Deputados federais levam para Câmara clima de acirramento político do Acre

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Da redação ac24horas
O plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, mais pareceu essa semana com o da Assembleia Legislativa ou da Câmara Municipal de qualquer cidade acreana. Por aqui os eleitores já estão acostumados com as baixarias protagonizadas pelos parlamentares da base e da oposição, que trocam farpas quase que semanalmente.

Desta vez, o acirramento do clima político-eleitoral do Estado viajou mais de 3.000 quilômetros, rumo à capital da República. Na sessão desta quarta-feira (20), os deputados Alan Rick (DEM) e Wherles Rocha (PSDB) se digladiaram com os petistas Léo Brito e Sibá Machado.


O primeiro tiroteio aconteceu entre o deputado democrata e Brito. O “embaixador” do governo Sebastião Viana (PT) na Casa rebateu as críticas feitas por Rick de que o Acre deixou de receber recursos das emendas federais por conta da morosidade do Palácio Rio Branco em apresentar os projetos ao liberador da verba, a Caixa Econômica.


“Os projetos foram encaminhados à Caixa Econômica Federal e é ela quem tem que liberar. A licitação será feita assim seja feita a liberação desse projeto pela Caixa”, disse Léo Brito. O parlamentar ainda alfinetou Rick, ao lembrar que ele tem influência para agilizar a liberação dos recursos por ser membro da base do governo Michel Temer (MDB).


Em seguida, Alan Rick fez uso da palavra para rebater o petista. De acordo com ele, o governo Sebastião Viana perdeu o prazo para envio dos projetos. “Essa é a verdade. Não venha aqui mentir isso e aquilo. Por que perdeu recursos do Unacon, perdeu recursos da UPA de Cruzeiro do Sul?”, disse Alan Rick, autor das emendas.


O deputado do DEM afirmou que o governo do Estado envia os projetos para o banco já perto do fim do prazo. O objetivo com a manobra, afirma ele, é justamente perder os recursos por serem emendas de deputados da oposição.


No meio do fogo-cruzado sobrou até para o ex-prefeito Marcus Alexandre (PT), pré-candidato ao governo. Alan Rick disse que, por culpa do ex-gestor, Rio Branco perdeu R$ 5 milhões do programa Calha Norte.


“Tião Viana faliu até fábrica da Coca-Cola”, diz Rocha


O segundo round entre base e oposição acreana na Câmara ocorreu entre Wherles Rocha e Sibá Machado. Tudo começou após o tucano fazer comentários sobre a série de reportagens “Acre em Guerra”, do Fantástico, que mostrou o avanço da atuação das facções criminosas no Estado.


“O Acre foi o Estado em que a violência mais cresceu no Brasil”, disse ele. “O governo Tião Viana, que faliu até a fábrica da Coca-Cola, se limita a culpar o governo federal.” O parlamentar do PSDB afirmou que recursos da União foram enviados para o Acre investir na segurança pública o que, de acordo com ele, não aconteceu.


Na réplica, Machado disse que a Rede Globo não pode ser usada como parâmetro, voltando a afirmar que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ocorreu com o apoio da agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA, que financiou uma “meia-dúzia de idiotas”.


“Meia-dúzia de idiotas financiados pelo governo americano praticam um golpe. Um golpe não se faz só com meia-dúzia de idiotas, se faz planejado, financiado e dirigido pela inteligência dos Estados Unidos”, afirmou o petista.


Machado também culpou o governo Temer pela violência no Acre. De acordo com ele, o emedebista desmontou todos os programas planejados pelos governos petistas anteriores de proteção das áreas de fronteira.


Rocha voltou a usar microfone para repudiar o termo “meia-dúzia de idiotas” usado pelo petista. Ao presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu que retirasse das notas taquigráficas a expressão. O tucano disse que Sibá Machado não estava falando com seus colegas de partido, alguns dos quais “estão na cadeia cumprindo pena por crimes de corrupção”.


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