Tenho acompanhado a verdadeira batalha nos últimos dias nas redes sociais entre os simpatizantes de Gladson Cameli (PP) e Marcus Alexandre (PT). Os debates entre os internautas têm dois focos principais: as convenções dos dois candidatos e as pesquisas de intenções de votos. Na minha avaliação, uma grande besteira porque nem uma coisa e nem outra garantem a vitória nas eleições para o Governo do Acre. Quem vai numa convenção é porque está decidido a votar naquele candidato. Mas não é a militância partidária que decide o resultado e sim a grande massa de eleitores que permanece silenciosa só observando os movimentos das campanhas. A mesma coisa vale para as pesquisas. Ainda é muito cedo para se ter um quadro definitivo do resultado final. Sondagens revelam uma fotografia do momento que pode mudar no transcorrer do processo conforme os acontecimentos se desenrolam. Ainda teremos dois longos meses até a votação do dia 7 de outubro. O melhor é cada um dos candidatos apresentarem as suas propostas para solucionar os graves problemas que o Acre enfrenta com a violência, a saúde pública, a falta de emprego e a educação que tem muito ainda para avançar. O resto é pura ilusão. O eleitor quer proposição e não ataques vazios que nada representam para a melhoria da sua qualidade de vida.
Traíras
Outra coisa que me impressiona é o grau de ingratidão de alguns candidatos. Tem aqueles que pertenceram a determinados grupos políticos e que depois de saírem costumam falar mal dos ex-aliados. Acho natural mudanças na política. Mas o cara mora numa casa durante muito tempo e depois só vê defeito nela? Isso não é muito decente.
Fogo cruzado
Tenho visto essa ingratidão em políticos que “mamaram” durante muito tempo nas benesses do poder da FPA comandada pelo PT e, de repente, se tornaram anti-petistas. Outros que eram aliados do senador Gladson Cameli e, agora, na primeira oportunidade proferem ofensas pessoais contra o candidato. Nada recomendável esse tipo de postura.
Agora é pra valer
O velho filósofo chinês costuma dizer que treino é treino e jogo é jogo. Terminadas as convenções a bola do jogo da campanha vai rolar com toda a intensidade. Ninguém queira fazer firula porque a torcida do eleitorado estará atenta para qualquer vacilo dos candidatos.
Candidata forte
O ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (MDB), me confirmou que a candidata a deputada estadual da família será a Antônia Sales (MDB). Provavelmente virá com uma grande quantidade de votos das barrancas do Juruá e seus afluentes. Poucos políticos conhecem tão bem a região como a Antônia. Ela é muito presente nas comunidades ribeirinhas.
Unidas
Antônia Sales e a deputada federal Jéssica Sales (MDB) têm estilos parecidos de fazer política. Sempre andando e conversando com as pessoas. Elas conseguiram brilho próprio além das influências do patriarca Vagner Sales. São fortes concorrentes à ALEAC e à Câmara Federal.
Disputas apertadas
As chapas do MDB e do PT com o PC do B serão as duas mais disputadas para deputado estadual. Alguns dos atuais políticos mais conhecidos do Acre estarão nelas. O MDB tem a Antônia Sales, Eliane Sinhasique (MDB) e Roberto Duarte (MDB) como favoritos. Na outra Daniel Zen (PT), Lourival Marques (PT), Leila Galvão (PT), Jonas Lima (PT), Jenilson Leite (PC do B) e Edvaldo Magalhães (PC do B). Para sobreviver nessas chapas é preciso muita bala na agulha.
Andarilho
O senador Jorge Viana (PT) tem andado bastante por todo o Acre desde o começo do ano. Tem visitado as comunidades mais isoladas do Estado e conseguido conciliar com a sua atuação parlamentar no Senado a pré-campanha. Possui uma memória política inegável como governador do Estado e prefeito de Rio Branco. Não será fácil derrota-lo como alguns adversários estão apregoando.
Questão de fama
Numa eleição rápida os concorrentes majoritários mais conhecidos do eleitorado levam vantagem. Por isso, Jorge Viana e Sérgio Petecão (PSD), que estão nos seus mandatos, levam vantagem sobre os demais concorrentes. A fama ajuda, mas não se pode deitar na cama porque o “bicho papão” vem pegar.
Crescendo
O ex-reitor da UFAC Minoru Kimpara (Rede) tem conseguido fazer uma campanha com poucos recursos, mas bastante presente nos municípios do Acre. Tem a vantagem de ter feito uma reitoria reconhecida pela comunidade acadêmica da UFAC. Os eleitores de Minoru são fieis por convicção e podem influenciar mais gente.
Almas penadas
Os eleitores devem ficar atentos aos candidatos que só falam mal dos outros. Por falta de propostas essas figuras parecem mais almas penadas a assombrar os seus adversários com maledicências. Se alcançarem os seus mandatos irão continuar a falar mal de todo mundo? O que podem produzir para ajudar o Acre a se desenvolver economicamente e socialmente? Nada. Querem usar os cargos por motivações exclusivamente pessoais.
Lição não aprendida
Acho que a eleição ao Senado em 2014 deveria ter servido de lição para os militantes da FPA. O Gladson Cameli teve uma votação histórica debaixo de uma das campanhas mais virulentas que assisti contra ele. O problema desses ataques é que não questionam as ideias do candidato, mas usam de preconceitos para julgá-lo em questões pessoais e familiares. Acabam criando uma vítima aos olhos do eleitorado. O resultado dessa estratégia já é bem conhecida de todos os acreanos.
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