma citação bíblica. A pesquisa divulgada ontem pelo instituto BIG DATA da Rede RECORD, só veio confirmar os números de outros institutos, que mostraram a derrocada do império político petista, que há 20 anos se instalou no Acre. O PT aparece não só perdendo o governo, mas a única vaga que detém no Senado. O que será uma derrota contundente, por o senador Jorge Viana (PT) ser a figura política mais emblemática do petismo acreano. O senador Gladson Cameli (PROGRESSISTA) se consolida ganhando no primeiro turno o governo com 49% das intenções de votos. O candidato do PT, Marcus Alexandre, ficou com 34%. Para o Senado se apresenta o pior dos quadros para o PT. A oposição lidera para as duas vagas de senador em disputa: o senador Sérgio Petecão (PSD) dispara na liderança com 53% dos votos, seguido de Márcio Bittar (MDB), que soma 37%. O senador Jorge Viana (PT), que era o favorito, despencou para 29%. O outro petista Ney Amorim ficou na sua cola com 27% de intenções de votos. E Minoru Kinpara (REDE) tem 16%. Paulo Pedrazza (PSL) fecha a fila com 2%. O único jogo que continua aberto é a segunda vaga de senador, mesmo o favoritismo estando com a oposição. A pesquisa aponta haver 20% de eleitores indecisos. Tudo caminha para a arrogância das lideranças petistas ser sepultada.
PERDEU O MAIOR CAPITAL
Nesta eleição não somente a FPA, mas, principalmente, o PT, perdeu aquilo que tinha como um dogma: o seu maior capital, a unidade partidária. Os dois candidatos ao Senado, Ney Amorim (PT) e Jorge Viana (PT) travam abertamente uma guerra de destruição particular.
O REI ESTÁ NÚ
Não adiantou a direção do PT, com notas assinadas pelo presidente André Kamai, tentar cobrir a nudez do Rei com trapos esburacados. A briga aberta entre Ney Amorim (PT) e Jorge Viana (PT) se tornou um espetáculo particular da campanha. E chega ao fim como uma guerra cruel.
OS GRANDES ERROS DO PT
O comando petista cometeu erros amadores nesta campanha: lançou dois candidatos a senador, apostando que caminhariam unidos. E que o Gladson Cameli (PROGRESSISTA), seria uma presa fácil do Marcus Alexandre (PT) na disputa do governo. Nem uma coisa e nem outra.
A ARROGÂNCIA CEGA
A arrogância cega. Cometeram o mesmo erro quando perderam o Senado, ao desdenhar do potencial político do Gladson Cameli (PROGRESSISTA). Não aprenderam. Nesta campanha continuaram atacando a sua honra, o chamando de playboy, forjando vídeos e baixarias. Esqueceram que, com o desgaste de 20 anos de poder não eram mais respeitados pelo povo.
O FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO
Desde a pré-campanha davam a fatura liquidada. A vitória estrondosa do Marcus Alexandre (PT) sobre a Eliane Sinhasique (MDB) pela disputa da PMRB os cegou. Navegaram numa canoa sem quilha. O contexto é outro. O Gladson não é a Eliane. O feitiço virou contra o feiticeiro. A onda vermelha do PT passou no Estado. Virou azul. E as lideranças petistas não perceberam.
VIGANÇA É UM PRATO QUE SE COME FRIO
O candidato ao Senado, Ney Amorim (PT), está dando o troco centavo por centavo ao fogo amigo que sofreu do poder ao longo da sua campanha. Fez na segunda-feira à noite uma grande reunião na Baixada e apresentou Rudiley Estrela (PROGRESSISTA), como “meu candidato” a deputado federal. A família Amorim está pedindo votos para o Gladson Cameli (PROGRESSISTA) ao governo e Sérgio Petecão (PSD) e Ney Amorim (PT) para o Senado.
