Três vereadores de Rio Branco e um secretário da prefeitura da Capital foram homenageados pelas suas atuações destacadas por duas entidades que estão sendo investigados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, que suspeita que os diplomas de mérito concedidos pelas empresas União Brasileira de Divulgação (UBD), de Pernambuco, e o Instituto Tiradentes, de Minas Gerais, estariam sendo comprados por políticos com recursos públicos.
A investigação das duas empresas foi revelada pelo programa Fantástico da Rede Globo. Para provar a falta de critérios das duas empresas na emissão dos diplomas de mérito, a emissora de TV negociou e conseguiu comprar para um jumento um dos prêmios de 100 melhores prefeitos do Brasil, junto a UDB, a mesma empresa que concedeu o título de terceiro melhor secretário de saúde de capital do Brasil para Oteniel Almeida, secretário de saúde da Capital.
Oteneil Almeida recebeu a premiação no mês de fevereiro deste ano. Na oportunidade, o gestor disse que “esse prêmio nos incentiva a avançar cada vez mais na melhoria da prestação dos serviços para a população”. Já o jumento Precioso, que foi homenageado pela mesma empresa que concedeu o prêmio a Oteneil, pagou R$ 1.480 para UDB para receber um título de um dos 100 melhores prefeitos do Brasil e ainda apareceu em rede nacional.
Em 2017, três vereadores de Rio Branco também foram homenageados por uma das empresas investigadas acusadas pelo MPRS. O Instituto Tiradentes, com sede em Viçosa-MG, concedeu medalhas de vereadores mais atuantes em todas as capitais brasileiras a Jakson Ramos (PT), Roberto Duarte (PMDB) e Elzinha Mendonça (PDT). A premição foi divulgadas em jornais locais que informaram que os vereadores estariam bem avaliados entre os munícipes.
À época, Jakson Ramos deu a seguinte declaração: “É com grande satisfação que recebo essa premiação, após uma pesquisa de opinião pública, principalmente por se trata de um instituto de renome nacional. Fui o segundo legislador mais atuante na cidade de Rio Branco no critério de atuação parlamentar; fala está dada pela população da capital”. A entrega das medalhas aos vereadores da Capital aconteceu durante um seminário realizado em Belém, no Pará.
Segundo a reportagem exibida da Rede Globo, um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul mostra que só no estado o Instituto Tiradentes faturou R$ 116 mil em 2016 e 2017, com três eventos. Para o MPRS, os eventos para conceder honrarias supostamente pagas com dinheiro público estariam sendo mascarados como seminários para prefeitos, vereadores e gestores. A suspeita é que exista um conluio entre as empresas e os agentes públicos.