O aumento crescente da criminalidade no Acre nos últimos quatro anos fez aumentar não apenas o índice de pessoas assassinadas. O estado também experimentou no período um crescimento constante em sua população carcerária, cujas unidades prisionais são dominadas por facções criminosas na guerra pelo controle do tráfico de drogas.
De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2018 o total de pessoas nas cadeias do Acre chega a 6.915. Quatro anos atrás, era pouco mais de 5.000. Dados nacionais colocam o Acre como o dono, proporcionalmente, de uma das maiores populações carcerárias do país.
Um dado chama a atenção: com quase o dobro da população do Acre, o vizinho estado de Rondônia (1,8 milhão de habitantes, segundo o IBGE em 2017) tem registrado 8.598 pessoas presas em suas unidades prisionais. Ou seja, Rondônia tem pouco mais de 1,6 mil detentos do que o Acre, com 829 mil moradores.
Outra diferença de Rondônia foi a capacidade de reduzir o número de presos provisórios, aqueles que estão atrás das grades mesmo sem uma sentença condenatória. Lá, apenas 20% do total da população carcerária aguarda julgamento; no Acre ela chega a 36%, conforme os dados do CNJ.
Em resumo, o Judiciário rondoniense tem sido mais célere em analisar e julgar os processos criminais, evitando, em alguns casos, que inocentes estejam privados da sua liberdade.