Sempre disse que o segundo voto do Senado é terra misteriosa e insondável. E que tudo pode acontecer na campanha. Até o inesperado. E acabou acontecendo em Sena Madureira. O prefeito Mazinho Serafim (MDB) declarou ontem à coluna que, já definiu o seu segundo voto e apoio para senador: “sou Ney Amorim de cabo a rabo. A minha campanha será centrada no Ney e no Sérgio Petecão, aqui em Sena e onde conseguir votos”. É um fato dos mais relevantes desta campanha de senador, pelo ângulo de que o prefeito Mazinho é do MDB, que tem como candidato ao Senado, Márcio Bittar, e o deputado Ney Amorim disputa a eleição pelo PT. “Não respeitaram a minha mulher, indicada para primeira suplente do Márcio Bittar, então, não vou respeitar a candidatura do MDB”, explicou um decidido Mazinho. A coluna tem informação de que a maioria dos deputados e candidatos da oposição já fecharam o segundo voto de senador para o Ney Amorim. Mazinho já tinha causado um estrago na chapa de candidatos a deputado estadual pelo MDB, ao levar a sua filha Tamires Serafim, para ser candidata á ALEAC pelo PMN. E o prefeito Mazinho (foto) é daqueles políticos que quando dá a palavra é por cima de pau e pedra e nenhuma pressão o faz retroagir. Esta decisão vai render discussões na oposição.
MARCUS ALEXANDRE, O SOBREVIVENTE
A FPA não pode cobrar mais do candidato ao governo, Marcus Alexandre (PT), do que ele já fez e está fazendo até esta fase da campanha. Fosse outro nome do PT não estaria havendo mais nem disputa, já estava acomodada na Balsa para Manacapuru, com o varejão na mão. É uma barra pesada um candidato a comandar o Acre, carregar o desgaste do PT, o ônus de ser o candidato de um Governo em baixa popular nas pesquisas, a fadiga de vinte anos no poder, ter o principal nome nacional do partido, Lula, preso, sem ter como ser candidato à presidência, carregar em simbiose a pauta negativa da Segurança Pública, as suas chacinas e execuções rotineiras, fardos muito pesados para serem levados sem pagar o preço da queda nas pesquisas de opinião pública. É como colocar porco-espinho no colo e ficar acariciando. Na política nada é impossível, como Marcus reverter o quadro de queda livre da sua candidatura. Ainda temos 60 dias de disputa, muita coisa pode acontecer. Mas não será fácil reverter.
REMENDO NÃO TORNA A ROUPA
A recuperação do Marcus Alexandre (PT) nas pesquisas fica mais complicada na medida em que coloca como principais assessores de sua campanha as figuras mais carimbadas e radicais do PT. Podia ter formado uma assessoria pluripartidária, erradamente não fez. Faço o mesmo comentário que fez ontem na ALEAC, um dirigente da FPA: “remendo não torna a roupa nova”.
ADMITE QUEDA
A cúpula do PT admite em conversas internas que o candidato Gladson Cameli (PROGRESSISTA) está na frente na disputa, só não admite que a diferença seja a retratada na última pesquisa favor da candidatura da oposição. Já um avanço admitirem a realidade.
PESQUISA PARA CHAMAR DE MINHA
O governo estaria encomendando uma pesquisa à Vox Populis. A coleta de dados, segundo uma boa fonte, deverá ser terceirizada para um instituto de Porto Velho. Aliás, alguns institutos do vizinho Estado são velhos conhecidos dos acreanos e não é pela isenção.
UM CANDIDATO QUE PEGOU VENTO
Com toda esta pauta negativa no colo do candidato ao governo do PT, Marcus Alexandre, pela qual não é responsável, ele ainda tem de enfrentar o adversário Gladson Cameli (Progressista), que caiu na simpatia popular sem fazer nada de extraordinário, apenas sorrindo para o povo.
UMA CAÍDA NA MÍDIA
Até na sua divulgação oficial, que sempre foi um de seus pontos positivos, Marcus Alexandre (PT) perdeu a presença, antes sempre efetiva nas redes sociais e na mídia em geral. A impressão que passa é que bateu um desalento na sua assessoria de imprensa.
META ELEGER DOIS
O PSB tem uma chapa de 36 candidatos á ALEAC. A meta é eleger dois. O favorito disparado para ficar com uma das vagas é o deputado Manoel Moraes (PSB), que tende estar entre os três mais votados da eleição, e quem pode abiscoitar a segunda vaga é a Delegada Carla Brito.
MEMÓRIA ELEITORAL
A Delegada Carla Brito (PSB) tem a memória eleitoral da última disputa pela prefeitura de Cruzeiro do Sul, quando foi a segunda colocada, continuou em campanha e tem no ombro a mão amiga do deputado federal César Messias (PSB), cuja base principal é o Juruá.
DOIS PONTOS A FAVOR
A Delegada Carla Brito (PSB) tem pontos a favor: é mulher, tem qualificação, e mãos limpas.
RECUPERADA!
Quem deu uma bela de uma recuperada na imagem foi o senador Sérgio Petecão (PSD), que voltou ao auge popular da eleição passada. Tem hoje o partido com diretórios em todos os municípios, vários prefeitos e vereadores o apoiando, o que lhe rendeu liderança na pesquisa.
