Prints de conversas de Whatsapp atribuídas ao presidente regional do PDT, o ex-deputado Luiz Tchê, que vazaram na tarde de terça-feira (02), revelam que o partido que indicou o ex-secretário de segurança pública do Acre, Emylson Farias, para disputar as eleições como vice na chapa do candidato ao governo do Acre, Marcus Viana (PT), estaria negociando apoio à candidatura de Gladson Cameli (Progressistas) que vem liderando as pesquisas eleitorais no Estado.
Procurado pela reportagem, Luiz Tchê negou qualquer tipo de negociação, disse que jamais manteve conversa sobre negociação com a oposição e afirmou que os prints seriam um tipo de armação para prejudicar sua candidatura e desestabilizar a unidade dos partidos que integram a Frente Popular do Acre (FPA), coligação comandada há 20 anos pelo Partido dos Trabalhadores (PT). “Os culpados vão responder na Justiça por esta armação”, disse Luiz Tchê.
Em um dos prints atribuídos a Tchê, o dirigente do PDT destaca: “Fiz a reunião com o riquinho (Gladson Cameli). Seremos valorizados”. O outro participante da conversa afirma que “não tenho dúvidas da vitória dele. Tudo Está levando a essa glória”. Os pedetistas fazem ainda comentários sobre a candidatura de Jorge Viana (PT). “E o Jorge? Como caminhamos?”, questiona o interlocutor. Tchê responde: “Vai morrer abraçado com outro, não com a gente”, enfatiza.
O presidente do PDT ressalta que, ao contrário de Jorge Viana, “Ney é parceiro, sabe ser generoso. Ele sabe o que é campanha de verdade. Tudo garantido conforme combinamos”. Os pedetistas combinam ainda estratégias para cooptar os apoiadores do candidato a deputado estadual Rafael Almeida, que teve o registro de candidatura cassado pelo TSE, mas estaria mantendo a campanha nas ruas, confiante em um recursos após a confirmação de sua vitória nas urnas.
“Estamos avançando e temos que garantir a nossa eleição”, diz Tchê. O interlocutor responde: “Eu estou fazendo tudo conforme orientado. Tem peixes de excelência do Rafael Almeida chegando com a gente. Fiz todas as falas e se empolgaram”. Tchê parabeniza o aliado e afirma: “Confio em você”. As conversas se estendem ainda a um comentário que seria em relação a Emylson Farias, a quem os pedetistas tratam como o filho do governador Sebastião Viana (PT).
“E tudo que acertamos será resolvido agora. Manterei o valor combinado. Você sabe o que tem que fazer, continue pescando. Esse é o nosso momento e o filho do Tião aqui não tem vez”, comenta Luiz Tchê. O interlocutor do diriente diz apenas “tô contigo”. Em outro trecho da conversa Tchê volta a comentar a desvantagem de Marcus Viana nas Pesquisas. “Não podemos perder essa eleição, tudo indica que vamos perder o governo, então vamos ganhar meu mandato”.
Para Luiz Tchê, vencer a disputa por uma das 24 cadeiras de deputado estadual seria a “única maneira de a agente seguir vivo”. Procurada pela reportagem, a assessoria negou que Gladson Cameli tenha mantido qualquer tipo de conversa com Luiz Tchê, mas não descartou que candidatos e lideranças do PDT teriam procurado o candidato a vice Major Rocha e teriam manifestado que estaria dispostas a apoiar o progressista na disputa pelo governo do Acre.
O presidente do PDT disse que o vazamento dos prints foi uma armação para prejudicar sua candidatura e ele já saberia quem seria o responsável pela exposição. “Foi uma armação e eu sei de quem e você também. Não vou me trocar por um cara desses. Ele vai ter que responder pelo que plantou. É uma propaganda minha, só pode, né? Nunca nem conversei com Gladson, nunca troquei nem uma palavra com ele de fazer negócio, não é do meu perfil”.
Segundo o dirigente partidário pedetista, “as pessoas sabem do meu caráter que eu tenho quando assumo uma bandeira, eu assumo de corpo e alma. Agora, isso aí alguém plantou e até amanhã eu já sei quem plantou, porque as coisas vazam muito rápido. Nego veementemente o conteúdo dos prints. Pode fazer uma acareação entre eu e o Gladson. Liga para o Gladson, lá. Não tem negociata, não faço esse tipo de coisa, minha vida é pautada pela seriedade”, rebate Tchê.
Questionado sobre a articulação que poderia prejudicar Emylson Farias, o vice de Marcus, Luiz Tchê voltou a afirma que, “eu tenho lado, você já viu em pedindo voto para o Gladson em qualquer lugar? Nem existe isso. Isso foi plantando por alguém que não tem interesse na nossa eleição para querer queimar a gente. Infelizmente, essas coisas não tem como apagar, mas alguém vai pagar essa conta, você pode ter certeza que alguém vai responder por isso”, finaliza Tchê.
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