PORTAS ABERTAS
Uma das figuras mais respeitáveis da oposição me revelou que há conversas paralelas, mas que ao final da campanha, quando a poeira sentar, Ney Amorim será convidado, oficialmente, para se filiar ao partido PROGRESSISTA, o mesmo do candidato a governador Gladson Cameli.
CONVERSA FUTURISTA
A transcrição de um áudio que vazou ontem, mostra a peneira da infidelidade partidária que tomou conta da FPA. Nela o presidente do PDT, Luiz Tchê, é citado como já tendo conversado com o “Riquinho” – alusão ao candidato Gladson Cameli – e que teve a garantia que serão bem tratados num governo da oposição. Não é novidade. A debandada na FPA é quase geral.
AGORA É TARDE
Uma emissária petista foi até o gabinete de um dos mais poderosos empresários acreanos pedir que pelo menos ajudasse a salvar a candidatura do Jorge Viana (PT) ao Senado. Escutou. Depois que ela saiu, contou para alguns funcionários, com o comentário: “estou fora!”
COM TRANQUILIDADE
O governador se mostra tranqüilo e aceitou o resultado da eleição, como irreversível. Reconheceu ontem em conversa com empresários da comunicação que não há mais nada a fazer e que tratará de terminar bem o governo. A sua preocupação é com a queda de 70 milhões de reais este mês no repasse do FPE, que deve causar problemas econômicos.
ENTRA NO JOGO COM FORÇA
Caso o candidato a deputado federal, Rudiley Estrela (PROGRESSISTA), continue fechando acordos acertados em Rio Branco, ela entra no jogo disputando muito forte uma das vagas.
CONTABILIDADE DOS VOTOS
Os articuladores da candidatura da vereadora Lucila Brunetta (PROGRESSISTA) trabalham para que consiga ter quatro mil votos em Cruzeiro do Sul, seu reduto, e inteirar a votação em outros municípios. Está numa chapa da pesada com José Bestene, Ghélen Diniz, Raimundo Vaz e Nicolau Junior. É uma chapa que com menos de cinco mil votos está fora do jogo.
TRABALHO QUE APARECE
Um trabalho que começa a aparecer nesta reta final de campanha é o do vereador Célio Gadelha (PSDB), que disputa uma vaga de deputado estadual, num bolo formado por Antonio Pedro, Luiz Gonzaga, Cadmiel Bonfim e Francineudo Costa. A chapa PSDB-DEM a tende eleger três à ALEAC.
NÃO PODE RECLAMAR
O PT pode reclamar de todos os seus dirigentes pelo fracasso na campanha para o governo. Menos do Marcus Alexandre (PT). Era o melhor nome do partido e no contexto em que disputou a eleição, ninguém da FPA faria melhor do que fez durante a disputa eleitoral.
ESQUECERAM DA PÓLVORA
O PT ficou vendendo a imagem do candidato Marcus Alexandre (PT) como a “bala de prata” contra a oposição, mas esqueceu do principal: não colocou pólvora e espoleta no cartucho. Marcus chegou ao final da campanha sem condições financeiras para bancar o mínimo.
ERRARAM NA DOSE
Com a campanha indo para o vinagre os marqueteiros entraram para o caminho do desespero e optaram por bater e bater no candidato Gladson Cameli (PROGRESSISTA). Tiraram o Marcus Alexandre (PT), inclusive, do seu perfil de um político equilibrado. Pancada não resolve nada.
É A GRANDE INTERROGAÇÃO
Como vai ficar o clima no PT depois da eleição, é a grande interrogação. Um horizonte se vislumbra: não há mais lugar no partido para o Jorge Viana (PT) e o Ney Amorim (PT), por tudo o que aconteceu ao longo da campanha envolvendo ambos. Não existe mais conciliação.
O INVERSO DO PREGADO
Os dirigentes do PT sempre mostraram a oposição como um saco de gatos, cada um com seus interesses pessoais. Mas deu tudo errado. Quem chegou ao fim da eleição como um “saco de gatos” foi o PT, e a oposição unida em torno dos seus candidatos a governador e a senador.
