Um debate no grupo no WhatsApp da Adepol (Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre) revela o posicionamento de delegados a favor do candidato governista Marcus Viana por causa de seu vice, o também delegado, ex-secretário de Segurança Pública, Emylson Farias (PDT), e uma rejeição, com ar de antiga rivalidade entre instituições policiais, ao candidato da oposição devido ao seu vice, o deputado federal Major Rocha (PSDB), oficial da Polícia Militar do Acre. Os prints das postagens foram enviados à redação de ac24horas.
O delegado Ariosto comenta: “Se a oposição ganhar as eleições nós vamos enfrentar situações piores que essa. Esse filme já passou no Acre. Eu já vi. Dizem que o Rocha é quem vai mandar na Segurança Pública. Não gosto do PT. Mas a oposição é um lixo”.
Abaixo, o delegado Josemar Pontes avalia que a postagem de seu colega “é bastante objetiva e lúcida. Esse é o quadro”, afirma.
Procurado, o delegado Josemar não quis comentar o conteúdo. Se resumiu a dizer que “todas as postagens que eu faço no grupo, eu faço como associado, não como gestor”.
A delegada Sônia Ribeiro também aparece dando sua opinião no grupo. Ela é a favor do corporativismo político. “Nós temos que lutarmos pelo fortalecimento da nossa classe, enquanto delegados de polícia, temos que nos unirmos e tomarmos uma posição, senão estaremos fadados ao desaparecimento dos delegados de polícia. A união faz a força e a diferença.”
A delegada disse ao ac24horas que sua opinião foi no sentido de torcer por melhorias de sua categoria. Ela afirmou que sequer tem candidato e só vai decidir em quem vai votar a partir dos debates na TV.
“Eu quero o melhor para o nosso Estado. Quando eu falei que nós estávamos fadado é sobre a valorização do delegado em nível nacional. Eu vou aguardar os debates para me decidir sobre meu candidatos.”
O presidente da Adepol, Cleilton Videira, afirmou que a associação enquanto instituição representativa dos delegados não têm candidatos, mas que cada membro tem o direito, como cidadão, de manifestar suas preferências políticas.
“Em tese a Adepol não faz campanha política, mas é composta de pessoas que tem seus posicionamentos”, afirmou.
ROCHA PAZ E AMOR
O candidato a vice-governador, Major Rocha, disse que não tem nenhuma intenção de revanchismo com os delegados de polícia e que os interesses da segurança Pública estão acima de qualquer questão política. Ele lembrou que há necessidade da união de todos contra a violência que toma conta do Acre.
Também disse que não tem nenhum interesse em ser secretário de Segurança, de Polícia Civil ou comandante da PM.
“Eu respeito a decisão de eles apoiarem quem eles quiserem. Isso é parte da democracia. O que quero dizer é que nós temos problemas graves de estrutura nas delegacias, quartéis, Ise, Iapen e Detran, e o que queremos é encontrar soluções pra esses problemas. Nós não temos sentimento de revanche. O que nós queremos é devolver a tranqüilidade às pessoas. Os delegados vão ter um papel importante na resolução desse problema grave que é a insegurança pública. Eu não faço parte de nenhuma briga institucional”, salientou Rocha ao lembrar que há vários delegados lhe declarando apoio.