Evidentemente que foi uma vitória parcial, mas não deixa de ser admirável a ação dos dois jovens militantes da Rede, Carlos Gomes e Gabriel Santos. Eles conseguiram aquilo que a “oposição” da Câmara Municipal de Rio Branco nem chegou perto, ou seja, barrar o aumento das passagens de ônibus, mesmo que momentaneamente. Graças a ação popular protocolada por Carlos e Gabriel a prefeita Socorro Neri (PSB) teve que suspender a homologação do ato para procurar caminhos jurídicos para dar mais transparência às planilhas de custos do Conselho Tarifário. Mesmo sem mandatos, o advogado Gabriel e o assistente social Carlos Gomes alcançaram sucesso na empreitada política. Os dois que são pré-candidatos a deputado federal e deputado estadual deram uma bela tacada na pré-campanha das eleições de 2018. Carlos que já havia feito um bom papel na disputa da prefeitura da Capital, em 2016, sairá fortalecido nas suas intenções de chegar à Câmara Federal. Orientado juridicamente pelo seu parceiro de militância Gabriel que disputará uma vaga à ALEAC. Não tenho dúvidas encheram de orgulho a líder maior da Rede, a presidenciável Marina Silva (Rede). Mostraram competência e conhecimento de ação política.
Falar menos
Ouvi muitos discursos demagógicos sobre a questão do aumento da passagem na Câmara Municipal e também na ALEAC. Enquanto isso, os dois jovens da Rede agiram na prática para alcançarem um resultado objetivo. Não deixa de ser notável.
Transparência
Conversei com Carlos Gomes que me disse o seguinte: “É importante que a gente utilize instrumentos de legalidade para garantir os interesses da população. Vamos reforçar a ação junto ao Ministério Público para que haja transparência nessas planilhas de custos. Por exemplo, gastam R$ 76 mil em impactos ambientais e a gente não vê nenhuma ação nesse sentido. Também existe um item de gastos de R$ 200 mil sem especificação. Assim temos um alto preço das passagens para um serviço de péssima qualidade,” afirmou.
Pescando bem
A Rede está fazendo uma pré-campanha positiva para se estabilizar no cenário político acreano. Tem uma candidatura competitiva para o Senado com o ex-reitor da UFAC, Minoru Kinpara (Rede) que apareceu bem nas pesquisas. Também a vereadora de Tarauacá, Janaína Furtado (Rede), que concorrerá ao Governo, surpreendeu nas intenções de votos da mesma pesquisa. A melhor colocada entre os candidatos considerados “nanicos”. Sem falar que Marina Silva, por enquanto, só perde para o Bolsonaro (PSL), nas intenções de votos à presidência dos acreanos. Uma bela pescaria da Rede.
O jogo do Tchê
Um dia depois de anunciar que poderia deixar a FPA para apoiar a candidatura de Gladson Cameli (PP) ao Governo vi uma foto dele com o candidato Marcus Alexandre (PT) e o vice Emylson Farias (PDT). Segundo um importante membro do PDT a possibilidade ventilada do partido mudar de lado causou um furacão dentro da FPA. Teria sido só um jogo de descontentamento?
Apagando incêndio
A nota divulgada nas redes sociais com a foto de Tchê, Marcus e Emylson diz o seguinte: “Na tarde desta sexta-feira, 13, realizamos uma boa reunião de trabalho com o presidente licenciado do PDT, Luiz Tchê e o Marcus Alexandre, onde definimos os próximos passos da Caravana Pé na Estrada.” A nota é assinada pelo Emylson Farias, um dia depois de Tchê sinalizar a possibilidade de mudar de lado.
Batendo a real
Na realidade, se o presidenciável Ciro Gomes (PDT) fechar uma aliança nacional com o PP será difícil o partido permanecer na FPA. Mas a antecipação dos fatos, sem dúvidas, deve ter trazido vantagens para as pretensões de campanha do PDT dentro da FPA. É aquele ditado popular: quem não chora não mama.
Fora do jogo?
Conversei com o deputado estadual Gehlen Diniz (PP) sobre a possibilidade do PP ainda fechar uma aliança com o MDB para a ALEAC. A resposta do parlamentar: “ Se o PP fechar essa aliança não serei candidato à reeleição,”
garantiu.
A hora da degola
As possibilidades maiores são do MDB e o PSD marcharem juntos. Agora, vejam que “chapa da morte” teríamos. Jairo Carvalho (PSD), Roberto Duarte (MDB), Eliane Sinhasique (MDB), Meire Serafim (MDB) e Vagner Sales (MDB). Entre eles, apenas um ou no máximo dois, se elegeriam.
Sem renovação
Que o MDB foi o grande vitorioso das eleições municipais de 2016 não há dúvida. Mas o partido “deitou em berço esplêndido” e não se articulou para as eleições de 2018. Teria que ter aberto novos caminhos para “sangue novo” no partido. Isso possibilitaria chapas para federal e estadual completas sem depender de ninguém.
Melhor e pior
Pela avaliação da pesquisa Delta o MDB tem os dois melhores prefeitos e os dois piores. Os números mais negativos são de Ilderlei Cordeiro de Cruzeiro do Sul que, apesar de estar agora no PP, foi eleito pelo MDB. Seguido por Isaac Pianko (MDB) de Marechal Thaumaturgo. No outro extremo, como mais bem avaliados, Zezinho Barbary (MDB) de Porto Walter e Mazinho Serafim (MDB) de Sena Madureira.
A Copa do silêncio
Mesmo sem a Copa do Mundo de Futebol da Rússia entusiasmar os brasileiros a política deverá ficar por uns dias restrita aos bastidores. Mas como as convenções partidárias serão no próximo mês e as definições “de quem vai ficar com quem devem” subir o tom das negociações internas. Claro que no Acre política é assunto popular e tem mais visibilidade que o futebol. No entanto, um evento mundial sempre acaba ocupando a atenção das pessoas. Teremos um momento de silêncio na política externa enquanto a interna vai pegar fogo. E vida que segue…