A bancada acreana em Brasília deve ter uma representatividade significativa de mulheres a partir de 2019. Dos 83 candidatos a deputado federal pelo Acre, 23 são mulheres. Elas estão nas ruas. O Acre tem oito vagas na Câmara dos Deputados. Algumas dessas concorrentes aparecem fortes na opinião pública e em pesquisas internas. São elas: Mara Rocha (PSDB), Vanda Milani (Solidariedade), Antônia Lúcia (PR), Jéssica Sales(MDB), Perpétua Almeida (PCdoB) e Rosana Nascimento (PPS).
A emedebista Jéssica Sales, única mulher na atual bancada do Acre, é uma das favoritas na disputa. Fez um mandato bem representativo e com marketing bem feito. Conta com apoio de prefeituras do MDB e tem dois cabos eleitorais fortes: seu pai Vagner Sales, ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, e Antônia Sales sua mãe.
Vanda Milani, procuradora do MP do Estado do Acre, também colocou sua campanha na rua. É uma candidata com boa estrutura e apoios de candidatos a deputado estadual com potenciais de votos.
Depois de anos na telinha, a tucana Mara Rocha entra na casa do eleitor não mais por meio da TV, mas agora para pedir voto. Mara leva consigo uma boa estrutura, um número significativo de militantes e a ajuda do irmão e correligionário, o deputado federal Major Rocha, vice na chapa de Gladson Cameli, candidato a governador.
Rosana Nascimento também está na disputa. Ganhou notoriedade no Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre quando desafiou o atual governo, virou inimiga de Sebastião Viana e arrancou a CUT local das mãos do peleguismo.
Perpétua Almeida quer voltar à Câmara dos Deputados. A comunista quando foi deputada federal representou bem o Acre. Debateu temas importantes, porém resta saber se Perpétua terá capacidade de convencer o eleitor. O momento é outro. A onda conservadora crescente talvez seja uma barreira na campanha de Perpétua, que traz uma mensagem com plataforma voltada à esquerda.
Antônia Lúcia não está descartada na disputa. Evangélica, a ex-deputada tem eleitorado crente e não crente. Na propaganda, Antônia Lúcia aparece falando sobre seu trabalho enquanto foi deputada federal a favor da Defensoria Pública, principalmente.
Para o cientista político Nilson Euclides, professor na Universidade Federal do Acre, a boa aparição de mulheres no contexto político atual é uma demonstração de reação contra o machismo e a política retrógrada.
“Nós temos no Acre, mulheres com chances reais de se elegerem. A eleição de duas das oito vagas ja dá um terço. Gostaria que fosse mais, que fosse ao menos a metade. O Brasil é uma sociedade muito conservadora, machista. E está na hora de as mulheres ocuparem mais espaços de poder. E Vai ser uma tendência as mulheres de maneira mais gradativa conquistarem mais espaços no poder”, avalia o cientista político.