Mesmo levando em consideração que o Ibope nunca acertou os números finais das urnas nas disputas ao Governo do Acre, em outras eleições, a pesquisa divulgada na noite de quarta, 22, deverá “esquentar” a disputa. Isso porque os números divulgados anteriormente por institutos acreanos apontavam uma ampla vantagem do candidato Gladson Cameli (Progressistas). Como o Ibope é nacional e tem a sua divulgação nos programas da TV Globo, consequentemente, poderá influenciar os eleitores do Acre. Na primeira mostra do Ibope da disputa do Acre, em 2018, Marcus Alexandre (PT) aparece empatado com Gladson Cameli, ambos com 37%. Essa tendência de empate aparecia nas primeiras pesquisas divulgadas ainda no processo de pré-campanha. Não tenho dúvidas que esses números irão animar a militância petista e acenderão o sinal vermelho dos progressistas. O fato é que pesquisa não ganha eleição, mas serve de orientação para parte do eleitorado. Na minha opinião, o melhor para os candidatos ao Governo é esquecerem esses números e andarem pelo Estado convencendo os eleitores das suas propostas. A verdade de quem será o novo governador estará impressa nas urnas só mesmo no dia 7 de outubro. Portanto, até lá o melhor é cada um cuidar da sua campanha e não cair no “oba oba” do já ganhou.
Os tempos do jogo
O candidato ao Governo Coronel Ulysses (PSL) aparece com 8% de intenções de votos. Tem mantido em todas as pesquisas números parecidos. Se crescer nas suas intenções de votos teremos com certeza uma eleição em dois turnos ao Governo. Mas Ulysses tem dito que acredita ir ao segundo turno. Assim sempre melhor esperar as urnas.
Eternidade
Esses próximos 40 dias de campanha podem reservar muitas surpresas. Costumo escrever que numa campanha cada dia contém a eternidade. Nenhum candidato deve “cochilar” porque o cachimbo pode cair. Vamos esperar os programas eleitorais de rádio e TV e os debates entre candidatos.
Bem na fita
Janaína Furtado (Rede) aparecer com 3% de intenções de votos é uma conquista para uma vereadora de Tarauacá que entra pela primeira vez numa disputa estadual. David Hall (Avante), que quase perdeu a sua candidatura por decisão do Diretório Nacional do Avante, ter pontuado é uma vitória.
Fluir ao segundo turno
Levando em conta o favoritismo de Marcus e Gladson, segundo a pesquisa Ibope, podemos especular sobre a tendência de migração de votos no segundo turno, caso aconteça. A maioria dos votos do Coronel Ulysses devem ir para o Gladson e da Janaína e David para o Marcus. Isso numa leitura rápida de tendência ideológica. Mas obviamente que até o dia 7 de outubro, Ulysses, Janaína e David estão no jogo. A verdade só nas urnas.
Liderança mantida
A disputa para o Senado promete muitas emoções. Jorge Viana (PT) tem se mantido na liderança das intenções de votos em todas as pesquisas. Na divulgada pelo Ibope obteve 43%. Sérgio Petecão (PSD) 39%, Márcio Bittar (MDB) 34%, Ney Amorim (PT) 30% e Minoru Kimpara (Rede) 10%.
Empates técnicos
Como a pesquisa Ibope tem um número alto de variação para mais ou para menos temos dois empates técnicos na corrida ao Senado. Jorge Viana pode ter pela margem de erro entre 46% e 40% e Petecão 42% e 36%. Outro empate técnico, Bittar pode ter entre 37% e 31% e Ney entre outro 33% e 27%. Bittar está tecnicamente empatado com o Petecão e o Ney.
Muita água pra rolar
O eleitor não me parece ainda devidamente informado que poderá escolher dois senadores para dar o seu votos. As combinações de votos para o Senado parecem não obedecer critérios ideológicos partidários. Muitos votos misturados de oposição com o PT e vice versa. Quem quiser chegar ao Senado tem que apertar o passo porque os próximos 40 dias de campanha serão intensos.
Análise rápida 1
Atribuo a liderança de Jorge Viana à memória da população aos trabalhos que realizou como prefeito de Rio Branco e governador do Acre. Também conseguiu destaque na imprensa nacional pelas suas atuações no Senado. Na segunda colocação, Petecão faz sempre uma campanha leve com muito humor e trabalhou bem com as prefeituras do Estado destinando verbas.
Análise rápida 2
Márcio Bittar tem a memória eleitoral da disputa ao Governo do Acre, em 2014. Por outro lado, Ney Amorim presidiu a ALEAC durante toda a atual legislatura e tem conseguido o apoio dos deputados, até mesmo da oposição. Minoru que fez uma excelente gestão na UFAC depende de se tornar mais conhecido no interior do Estado para ver as suas chances aumentarem.
Façam suas apostas
Ninguém ganhou e ninguém perdeu com a pesquisa Ibope. São números que certamente serão questionados pelos candidatos. A verdade sobre o Governo e o Senado só será escrita nas urnas no dia 7 de outubro. Mas as eleições do Acre sempre são muito disputadas e a campanha decolou definitivamente. No final de semana, virão novos números do Instituto Data Control. Mais decepções e mais comemorações. O meu conselho aos candidatos, vou repetir, é esquecerem as pesquisas e trabalharem o mais presente possível junto aos eleitores para poderem escrever as suas histórias definitivas no resultado final das urnas.
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