Os dois candidatos que lideram as pesquisas para o Governo do Acre, Gladson Cameli (Progressista) e Marcus Alexandre (PT), movimentaram-se muito nesse final de semana. Eles estiveram em vários municípios do interior e na Capital tentando convencer os eleitores das suas propostas. Gladson andou por Tarauacá, Feijó, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Porto Walter. Enquanto Marcus também esteve em Cruzeiro do Sul e Capixaba no interior. Participou de uma grande caminhada em Rio Branco e realizou reuniões na zona rural da Capital. Por outro lado, o Coronel Ulysses, que ocupa a terceira posição nas pesquisas, andou por vários bairros de Rio Branco conversando com os moradores. Acontece que faltam apenas 12 dias para a votação e quem não andar vai se enrolar. É importante a presença dos candidatos próximos aos eleitores. Esse tempo que falta para o dia 7 de outubro contém a eternidade, como costumo escrever. Temos uma tendência revelada por várias pesquisas de uma “mudança” no comando no Estado. Mas isso não quer dizer que a eleição já terminou ou está ganha. Existe tempo para muita conversa. O problema será alguma das coligações entrar em desespero e começar a atacar o candidato da outra. Se isso acontecer a “vaca vai pro brejo” e a passagem para Manacapuru ficará garantida para os “brigões” com muita antecedência.
Carta Infeliz
A publicação do PT reafirmando a unidade do partido saiu na hora errada. Nessa altura da campanha onde existem sinais claros de desavenças entre lideranças importantes petistas uma carta dessa acaba surtindo o efeito contrário. Mostra que onde há fumaça tem fogo e, nesse caso, amigo.
Não é um Deus nos acuda
Existir divergência partidária interna na política é natural. O fato é que o PT sempre conseguiu contornar isso para a opinião pública. Aliás, com mérito. Mas com as pesquisas desfavoráveis pela primeira vez em 20 anos acredito que a direção do partido se atrapalhou. Melhor que uma carta seriam atos de campanha e o uso dos programas de televisão e redes sociais, para mostrar o esforço de restabelecer a unidade. Assim lidando com a verdade.
Reclamando faz tempo
Ainda na pré-campanha encontrei com o deputado federal Raimundo Angelim (PT), por acaso, no Aeroporto de Rio Branco. Sempre muito educado e sereno, Angelim estava taciturno naquela ocasião. Reclamava de estar sendo colocado de lado no processo de decisões do partido. Também do pouco valor que recebeu da gestão petista da prefeitura da Capital. E olha que ele não é de reclamar.
Autocrítica
Diante da possibilidade de uma derrota eleitoral para o Governo do Acre, pela primeira vez em tanto tempo, como mostram as pesquisas, o caminho do PT seria a autocrítica. Não oferecer aos eleitores mais do mesmo. As gestões petistas têm o que mostrar, mas os marqueteiros precisam saber apresentar isso. Não é por “cima da pauzada” que as coisas vão se resolver nesse momento delicado.
Culpada de tudo
Pior ainda nessa carta foi querer culpar setores da imprensa pelos acontecimentos internos do PT. No Acre, sempre a maior parte dos meios de comunicações estiveram favoráveis ao partido. Por isso, o alvo está errado. A culpa por esse momento difícil do PT acreano está nas articulações para a campanha de 2018. Mais precisamente na escolha dos candidatos majoritários.
Quanto mais mexe…
Por isso, na minha opinião, essa carta jamais deveria ter sido publicada. Teriam que tentar estabelecer a paz interna primeiramente com clareza entre todos que se sentem prejudicados. O diálogo sempre é o melhor remédio na política.
Divisão óbvia
O fortalecimento desses grupos internos do PT é uma outra questão que acabou se refletindo na atual campanha. Os militantes da DR, os da DS e outros têm divergências anteriores ao atual momento. Consequentemente cada um desses grupos têm também as suas preferências entre os candidatos ao Senado e deputados federais e estaduais. O problema é que, às vezes, um desses grupos tenta se impor ao outro para obter vantagem. E aí fica o rastrilho de pólvora aceso à confusão.
Divergências naturais
Na oposição, uma fonte me revelou que o clima entre o ex-prefeito Vagner Sales (MDB) e o atual Ilderlei Cordeiro (Progressistas) não andou muito bem numa caminhada da oposição em Cruzeiro do Sul. Acho difícil os dois restabelecerem a paz. É só esperar o final das eleições que essa divergência virá com força à tona.
Nem tanto amor assim
A gente tem visto também o candidato a vice Major Rocha (PSDB) em muitas fotos com o candidato ao Senado Márcio Bittar (MDB). Na minha percepção isso é coisa de momento. É outro caso mal resolvido que deverá produzir ainda muitas notícias pós-eleitorais.
Aprenderam?
O “disse me disse” dentro da oposição diminuiu muito em relação às outras campanhas. O nome disso é perspectiva de poder. Mas o fato a ser ressaltado é que o Gladson conseguiu a unanimidade entre os partidos como candidato ao Governo. As turbulências da pré-campanha cessaram naturalmente e todos querem garantir o seu lugar ao Sol.
Light
Tenho achado leves os programas eleitorais de TV do Marcus Alexandre (PT). Obviamente que tem criticado o adversário Gladson Cameli (Progressistas) que lidera as pesquisas. Mas tudo ainda no âmbito da política. No entanto, se subirem o tom a coisa pode ficar feia. Porque no marketing político existe uma máxima: “quem reclama já perdeu”.
Programa azul
Os marqueteiros do Gladson acertaram na elaboração dos programas de TV. Uma crítica ou outra às gestões petistas, mas o foco principal são as propostas. Obviamente que a liderança nas pesquisas ajuda a manter o tom de “paz e amor”. Mas a qualidade técnica, a arte e a redação dos programas estão eficientes.
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