Uma triste não tão coincidência assim. No Dia da Amazônia, 5 de setembro, segundo o meteorologista acreano David Friale, tivemos a mais baixa umidade relativa do ar dos últimos anos. Apenas 14% em Rio Branco o que representa um sério risco para a saúde humana. Uma marca típica de regiões desérticas. E por que temos uma umidade tão baixa numa região cercada de florestas tropicais? A resposta é bem simples, a ação humana está destruindo a Amazônia. Raciocinem: em inglês a nossa floresta amazônica é chamada de “rain forest”, ou seja, numa tradução livre “floresta da chuva”. Então essa “secura” que estamos atravessando, em setembro, não é algo natural. Agora, temos os supostos preservacionistas do atual Governo do PT que pregam publicamente a “sustentabilidade”, mas ao mesmo tempo liberam a exploração madeireira às margens do rio Purus, em Manoel Urbano. A empresa portuguesa Cortex tem à sua disposição uma área de quase 200 mil hectares para tirar as nobres madeiras tropicais. Claro que alegam ser um plano de manejo, mas quem faz fiscalização são os mesmos que liberaram as autorizações de exploração. Um outro exemplo dessas ações “produtivas” que impactam a natureza foram os incentivos à construção de açudes na região para a criação de peixes. Muitos deles atualmente abandonados gerando mosquitos transmissores da malária. Sem falar que essas lâminas de águas artificiais interferem no regime de chuvas da Amazônia. Então o que comemorar no Dia da Amazônia? A ministra do meio-ambiente Marina Silva (Rede), nos tempos do Governo Lula, avisou sobre os riscos das construções de grandes hidroelétricas na Amazônia. Mas fizeram duas em Rondônia que alteraram o nosso regime de chuvas. Ou temos secas terríveis ou inundações trágicas. Ah, mas era preciso gerar energia para as cidades da Amazônia. Sem dúvida, mas por que não pesquisaram fontes alternativas como a solar ou a eólica? Os ricos e poderosos políticos da Amazônia mentem para a população. Alegam que estão criando alternativas para a geração empregos, mas na verdade estão se “fartando” de ganhar dinheiro com a mão de obra barata da região enquanto destroem a natureza.
E vem mais por aí
Os dois principais candidatos ao Governo do Acre que lideram as pesquisas já avisaram que irão investir no Agronegócio caso ganhem as eleições. Não tenho dúvida que isso pode ocorrer contanto que sejam plantios nos milhares de hectares que temos de áreas degradadas. Se começarem a derrubar mais floresta para plantarem soja a vida na Amazônia poderá se tornar insuportável.
Vivendo no inferno
No momento, além da baixa umidade do ar, uma fina nuvem de fumaça das queimadas está estacionada sob o céu de Rio Branco. Durante o dia um calor insuportável e um aumento constante de pessoas com problemas respiratórios. Isso para governos continuarem as suas propagandas mentirosas no exterior contraindo empréstimos que nunca chegam ao simples cidadão da ponta na forma de investimentos na qualidade de vida.
Você tem fome de quê?
Com a desculpa de gerar empregos e riquezas aos seres humanos que vivem na Amazônia continua a derrubada da floresta. O regime de chuva se altera, o calor aumenta e, consequentemente, a umidade do ar diminui. Fico a pensar que se não pararem urgentemente com essa insanidade as pessoas irão comer, beber e respirar o dinheiro desses grandes “empreendimentos”, muitos deles, patrocinados por empréstimos milionários no exterior e recursos públicos.
Não sejam hipócritas
Agora, o que me incomoda mesmo são algumas pessoas que não conhecem a realidade que vivemos aqui e postam nas redes sociais frases de efeito tipo: “salvem a Amazônia”. Um politicamente “correto” que é totalmente “incorreto”. Porque para essas pessoas faltam informações sobre a verdadeira Amazônia. Elas são usadas por grupos políticos e ONGs que estão muito mais preocupadas com o poder e o enriquecimento pessoal fácil do que com a preservação da região.
A hora da reflexão
Estamos no meio de uma campanha em que o Acre vai eleger o seu novo governador e a sua bancada no Congresso Nacional. Escolham candidatos que estejam de fato preocupados com um desenvolvimento econômico e social “saudável” do Estado. Nada contra a produção, muito pelo contrário, mas isso tem que ser feito de uma maneira que não incida no risco da destruição irreparável do nosso meio-ambiente. Afinal, o meio-ambiente somos nós mesmos. Como será possível viver numa lugar onde o ar que se respira é de péssima qualidade? A água que se bebe poluída? A comida que se consome contaminada? É preciso uma reflexão e a promoção de pesquisas para se encontrar formas para um desenvolvimento econômico na Amazônia que beneficie as comunidades, mas não destrua o bem mais preciso que temos que é a vida.
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