Até o final das convenções partidárias, em agosto, muitos movimentos acontecerão com desistências de candidaturas e o surgimento de novas. O fato é que os partidos mais fortes têm a tendência de incorporar os menores que normalmente servem de escada para os “interesses” maiores. Os candidatos mais fracos consumidos pelos fortes. É a lei da selva de sobrevivência nas eleições. Claro que nesse movimento entram interesses imediatos e futuros. Na política tudo está à venda e os preços dependem dos acordos. Nem sempre a moeda de troca é o dinheiro imediato, mas projeções futuras de cargos e salários. E nessa dança das cadeiras que deve se intensificar nos próximos dias, Lira Xapuri (PRTB), depois de muitos ensaios, se rendeu aos encantos do PT e irá apoiar Marcus Alexandre (PT). Isso será um problema para o jurista Sanderson Moura (PRTB) que ficará sem legenda para disputar o Senado. Uma outra manobra esperada é a junção do Avante com a Rede. Mas parece que as negociações não avançaram pelo fato da Rede não abrir mão da cabeça de chapa na disputa ao Governo com a vereadora de Tarauacá Janaína Furtado (Rede). Com a implosão da chapinha de candidatos a deputado federal da oposição também poderá acontecer uma migração, nesse caso, para o PSL do pré-candidato ao Governo Coronel Ulysses (PSL). No entanto, acredito que muitas surpresas ainda virão. Tenho informações quentes de um majoritário que está “desanimado” e poderá ainda desistir da sua candidatura no transcorrer da campanha. E se um dos candidatos ao Governo disparar na ponta das pesquisas será uma debandada geral. Aguardem.
Expectativa
Bocalom (PSL) apostou todas as suas fichas na candidatura ao Governo de Ulysses. A prometida vinda do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ao Acre para impulsionar o seu grupo político ainda não aconteceu. E será que vai? Bolsonaro deve estar cheio de compromissos e vir para o Estado que representa 0,3% do eleitorado nacional não deve ser prioridade.
Questão de lógica
Bocalom tem que correr atrás se quiser chegar à Câmara Federal. No Acre, candidatura de deputado federal é quase majoritária por serem apenas oito cadeiras. Diferente é ser candidato majoritário em que todos trabalham por um. Nas proporcionais é salve-se quem puder e cada um colocando farinha no seu pirão.
Profeta ignorada
“Um profeta não é reconhecido na sua terra”. Esse ditado vale para a presidenciável Marina Silva (Rede) no Acre. É inacreditável a maneira como a ex-senadora acreana é tratada na mídia acreana e nas redes sociais. Podem gostar ou não da Marina, mas ela é a política mais importante do Estado a nível nacional e internacional. Fico impressionado como distorcem as suas palavras.
Arremedo
Não entendi que a Marina defendeu a política do atual Governo do PT em relação a segurança pública. Mas que colocou a educação e outras ações sociais como preventivas para conter o fluxo de violência no Acre. Criticar a falta de segurança nas fronteiras é óbvio. Agora, sem perspectivas de futuro qual será o destino dos jovens acreanos?
Preço a pagar
O fato do marido de Marina, Fábio Vaz, ter ligações com o atual Governo petista sempre deixará dúvidas sobre a sua independência ideológica. Mas considero isso uma estupidez. Marina tem sido coerente ao longo da sua vida pública com a sustentabilidade como ponto principal de chegada. Não vejo no Fábio o guru da Marina. É um casal moderno e cada um tem o seu rumo a seguir e ponto.
Educação é a saída
Entre os políticos acreanos que concorrem às eleições de 2018 vejo alguns que se dedicaram à educação ao longo das suas vidas públicas. O ex-reitor da UFAC Minoru Kimpara (Rede), o senador Jorge Viana (PT) e o deputado estadual Daniel Zen(PT).
Além das armas
Obviamente que a situação caótica de violência no Acre requer ações repressivas imediatas. Mas a médio prazo é preciso cuidar de um sistema de educação inclusiva para afastar a possibilidade de mais jovens ouvirem o “cantar da sereia” das facções como meio de vida. Ou não é isso? Vamos armar todo mundo e estabelecer uma guerra nos quatro cantos do Estado?
Memes
Qualquer ação de pré-campanha do senador Jorge Viana tem virado memes na internet. Isso promovido pelos seus adversários políticos. Mas na minha opinião, o efeito é exatamente contrário. O nome de Jorge está em destaque o tempo todo impulsionado pelos seus adversários tornando a sua candidatura ainda mais conhecida, simples assim.
Tiro curto
Numa campanha muito rápida de apenas 45 dias os candidatos mais conhecidos levam enorme vantagem. É complicado um “desconhecido” apresentar a sua plataforma e cair na graça do eleitorado em tão pouco tempo. Claro que na política tudo pode acontecer, mas é difícil.
Vítimas
Quem “apanha” mais numa campanha leva enorme vantagem. Eleitor adora vítima. Por isso, não adianta quando sair a nova pesquisa apontar os canhões para os que estarão liderando. Quem quiser vir de trás pra frente que apresente propostas sedutoras. Bater no adversário é um enorme desperdício de munição.
Ligados ao passado
Grande parte da população de Rio Branco ainda não sabe que mudou o comando da prefeitura. Como ando muito de táxi e UBER os motoristas quando reclamam ou elogiam alguma coisa nas ruas ainda se referem ao Marcus Alexandre. Apesar de Socorro Neri (PSB) estar há quase quatro meses na prefeitura no imaginário popular o prefeito ainda é o petista. Isso é natural porque a grande massa não entende dessas articulações políticas. Acredito que só depois das eleições o povo de Rio Branco irá prestar mais atenção na nova gestão. Enquanto isso, resta saber se o fato de para muitos Marcus ser ainda o prefeito da Capital ajuda ou atrapalha a sua intenção de ser governador do Acre.