Uzir Santos de Lima, servidor público do Estado do Acre há 10 anos, passou os últimos seis meses planejando sua campanha de deputado estadual pelo PSB fundamentado na já cansada estratégia política atual de apresentar ao eleitor um discurso cheio de novidades e chegou à conclusão de que não há nada mais novo do que se apresentar como o representante legítimo da comunidade dos cornos do Acre na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Zé do Boi será o nome político de Uzir. O personagem, que aparecerá vestido de boi com um chifre e carregando uma carroça, é resultado da vida real. Uzir não tem cerimônia alguma de dizer que foi traído por sua ex-mulher. Reclama apenas que se envergonha de ser vítima de uma traição que envolveu um japonês. “Peguei chifre de um cara japonês. Ele ia buscar a mulher em casa. No dia que eu não saí, eu descobri que era corno. O pior é que todo japonês tem p… bem pequeno. Perder para um japonês é que foi vergonhoso”, conta.
O conjunto do marketing que envolve Zé do Boi já foi montado. Sujeito de fala simples, ele vai caminhar pelas ruas do Acre e em lugares de grande fluxo de pessoas com roupa de boi e servindo sal.
Apoiadores não faltam. Parte da Associação dos Cornos do Acre já adotou Zé do Boi não só como símbolo da entidade, mas como candidato a deputado. Fazendeiros também estão dispostos a ajudá-lo, afirma.
Apesar de um personagem cômico ser um meio para chegar ao parlamento, ele leva a sério a candidatura e acredita que pode ser eleito. “Só no Acre daria para eleger um governador com os votos dos cornos. Na verdade, eu queria uma ideia para lançar uma coisa nova. Eu não ia sair sem ter ideia. E essa foi a ideia”, diz.