O presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) no Acre, Assuero Veronez, apontou as ações de controle do Ministério Público Estadual contra os maus-tratos dos animais como responsáveis pelo fiasco da Cavalgada 2018. Para o líder pecuarista, as regras impostas para o uso de equinos na festa fez com que muitos criadores deixassem de participar.
Realizada no último sábado (28), a Cavalgada foi um fiasco de público e de participação de animais. Apenas 37 cavalos estavam inscritos. Aliado de Sebastião Viana (PT), Assuero não fez críticas diretas ao governo pelo insucesso do evento. Na atual edição, o Estado ficou de fora da organização da Cavalgada, sendo essa apontada como a principal causa para o seu fiasco.
“O pior de tudo foram as autoridades representantes do poder público, especialmente do Ministério Público, que na tentativa de coibir alguns excessos no trato dos animais provocado por excesso de bebida ou inabilidade para conduzir o animal, resolveram normatizar, estabelecendo regras para participar da festa. Ou seja, para matar o carrapato, mataram a vaca”, disse ele em entrevista à Rádio CBN Amazônia na manhã desta segunda (30).
Para ele, ao invés de punir os responsáveis por práticas de maus-tratos aos animais, as autoridades preferiram estabelecer um “manual do participante”. “O resultado? Acabaram com a festa.”
O presidente da CNA disse que, em tempos passados, a Cavalgada chegou a reunir até 2.000 cavaleiros, numa festa que mostrava toda a força do setor pecuário acreano. Nos últimos anos, afirma ele, a Cavalgada virou um business com a substituição dos cavalos pelas comitivas.
Em um tom político liberal, Assuero Veronez defendeu a desregulamentação nas atividades econômicas e sociais impostas pelo Estado, defendendo a liberdade como princípio básico. “O Acre é conhecido como a terra do não pode”, criticou ele.
“A sociedade não aguenta mais pagar para manter essa máquina enorme e ineficiente. Precisamos de um Estado moderno, enxuto, menos interventor”, afirmou. O representante do setor pecuário defendeu a retomada da Cavalgada em 2019 “com liberdade, alegria, sem o Estado policial que nos intimida e prejudica”.