O ativista gay Germano Marino afirmou que a Ameacre – Associação dos Ministros do Acre– pratica “chantagem eleitoral ao governo do Estado” quando diz que foi impedida de organizar a noite gospel na Expoacre. A entidade reclama de boicote.
“Chantagem eleitoral a nota da AMEACRE ao Governo do Estado, só porque não vai organizar o show gospel na Expoacre.
Nota pesada, cheia de chantagem e alegando absurdos ao Governador Tião Viana.
Só uma pergunta, a instituição que realiza o show ganha dinheiro encima (sic) disso?”, questionou o ativista.
Germano se refere a uma nota em que a entidade diz, entre outras coisas, que sofreu represálias por “se opor às políticas públicas patrocinadas pelo atual governo como: Ideologia de Gênero, aborto, erotização infantil, liberação deste drogas, entre outros”.
“Não sei onde essas pessoas vivem pra dizer que o Tião Viana prioriza ideologia de gênero (que não existe), aborto, erotização infantil e liberação de drogas. Isso além de calúnia é uma infâmia”, rebate Germano.
Posição do governo
O assessor especial de governo, Dudé Lima, um dos organizadores da Expoacre, afirmou ao ac24horas nesta terça-feira, 31, que o governo não tem nada a ver com os shows da feira. Dudé acha que há uma contenda entre os líderes religiosos pelo comando do evento gospel, e disse que a atribuição do governo é outra.
“Briga entre pastores. Em briga de pastores eu não meto. O governo não se mete nos shows, não trabalha com shows. A gente não interfere em shows”, afirmou Dudé.
O assessor do governador lembrou que a estrutura inteira dos shows não tem a participação do governo. No caso da noite gospel, a responsabilidade é dos evángelicos.
Os shows não religiosos são terceirizados, contratados por empresas, lembra. O governo trabalha, por exemplo, na organização do trânsito para o acesso ao local dos eventos no parque.
Pastor contraria Ameacre: “Não há boicote. Há mudança de organização”
Por outro lado, o pastor Celso Costa, da Igreja do Evangelho Quadrangular Família no Altar, afirmou que não há qualquer boicote do governo aos evangélicos e tampouco “retaliação política”. O que houve foi mudança na organização.
“Não tem nada a ver com retaliação política. Não houve boicote aos evangélicos. O que mudou foi o grupo de organização da noite gospel. Há algum tempo atrás quem organizava era a Ameacre. Mas tem dois anos que não organiza mais. Ano passado quem organizou foi o secretário (ex-secretário) de Pequenos Negócios, Henry Nogueira, e convidou a Ameacre pra participar. E esse ano o Dudé me chamou pra organizar. Não vejo como boicote, vejo como uma mudança de organização.”
A atração da noite gospel será o cantor Fernandinho. Antes haverá um festival de música evangélica.