A política tem algumas ironias ideológicas contraditórias. A indicação do General Mourão (PRTB) como vice do presidenciável Bolsonaro (PSL) cria uma situação curiosa para a FPA que dá sustentação para o candidato ao Governo Marcus Alexandre (PT). O PRTB integra a FPA desde que Lira Xapuri (PRTB) desistiu da sua candidatura a governador. Então indiretamente a chapa presidenciável Bolsonaro-Mourão estará representada no palanque de Marcus. Um fato que deve causar calafrios aos esquerdistas mais tradicionais. Mas o vale tudo que se estabeleceu nos últimos no Brasil para ganhar eleições é capaz de gerar esse tipo de aberração. Não existe mais uma coerência ideológica e programática na escolha dos partidos para uma coligação. O mais importante são os apoios que podem trazer votos mesmo que se tratem de partidos diametralmente opostos nas suas propostas. A FPA não pode alegar desconhecimento da orientação ideológica do PRTB quando aceitou-o na sua coligação, mesmo antes de apoiar o Bolsonaro. O partido é praticamente um feudo do seu presidente nacional Levy Fidelix que nas campanhas à presidência da República que participou sempre manifestou posições nacionalistas de extrema-direita e um anti-petismo radical. Mesmo assim a legenda estará balançando bandeira para Marcus Alexandre no Acre. Quando desistiu de ser candidato ao Governo do Acre, Lira Xapuri chegou a comentar que teria sido tratado como um príncipe pelos caciques da FPA. E assim segue o jogo na política acreana.
Palavra do PRTB
O presidente do PRTB do Acre, Lira Xapuri, confirmou que o partido irá apoiar simultaneamente Bolsonaro à presidência e Marcus Alexandre ao Governo. “Quando o Levy desistiu de ser candidato e autorizou o Mourão ser vice do Bolsonaro teve um acordo para não interferir nas alianças nos estados. Tanto que o PRTB me manteve na presidência regional porque acredita que posso me eleger deputado federal. O Levy é um pai pra mim e o General Mourão uma referência política. Então nosso grupo irá apoiar o Bolsonaro por uma questão de gratidão, mesmo a gente estando no palanque do candidato do PT ao Governo do Acre,” afirmou Lira Xapuri.
Chance única
Lira também me contou que será candidato sozinho a deputado federal porque não quis entrar em nenhuma das coligações oferecidas ao seu partido pela FPA. Assim o PRTB manterá o apoio a Marcus Alexandre e terá outros 14 candidatos a deputado estadual.
Propagandeando os aliados
Lira explica porque, na sua opinião, o Bolsonaro é importante para o Brasil e o Marcus para o Acre. “O Bolsonaro será o maior presidente da história porque vai colocar o Brasil nos trilhos com o seu pulso firme. E o Bolsonaro ganhou muito com a aliança com o PRTB que está forte no Brasil todo, e o Acre é um exemplo disso. Por outro lado, eu conheço bem a BR 364 onde foram feitas várias pontes nos tempos do PT. Agora, esse pessoal da oposição não consegue fazer nem a ponte de Rodrigues Alves. O Marcus Alexandre é um grande gestor só por ter feito essa rodovia (BR 364). Então entendo que o Marcus sendo governador, o Bolsonaro presidente com o Mourão como vice, nós vamos buscar muitos recursos para transformar o Acre num verdadeiro canteiro de obras de desenvolvimento social e econômico,” definiu Lira.
Lembrando
Obviamente que o candidato oficial ao Governo do Acre do Bolsonaro é o Coronel Ulysses (PSL). Mas haverá essa tendência curiosa de um grupo político, mesmo pequeno, dividido entre os apoios ao PT de Marcus e do presidenciável militar.
Cartilha
Parece que o PT continua a seguir pela mesma cartilha que lhe custou a derrubada da presidente Dilma Rousseff (PT). Não escolhendo os seus aliados por identificação programática sempre corre o risco de tomar uma rasteira durante o processo. Assim chegou Michel Temer (MDB) à presidência da República apoiado por quase todos os partidos que eram da base parlamentar de Dilma no Congresso Nacional. Parece que não aprendem mesmo.
Mudando de lado
Também me chegam informações de que o governador Tião Viana (PT) demitiu parentes do ex-deputado Élson Santiago (PTC) que ocupavam cargos comissionados no seu Governo. Agora, apoiando o candidato de oposição Gladson Cameli (PP), Élson já foi presidente da ALEAC por influência do PT e assessor especial de Tião durante quase todo o seu segundo mandato.
Fidelidade
O PC do B não tinha para onde ir na disputa de deputado estadual. Ninguém queria os comunistas nas chapas formadas na FPA. Então o PT, por uma questão de reconhecimento histórico da lealdade do PC do B, segundo me disse o deputado estadual Daniel Zen (PT), irá se coligar com o partido. “Essa deslealdade não podemos cometer com o PC do B,” finalizou Zen.
Degola
Por outro lado Zen admitiu que existe um certo receio de que a entrada do PC do B na chapa do PT possa custar uma ou duas cadeiras para os “companheiros”. Zen acredita que a coligação deve eleger quatro deputados, mas existem candidaturas fortes dos dois lados. Entre os petistas o próprio Zen, Jonas Lima (PT), Leila Galvão (PT), Lourival Marques (PT) e Jackson Ramos (PT). Entre os camaradas Jenilson Leite (PC do B), Edvaldo Magalhães (PC do B) e Eduardo Farias (PC do B). Cabeças de favoritos irão rolar sem dúvidas.
Segue o líder
Não tem como separar as eleições proporcionais das majoritárias. Se as pesquisas publicadas até agora que colocam Gladson a frente de Marcus se confirmarem nas urnas a tendência é a oposição eleger mais deputados federais e estaduais que a FPA. No entanto, se houver uma reviravolta a FPA deverá ter mais representantes na Câmara Federal e na ALEAC. Tem sido assim em todos os lugares. Em outros estados a eleição presidencial acaba influenciando bastante os eleitores na escolha dos seus deputados federais e estaduais. Mas essa regra tem um peso bem menor no Acre. Por aqui a política regional é muito mais forte do que a nacional. Então quem vai puxar a fila da maioria dos eleitos para os parlamentos nacionais e estaduais será o candidato a governador que estiver melhor durante a campanha.
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