ELEIÇÃO TRANQUILA
Não aconteceu nenhum fato envolvendo os principais candidatos a governador e a senador que possa ser colocado na conta de algo anormal. Um ou outro desacerto. Até aqui, calmo.
MIGROU EM MASSA
Ao longo desta disputa um fato deve ser registrado: os principais empresários acreanos, que sempre estiveram nos palanques do PT, aderiram em massa à candidatura do Gladson Cameli (PROGRESSISTA) ao governo. Entidades de classe seguiram o caminho. Tudo pesou a favor da oposição. E todos os ventos sopraram contra os candidatos majoritários da oposição.
CAMPANHA LISA
Em relação às campanhas anteriores esta pode ser considerada uma campanha lisa. Os candidatos ao governo tiveram o básico. Quem teve mais recursos foram os candidatos ao Senado e à Câmara Federal, por conta do Fundo de Campanha. O resto foi uma pindaíba só.
NENHUMA INFLUÊNCIA
Ao contrário do que se pensava no início da campanha, a escolha do ex-secretário de Segurança, Emylson farias (PDT), para vice na chapa do Marcus Alexandre (PT), não teve nenhum peso negativo. O fracasso da campanha se deve ao cansaço do povo com o governo petista e o desejo de mudança. Foi basicamente isso.
DEBATE NA TV-ACRE
O debate de ontem na TV-ACRE, com certeza, não tirou votos de ninguém, mas deu sono.
ÚLTIMO TIRO DA MACACA
O debate de ontem foi o chamado “tiro da macaca do PT”, para o seu candidato a governador, Marcus Alexandre, virar o jogo. Fracassou de novo a tese de que massacraria os adversários e viraria herói. Entre mortos e feridos escaparam todos e saíram do tamanho que entrarem.
BOA DEFINIÇÃO
Quem bem definiu o debate foi o colega Luciano Tavares: “há uma certa diferença entre debater e tentar dar lição de moral….Candidatos precisam entender que não vão á TV para dar conselhos como se fossem portadores da verdade ou pai de seus adversários…”.
DUAS CANALHICES
A edição de uma fala do Jorge Viana (PT) para dar a impressão que é contra pobre ter carro e outro vídeo em que aparece o Marcus Alexandre (PT) numa enchente e o Gladson Cameli (PROGRESSISTA), numa piscina, como se tivesse sido feito no mesmo dia. Duas canalhices.
TIRO PELA CULATRA
O protesto das mulheres do PT, que tinha o objetivo de desmoralizar o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), com agressões pessoais, acabou sendo um tiro saindo pela culatra. Não só não funcionou politicamente, como ajudou Bolsonaro a subir nas pesquisas do IBOPE e DATA-FOLHA. Agressão, tentar atacar a honra de adversário político, não dá votos, mas tira.
NÃO SABE DE NADA
O governador vive cercado de assessores lhe dizendo amém e sim senhor. Este foi o grande erro da sua administração. Abandonou os aliados mais independentes ao longo do seu mandato. Um governo não se faz com bajuladores. Não sabe de nada do que ocorreu nos bastidores desta eleição. Raros foram os deputados dos partidos nanicos, todos com cargos no seu governo, que não o traíram e não abandonaram as candidaturas do Jorge Viana e do Marcus Alexandre. Falo do que conheço, estou em todas as sessões na ALEAC. Alguns, não só não trabalharam para as candidaturas majoritárias, mas ainda detonavam o governo. Justificaram como troco às candidaturas de secretários do estado a deputados. Mesmo com papagaio, periquito, mulher e filhos empregados. Alguns até as mães. Mas, o governador não pode reclamar. As escolhas foram suas. Acompanhei vários governo e nunca vi um rosário tão grande de infidelidades políticas, como a que aconteceu nesta eleição para com o governador. Fim de um ciclo. O poder não é eterno. Alguns secretários pensaram que sim. Depois de domingo vão acordar para a realidade.
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