O governador Sebastião Viana (PT) bateu o pé, gritou de forma ensurdecedora, mas não teve jeito: Luiz Inácio Lula da Silva não será o candidato do PT à Presidência da República em 2018. A razão é óbvia: ele está inelegível por condenação em segunda instancia pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Na tarde desta terça-feira, 11, o PT oficializou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como o sucessor de Lula na chapa presidencial. Ao se fazer um retrospecto, se verá que Sebastião Viana e Haddad não têm o melhor dos relacionamentos, como é entre o vianismo e o lulismo.
Em 2015, Sebastião e Haddad chegaram a se desentender por conta da crise imigratória dos haitianos. Em maio daquele ano, Sebastião Viana alugou ônibus para enviar quase 1000 haitianos para São Paulo sem o devido conhecimento das autoridades paulistas, que reclamaram da situação.
Para elas, o governo Sebastião Viana não deu a devida oportunidade para que as estruturas de assistência social do estado e do município se preparassem para acolher os imigrantes. O petista acreano ficou ofendido com a situação e partiu para o seu tradicional palavrório.
Sebastião Viana declarou que a “elite paulistana” é “higienista” por não aceitar o envio dos haitianos. O alvo do governador eram os tucanos no comando do governo de São Paulo, mas respingou na prefeitura paulista do agora candidato a presidente.
Numa solenidade, o petista paulista declarou: “O ideal é que possamos nos organizar. São Paulo é uma cidade que recebe imigrantes do mundo inteiro todos os dias. Sabemos da questão humanitária do Haiti, mas se trabalharmos com antecedência, dando o mínimo tempo para que as estruturas do Estado e do município possam estar preparadas, é melhor.”
Haddad chegou a considerar como deselegante o debate entre as autoridades acreanas e paulistas sobre a questão migratória. Após intervenção do governo federal então capitaneado por Dilma Rousseff (PT), a situação foi amenizada, e os companheiros fizeram as pazes.
Passados mais de três anos, Sebastião Viana, caso queira ver o seu partido de volta ao Palácio do Planalto, será obrigado a fazer campanha e pedir votos para Fernando Haddad, que figura entre os presidenciáveis oriundos da chamada “elite paulistana” que ele tanto crucifica.
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