Uma coluna de política tem que ser uma via de duas mãos para ter credibilidade. Depois da minha postagem anterior revelando a insatisfação de militantes de partidos da FPA com um suposto “núcleo duro” da campanha do PT ao Governo, o próprio Marcus Alexandre (PT), me ligou para dar alguns esclarecimentos. Ele garante que está cumprindo todas as agendas com os partidos da FPA. “Desde o tempo em que eu era prefeito de Rio Branco os partidos sempre tiveram acesso direto a mim. Isso continua a ser assim. Num momento em que estão se definindo as alianças para as disputas proporcionais é natural que algum dirigente partidário possa manifestar insatisfação. Mas reafirmo que estou em sintonia com o Conselho da FPA e cumprindo os compromissos assumidos,” declarou à coluna. O candidato do PT nega a existência de um “núcleo duro” para as decisões de campanha.
Ataques
Marcus Alexandre defendeu ainda os seus assessores André Kamai e Andréia Forneck. Segundo ele, os dois estão tendo um trabalho a mais com os ataques pessoais que têm recebido de alguns setores da “imprensa” e nas redes sociais. Isso os têm deixado menos acessíveis em alguns momentos. Os casos estão sendo levados para a apreciação da Justiça.
Estupidez
Não acredito que uma campanha de ataques possam resultar em algo positivo. Isso serve para todas as coligações que disputam o Governo e o Senado. Aparelhar jornalistas para falar mal de um e outro ou publicar denúncias vazias é um contrassenso que acaba criando vítimas, e como sempre tenho escrito, o eleitor adora vítimas.
Questão de estilo
Nesse sentido, nenhum dos dois candidatos ao Governo que lideram as recentes pesquisas têm um perfil político “agressivo”. Nem o Marcus e nem o Gladson Cameli (PP) são dados a ataques pessoais. Isso é um fato, mas não é fácil para eles controlarem as suas militâncias que acabam se fustigando através das redes sociais e Fakes News. É uma pena porque quem perde de assistir a um debate de alto nível é o eleitorado acreano.
Chapa da morte
O PC do B e o PT estarão juntos na disputa das cadeiras de deputado estadual. Uma verdadeira “chapa da morte” que terá cinco candidatos com mandatos. Sem falar nos que vieram de secretarias estaduais e vereadores no mandato. É uma coligação que ninguém vai se eleger com menos de sete mil votos. Aguardem.
Bucha de canhão
Mais uma vez o PC do B se rende aos encantos do PT e servirá de escada. Parece a Síndrome de Estocolmo, em que o torturado se apaixona pelo torturador. Por que qual a lógica dessa coligação para os comunistas? Na minha opinião, é aniquilar de vez o PC do B. As chances do partido eleger um deputado estadual nessa chapa são remotas.
Bom mandato
O deputado estadual Jenilson Leite (PC do B) fez um mandato bastante ativo. Andou muito por todo o Estado e ajudou as prefeituras da legenda de Bujari e Jordão. Mas terá um “confronto doméstico” com Edvaldo Magalhães (PC do B) que passou por duas secretarias como executivo, o SEDENS e o DEPASA. Numa outra coligação os comunistas teriam chances de eleger os dois, mas junto com o PT se um deles conseguir chegar já será uma grande vitória.
Alternativa
Muito melhor para o PC do B se coligar com o PSB. Não sei se os socialistas aceitariam, mas estariam numa chapa mais “parelha”. Teriam o deputado estadual Manoel Moraes (PSB) com uma provável votação significativa, mas os outros nomes são equivalentes.
Antes só…
O MDB bateu o martelo e irá disputar as cadeiras da ALEAC com chapa própria. Segundo me informaram serão 16 nomes fora os “favoritos”. Vagner Sales (MDB) ou Antônia Sales (MDB), Eliane Sinhasique (MDB), Roberto Duarte (MDB) e Meire Serafim (MDB) são os que têm melhores estruturas, mas em eleição só sabe o resultado depois das urnas abertas.
Abertura
Um passo importante que a FPA deu nessa eleição foi deixar a formação de três chapas para deputado federal. Numa delas os deputados com mandato do PT e PSB, além da pré-candidata Perpétua Almeida do PC do B. Depois uma chapa interessante com nomes como Henrique Afonso (PV), Fernando Melo (PROS), Sílvia Monteiro (PMB), Isaac Pianko (PSOL) e Merla Albuquerque (PSOL), que certamente deverá eleger ao menos um. A FPA terá ainda uma outra chapa formada pelos candidatos do PDT. Agora, é preciso esperar pra ver como a disputa majoritária irá interferir nas proporcionais.
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