BRIGA DE FOICE NO ESCURO NO MDB
A combativa deputada Eliane Sinhasique (MDB) reconheceu ontem numa conversa na ALEAC, que com a saída da candidata à deputada Meiri Serafim (MDB) da chapa a disputa por uma vaga será mais acirrada. E não avalia mal. A primeira vaga ficará com a ex-deputada Antonia Sales (MDB) e pela segunda vaga brigam Eliane Sinhasique, Roberto Duarte e Jairo Carvalho.
DEVE SER CONSIDERADO
Um fator que deve ser sempre levado em conta quando se avaliar a candidatura ao Senado do Márcio Bittar (MDB): nunca disputou uma eleição com tanta estrutura como a que disputa agora. Está tendo o mesmo tratamento financeiro pela direção nacional dos demais candidatos a senador do Norte. Por isso é bom não o colocarem fora deste embolado jogo da disputa senatorial.
MDB APOSTOU ERRADO
O problema do MDB é que a sua cúpula fez uma aposta errada. Acreditou até o apagar das luzes que o PROGRESSISTA viria pelo beiço para uma coligação e não ocorreu. Redundo numa chapa de cabeça forte e o resto do corpo fraco. O MDB tanto usou o cachimbo que ficou de boca torta.
NÃO MOVEU UMA PALHA
Mesmo pressionado o candidato ao governo, senador Gladson Cameli (PROGRESSISTA) não moveu uma palha para o seu partido se coligar com o MDB. Tinha informação que se agisse neste sentido, haveria uma debandada na chapa do PROGRESSISTA. Resolveu não arriscar.
NÃO CHAMEM
Favor não chamar para a mesma mesa o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (MDB), e o ex-deputado José Bestene (PROGRESSISTA). Na última reunião para discutir uma aliança, na sede do MDB, aconteceram trocas de agressões verbais e Bestene foi convidado a se retirar.
PERGUNTA AO MPE
Um leitor me mandou a pergunta e transfiro para o Ministério Público Eleitoral: “Luis Carlos, o interior de uma igreja pode ser transformar em palanque eleitoral para políticos em campanha”? Refere-se o que aconteceu esta semana em uma igreja evangélica. Pergunta feita.
NÃO MISTURA
Num ponto o Pastor da IBB, Agostinho Gonçalves, que atua na política apoiando candidatos com os quais se identifica, não mistura o ministério com campanha. Não abre a porta da sua igreja para comício político. Faz a sua campanha fora da órbita do templo da IBB.
O JONAS SABE DISSO
O deputado Jonas Lima (PT) chegou a propor ao candidato ao governo, Marcus Alexandre (PT), que não sairia á reeleição e se dedicaria a coordenar a sua campanha no Juruá. Foi vetado pela cúpula petista, que nunca escondeu não gostar do parlamentar. O PT está levando um sacode da oposição no Juruá.
O NOME JÁ DIZ
Quando é Comissão Provisória o Diretório Nacional pode dissolver a qualquer momento sem que para isso seja preciso apresentar justificativa. Foi o que aconteceu com o AVANTE, no Acre. E não vejo brecha jurídica para o diretório regional dissolvido reverter o ato da nacional.
AFUNILADO EM QUATRO
A disputa para o governo, que começou com seis candidaturas, acabou em quatro nomes. Marcus Alexandre (PT), Janaína Furtado (REDE), Marcus Alexandre (PT) e Ulisses Araújo (PSL).
PESQUISAS VÃO DIZER
Se as pesquisas continuarem na mesma evolução poderemos ter turno único para o governo.
OSSO DURO DE ROER
Mesmo o PCdoB tendo entrado na coligação com o PT só com o bônus, ainda assim não será fácil derrotar o deputado Jonas Lima (PT). É que o Jonas nunca foi beneficiado pela máquina do PT em suas campanhas, ao contrário, sempre se elegeu à custa do próprio esforço.
NÃO MEXE NO QUADRO
Mesmo com a candidatura da irmã do ex-prefeito de Sena Madureira, Mano Rufino (PSB), para a ALEAC, não muda o quadro de favoritismo para o governo a favor da oposição no município.
OBRAS DO GOVERNO
Alguém desavisado que assiste as postagens do candidato a deputado estadual, Edvaldo Magalhães (PCdoB), fica com a falsa impressão que as obras no município do Jordão foram realizadas com seus recursos, quando na verdade se trata de recursos federais e contrapartida do governo.
DAR UMA MÃO
Já que falamos dos comunistas, o vereador Eduardo Farias (PCdoB) abriu mão da candidatura a deputado estadual para apoiar a reeleição do deputado Jenilson Lopes (PCdoB). Eduardo nunca foi bom de voto, mas seu apoio é melhor que um chute no saco.
POUCA VISIBILIDADE
A campanha da candidata à deputada federal, Vanda Denir (SD), peca pela pouca publicidade na mídia. Numa campanha, o candidato ou aparece ou desaparece. Não há alternativa.
PONTA DO ICEBERG
A declaração bombástica do prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim (MDB), de que vai apoiar no segundo voto o candidato petista ao Senado, deputado Ney Amorim, é só a ponta do iceberg do que está acontecendo nos bastidores na corrida pelo segundo voto. Por tudo isso é que volto a reiterar que a campanha para as duas vagas de senador está longe de ser decidida.
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