O delegado Henrique Maciel procurou a reportagem de ac24horas na manhã desta terça-feira (21) para denunciar o que ele classifica como possível perseguição política dentro da Polícia Civil do Acre. Maciel, que prestava serviços no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), afirma que foi transferido após ir na convenção do candidato ao governo do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), que aconteceu no dia quatro de agosto, no Sesc.
“É uma pequena maldade que eu não gostaria de deixar passar barato. Eu estava no Cioosp, ali na secretária de Polícia Civil, e fui para a convenção do Gladson no dia 4. Para minha surpresa, passou o final de semana e o feriado de segunda-feira, quando foi na quarta-feira, o delegado Vanderley, que também é secretário de segurança, me chamou lá e disse que eu seria transferido. Logo imaginei que seria em razão de eu ter ido na convenção da oposição”, diz Henrique Maciel.
O delegado destaca que o secretário de segurança, Vanderley Thomas não falou explicitamente que os motivos seriam políticos, “mas eu acredito que foi por eu ter ido na convenção do Gladson, isso eu não tenho dúvida”. Henrique Maciel denuncia ainda que após tomar conhecimento de sua transferência, ele entrou com um pedido para gozar férias, já que teria vários períodos vencidos e acumulados nos últimos anos em que despenha a função de delegado.
“Eu entrei com pedido de férias, mas estranhamente, eles negaram. Suprimiram meu direito de tirar pelo menos um dos vários períodos de férias que tenho acumulado. Hoje foi publicado no Diário Oficial, eles me jogando no plantão de 24 por 72 horas na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Proteção ao Menor. Eu estava no Ciosp, como nunca me defini para ficar do lado deles, deixando evidente que sou oposição, isso aconteceu”, destaca Maciel.
Henrique Maciel informa que foi ao evento político acompanhado do delegado aposentado Messias Ribeiro. “Eu até comentei com o Messias que poderia ocorrer isso. Volto a afirmar que o secretário não disse que minhas transferência seria por motivos políticos, mas Acredito que a razão principal foi minha decisão de apoiar o Gladson Cameli. Sempre ouvi falar que existia perseguição a servidores, mas jamais eu poderia imagina que seria vítima”, desabafa.
Segundo Henrique Maciel, a suposta perseguição política estaria sendo motivada pelo fato de o delegado e ex-secretário de segurança do Acre, Emylson Farias, figurar como candidato a vice-governador. “É muita coincidência que o delegado que presta serviços há 25 anos na polícia, sem nenhum histórico negativo, sempre desempenhando suas funções sem interferência externa seja transferido de uma hora para outra e tenha até mesmo negado seu direito de gozar férias”.
Secretário nega perseguição política
Procurada pela reportagem, a assessoria do secretário de segurança pública do Acre, Vanderley Thomas, foi econômica na declaração e negou qualquer tipo de perseguição ao delegado Henrique Maciel. Segundo a assessoria, o gestor informou que “não há qualquer ligação e a transferência se dá pelo fato de mudança o próprio Ciosp e para uma melhor prestação de serviço a população”.
Minutos após a publicação desta matéria, o secretário resolveu encaminhar uma nota de esclarecimento:
O planejamento estratégico de combate à criminalidade da Secretaria de Segurança Pública(Sesp) prevê a intensificação das ações do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP) no âmbito preventivo e investigativo.
As demandas operacionais aumentaram na proporção em aumentamos o efetivo nas ruas e intensificamos as operações direcionadas a prisões e apreensão de ilícitos.
Polícia Civil decidiu pelo envio de mais um delegado à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher para suprir demanda daquela delegacia e, por isso, solicitou a Sesp a devolução de um delegado cedido a Sesp.
A autoridade policial em questão foi apresentada a sua instituição de origem e as atividades inerentes ao Ciosp estão sendo cobertas por outra autoridade policial sem prejuízo das funções já anteriormente exercidas.
A necessidade de solicitar o retorno de policiais que estavam cedidos a outros órgãos também foi colocada em prática pela Polícia Militar que solicitou o retorno de policiais militares que estavam cedidos a instituições como o Ministério Público, o Poder Judiciário, a Prefeitura e o próprio Gabinete Militar.
A remoção do Del Henrique ocorreu por questões exclusivamente administrativas com o firme objetivo de prestar um serviço de qualidade à população.