Nas primeiras rodadas da Copa do Mundo da Rússia algumas das seleções favoritas para conquistarem a Taça não se saíram muito bem. O mesmo acontece no processo político eleitoral, nem sempre os favoritos saem vencedores. Claro que no caso da política alguns fatores contribuem para a vitória ou derrota dos candidatos e o dinheiro é um deles. Infelizmente ainda existem eleitores que vendem os seu votos por uma “ninharia” ou por algum tipo de vantagem pessoal. Então mesmo que um candidato tenha um perfil adequado para se tornar um representante popular produtivo, se não tiver uma boa estrutura financeira, dificilmente conseguirá os votos necessários para se eleger. Mas vale lembrar que vez ou outra alguns conseguem vencer esse barreira e surpreender. Temos incontáveis casos no Acre de pessoas que se elegeram mesmo não tendo os atributos necessários para fazerem campanhas competitivas. O ideal é juntar as duas coisas, recursos com capacidade de convencimento. Assim ninguém cante vitória antes do tempo porque depois que acabar a Copa do Mundo todos os pré-candidatos entrarão em campo sedentos por realizarem seus sonhos de vitória.
Dinheiro no balde
Nesses mais de R$ 2 bilhões que o Governo irá disponibilizar para a campanha eleitoral aos partidos dois serão os mais abastados, o MDB e o PT. Portanto, os seus candidatos nem sonhem em “chorar miséria” porque dinheiro não faltará nas campanhas.
Absurdo
Esse dinheiro público para o financiamento de campanhas é um absurdo. Tenta de maneira hipócrita minimizar as doações das empresas que, na verdade, continuarão acontecendo sempre, mesmo que por debaixo do pano. Num momento de crise econômica não tenho dúvida que esses recursos deveriam ser empregados em ações sociais. Mas agora já foi.
Na batalha
Outro dia conversei com o pré-candidato ao Senado Minoru Kimpara (Rede) exatamente sobre esse tema. A Rede será um dos partidos que menos receberá recursos do financiamento público. E o que vai vir será prioritariamente para a campanha da presidenciável Marina Silva (Rede) e, preferencialmente, aos candidatos a deputado federal. A cláusula de barreira é um pesadelo para os pequenos partidos porque os que não conseguirem eleger um número representativo de federais terão os seus registros cassados no TSE.
Democrático
O senador Jorge Viana (PT) tem conseguido alocar recursos das suas emendas parlamentares para todos os municípios acreanos. Inclusive, ele não tem discriminado os municípios governados pela oposição ao PT. Ele mesmo sendo oposição ao Governo Federal do MDB mantém um trânsito fácil nas esferas do poder central o que facilita a liberação das emendas.
Mais um republicano
Outro dia encontrei com o deputado federal Raimundo Angelim (PT) que também adotou a estratégia de beneficiar os municípios além das questões partidárias. Ele alocou recursos para todas as prefeituras do Acre. “Estou colocando dinheiro para ações que beneficiem a população e não o prefeito. Por isso, não me importa o partido que está na gestão do município,” justificou.
Solitário
Angelim deverá surpreender na sua votação para a reeleição. Prefere fazer reuniões nas suas bases em silêncio, sem muito alarde. Tampouco tem acompanhado o candidato do PT ao Governo Marcus Alexandre (PT). Sabe que nesses grandes encontros os cargos comissionados predominam. Obviamente que a grande massa de eleitores está muito além…
Mudou?
Por falar em deputados petistas tenho notado que o Léo está preferindo utilizar o seu sobrenome Brito nas suas publicações. Durante um tempo usou Léo do PT, partido que foi presidente por duas vezes. Será que é por conta que os tempos andam “bicudos”?
Moderno
Também tenho notado um envolvimento grande do deputado estadual Daniel Zen (PT) com os movimentos culturais da juventude. Aliás, essa é uma das suas marcas desde que foi secretário estadual de Cultura e, posteriormente, da Educação. Mesmo no Parlamento, Zen continua próximo dos jovens acreanos que fazem arte.
Apoio forte
Algumas fontes me revelaram ainda que parte representativa dos trabalhadores da educação ainda são eleitores do Zen. Mesmo porque nos dois mais recentes anos não tivemos movimentos sindicais na educação em conflito com o Governo do Estado. Momentaneamente parece tudo tranquilo.
Chapa competitiva
A “chapinha” da FPA tem chances reais de eleger dois deputados federais. Tem nomes bons na disputa como a Silvia Monteiro (PMB), o ex-prefeito Merla Albuquerque (PSOL), o Francisco Pianko (PSOL), o Fernando Melo (PROS), o Henrique Afonso (PV) e o Manoel Marcos (PRB). Todos candidatos com chances reais na disputa a uma cadeira na Câmara Federal.
As marcas da violência no Acre
As tentativas de responsabilizar apenas o Governo Federal sobre a “guerra” entre facções criminosas no Acre não pegam bem. Houve um grande vacilo do atual Governo do Estado em relação a esse problema. O Serviço de Inteligência deveria ter captado o movimento organizado em torno da droga no começo do processo. Talvez teria sido mais fácil controlar a situação. Da maneira que as coisas andam o próximo governador terá muito trabalho para conter a violência que atinge todo o Estado. Os números são assustadores, 178 assassinatos em 100 dias. Claro que o Governo Federal também tem suas responsabilidades, sobretudo, na guarnição das fronteiras. E deveria dar um auxílio bem maior ao Acre para combater essa situação caótica. Mas ficar reclamando e apontando os dedos para os outros não resolve. Já passou da hora de uma reunião com todas as forças políticas acreanas para se ouvir sugestões e receber ajudas efetivas. Se isso não acontecer com urgência a tendência é a violência ficar a cada dia mais descontrolada. Combater armamentos sofisticados com mídia carregada de elementos políticos ideológicos não resolverá o problema.
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