Claro que ainda é muito cedo para se fazer um prognóstico definitivo. Mas todas as pesquisas até agora mostraram uma polarização entre Gladson Cameli (PP) e Marcus Alexandre (PT) na disputa pelo Governo do Acre. Se os outros candidatos não crescerem significativamente a tendência do eleitor é optar pelo voto útil, ou seja, votar num dos dois que estão na frente. O Coronel Ulysses (PSL) para ter uma crescida significativa precisa passar ao eleitor a possibilidade real de vitória. Pela minha avaliação, a vinda do presidenciável Bolsonaro (PSL) poderá realmente ajuda-lo a se tornar mais conhecido no Estado. Mas depois precisará ter uma campanha eficiente para manter um ritmo de crescimento nas pesquisas. Também os pré-candidatos Lyra Xapuri (PRTB), David Hall (Avante) e Janaína Furtado (Rede) precisam apresentar alguma novidade durante a campanha para poderem ter alguma chance de votações significativas. Se chegarmos ao final de setembro com a polarização de Gladson e Marcus cristalizada a tendência será mesmo de um resultado definitivo no primeiro turno.
Mídia
Os outros candidatos enfrentarão o problema de terem pouco tempo de propaganda de rádio e televisão. Isso conta bastante, principalmente, nas inserções das programações normais das emissoras a que têm direito as coligações partidárias com mais representantes no Congresso Nacional. Nesse sentido Marcus e Gladson estarão bem mais expostos na mídia que os outros concorrentes e isso é significativo, querendo ou não.
Estrutura
Também os maiores partidos ficarão com um bolo maior de recursos do financiamento público de campanha. Além da arrecadação junto a apoiadores terão valores significativos para investirem em suas campanhas majoritárias. A maneira como está atualmente a legislação eleitoral beneficia os grandes partidos e prejudica sobremaneira os pequenos. Será uma eleição com a tendência de pouca renovação. Evidentemente que o Congresso Nacional jogou na mini Reforma Política Eleitoral a favor de quem já está.
Debates
Resta aos candidatos majoritários dos partidos menores se destacarem nos debates entre candidatos ao Governo promovidos pelas emissoras de televisões. Esse realmente é um caminho que poderá trazer surpresas. Algum entre eles que fale na linguaje que o povo quer ouvir e possa representar mudança. Se isso acontecer então teremos um outro quadro.
Exceção à regra
A vereadora de Tarauacá Janaína Furtado terá uma votação ideológica. Os simpatizantes da Rede não mudarão os seu votos por conta da liderança deste ou daquele candidato. Mas os seguidores do partido da Marina Silva (Rede) ainda não representam uma quantidade que possa mudar o resultado eleitoral, na minha avaliação. Mas claro que a vereadora poderá surpreender indo além dos limites do seu partido.
Conclusão
O segundo turno só acontecerá se Ulysses, Hall, Xapuri e Janaína crescerem além dos números das atuais pesquisas divulgadas. Ou pelo menos se um deles entrar na disputa de maneira significativa com chances de vitória. Senão poderá acontecer de um dos atuais favoritos conseguir os 50% dos votos válidos necessários para a eleição já no primeiro turno.
Recordar é viver
Em 2014, tivemos o segundo turno porque a oposição tinha dois candidatos ao Governo que se equivaliam, o Márcio Bittar (MDB) e o Bocalom (PSL). A diferença de votos entre eles não foi muito grande e a soma dos dois bateu a de Tião Viana (PT), no primeiro turno. Mas em 2018 o quadro até agora apresentado nas pesquisas me parece diferente. Sempre lembrando que eleição não tem uma regra lógica e tudo pode acontecer. Mas realmente sem uma reviravolta a tendência do eleitor é ir para o voto útil.
Muito cedo
Acho que ainda não deu tempo de avaliar o trabalho de Socorro Neri (PSB) na prefeitura de Rio Branco. Por enquanto, ela está administrando situações que herdadas do seu antecessor Marcus Alexandre. Qualquer avaliação antes de seis meses da gestão de Neri será precipitada.
Fogo cruzado
Os problemas do aumento do preço das passagens de ônibus e as ruas esburacadas da Capital são de tirar o sono de qualquer gestor. No entanto, se a prefeita conseguir ao menos equacionar essas duas questões poderá impor o seu ritmo de trabalho num futuro próximo.
Quando o carnaval chegar…
Outra questão importante é ver como Neri irá se comportar como gestora quando se abrir um novo orçamento, em 2019. Porque o atual foi dividido entre dois diferentes administradores. Então veremos quais serão os seus principais focos de investimento como prefeita de Rio Branco.
Agressão jamais
Por mais que cause revolta o aumento das passagens de ônibus na Capital a agressão pessoal “chula” não tem cabimento. Isso na verdade muito mais vitimiza do que colabora para que aconteçam mudanças. É uma estupidez.
Arrependimento
O Márcio Bittar deve ter se arrependido de ter feito parte de partidos de esquerda no passado. Toda a sua pré-propaganda ao Senado nas redes sociais está carregada de elementos ideológicos a favor da direita conservadora e, portanto, anti-esquerda. Tenho minhas dúvidas que o eleitor entenda esse tipo de coisa ainda mais que o chefe do seu partido é o presidente Michel Temer (MDB).
Guarda-chuva
Aliás, é bom alguém lembrar o Bittar que o MDB tradicional foi o grande guarda-chuva ideológico da esquerda durante a Ditadura Militar. Nesse tempo, os partidos esquerdistas estavam proscritos pelos militares e sobreviveram graças ao espírito democrático do velho “Manda Brasa”, como o MDB era conhecido. Na minha opinião, as pessoas estão mais interessadas em saber se terão emprego, segurança pública, educação e saúde do que em questões ideológicas.