Tem meu respeito e meu amor quem gosta de boa música. Vale Tom Jobim, Frank Sinatra, O Teatro Mágico, ABBA, Maroon5, muito Gospel e de quando um pouco de música clássica, um bom violino e uma gaita. Ah, seu moço, há quer ter gaita.
Há que se gostar de filmes. Quase todos os tipos, exceto terror, uma boa comédia, clássicos, um pouquinho de cinema noir, filme inglês – cada vez melhores -, Bolywood e Oriente Médio (vocês precisam conhecer as produções de lá). Além disso, e se não for pedir demais, tem meu respeito que gosta de Woody Allen, principalmente se for Meia Noite em Paris (pausa para um profundo suspiro) e Match Point. E, portanto, goste de ir ao cinema, de assistir um bom filme em casa – Netflix é vida – durante a semana e também no fim de semana. Ah, tem problema gostar de filme água com açúcar? Se você assistir comigo até assisto os seus filmes de ação. E se já assistiu Cidadão Kane, moço, você tem potencial!
Também ganha pontos gostar de séries. Se na sua lista tiver Gossip Girls (calma, jovem!!) House, Game of Thrones, Scandal, Reign, The Crown, Sense8, House of Cards, Versailles, Rainha do Sul, Lúcifer, Fauda e Greys Anatomys -só para citar algumas, a gente praticamente forma um par (não de vasos, mas de amigos com muitas coisas em comum, o que já é um excelente começo).
Não podemos esquecer as séries de TV e realities sobre gastronomia e reformas em geral, além de quase todos os documentários da Netflix e GNT. E, se não for pedir demais, espero que se interesse ao menos um pouco sobre política brasileira e tenha um carinho afetuoso com a nossa América Latina. Ganha pontos se defender direitos humanos e civis (saiu de moda, né? O negócio agora é ser daquele outro lado da cerca) e, por isso mesmo, possa conversar comigo sobre homens como Mandela e Dr. King, Churchill, Desmond Tutu, Vishal Mangawaldi.
Também ficaria feliz se te agradasse, seu moço, a boa (velha e nova) filosofia (se possível Hannah Arendt, para me ensinar um pouco sobre essa mulher que tanto admiro, além de Kierkegaard, naturalmente).
Tem os livros. Os livros falam muito das pessoas. Eduardo Galeano (perdi o livro dos abraços, se você o tiver, vou adorar tê-lo de volta em minha estante). Gosto de Bonder (como diz a Raquel Eline, Bonder, Bonder, Bonder), C. S. Lewis, Ryle, Landa Coper, Amós Oz, biografias, história e antropologia urbana. Mas minha bagagem é pequena, reconheço.
Agora, se entender e gostar de história e conflitos do oriente médio, ganha umas estrelas a mais. Venho de uma linhagem de terras distantes, formada por muitos Mohammeds (aqui viraram Mamede’s e lá em casa tem dois), Abrahãos, Jacós, Josés, Moisés e profetas. Por isso, seu moço, carece que se tenha fé, muita fé em Deus, na vida, no homem, na paz impossível…
E, por favor, moço, moço, eu te peço: goste de poesia, muita poesia. Nesse mundo digital, onde as pessoas citam frases que nem sabem se são verdadeiras, precisamos (eu, principalmente) conhecer mais e mais Cecília Meirelles, Cora Coralina, Adélia Prado, Manuel Bandeira, Drummond, Rilke (infelizmente conheço muito pouco de sua obra), Salomão, Gibran (Gibran, Gibran), Florbela, entre outros. Só a assim a dureza da vida se torna mais leve.
E moço, pra ser perfeito, não precisa saber cozinhar e ter ervinhas no jardim de casa ou na sacada do apê (isso é malandragem, sabia?), basta gostar de comida boa, café, cheiro de mar, cheiro de mato, banho de cachoeira, bons vinhos e um pouco de prosa, embora saber cozinhar ajude muito.
E saiba: mulher nunca é muito discreta. Às vezes está um pouco acima do peso, é meio desajeitada com as coisas e extravagante no falar, mas somos gente boa, eu juro!
Será que é pedir demais?
Heheheehehehehehe
Hoje é sexta, quase sábado e vou sair correndo para voltar no domingo!