Os partidos “nanicos” da oposição não querem servir de escada para os candidatos com mais estrutura de campanha. A junção do PPS, PMN, PSC, PTC e Solidariedade para lançar uma chapa de deputado federal deverá gerar muitas confusões nas hostes dos grandes partidos que apoiam a candidatura de Gladson Cameli (PP) ao Governo do Acre. Antevejo a revolta, sobretudo, do MDB que tem nas candidaturas à reeleição dos deputados federais Flaviano Melo (MDB) e Jéssica Sales (MDB) prioridades. O fato é que se o MDB sair apenas coligado com o PSDB, PSD, PP, DEM e PR as chances de eleger os dois atuais parlamentares diminuirá consideravelmente. Mesmo porque nessa coligação maior da oposição tem ainda pretendentes fortes a federal como a Antônia Lúcia (PR), a Mara Rocha (PSDB) e o Alan Rick (DEM). Se houver a divisão preparem-se para a confusão.
“Culpado” sempre
O MDB irá pressionar o Gladson para não permitir a “chapinha”. Se ele não conseguir convencer os partidos pequenos a servirem de escada para os grandes levará a culpa. E isso não me parece justo. É natural que os partidos queiram se organizar para terem chances de eleger os seus parlamentares e no chapão as possibilidades serão mínimas.
Dia do “não”
Há poucos dias conversei com o Gladson sobre a possibilidade de divisão na chapa de federal da oposição. Ele me garantiu que não aceitaria de maneira alguma. Mas em política tudo muda em frações de segundos. Será difícil para os partidos da “chapinha” aceitarem uma derrota antecipada nas urnas. Porque no “chapão” os seus candidatos a federal têm chance zero de eleição.
Prudência
Acho que o Gladson deveria deixar os partidos formarem as suas coligações proporcionais sem se meter. Eles que se entendam. Como um candidato majoritário com tantos afazeres pode se preocupar com chapas de federal e estadual? Na oposição parece que estão trocando um “projeto maior” por “projetos pessoais”. O final dessa história a gente já viu outras vezes.
Renovação
A chance do Acre ter novos representantes na Câmara Federal passa justamente por essas chapas de “nanicos” tanto na oposição quanto na FPA. Aqueles que têm mandatos são naturalmente candidatos muito fortes. As outras candidaturas entram como “bucha de canhão” para ajudar aqueles que já estão nos tronos.
Novo momento
Os eleitores querem renovação. É importante que se dê a oportunidade para novos candidatos. A FPA poderá ter três chapas para federal. Essa foi a maneira encontrada para não enfraquecerem a candidatura ao Governo de Marcus Alexandre (PT).
Mais divisão
É importante lembrar que existe mais de uma coligação de oposição com candidatos majoritários. O PSL vem com o Coronel Ulysses (PSL) ao governo e uma chapa de federal capitaneada pelo Bocalom (PSL), que deverá ter uma votação significativa.
Outros
A Rede terá Minoru Kimpara (Rede) ao Senado e o Carlos Gomes (Rede) a federal puxando votos. O PRTB de Lyra Xapuri também terá candidatos a deputado federal. O mesmo acontecerá no Avante de David Hall com candidaturas proporcionais a federal e estadual.
Corpo mole
É preciso saber lidar com todos os partidos que compõe uma coligação majoritária. O fato é que aqueles que não são atendidos fazem “corpo mole” em relação aos candidatos majoritários. É uma equação complicada em que cobrir um santo e descobrir o outro acaba sendo um mal negócio.
Faca no pescoço
Não sei até que ponto o MDB é um bom negócio na coligação de Gladson Cameli. O partido não montou chapas completas para deputados federal e estadual. Agora, quer pegar carona com os outros partidos para eleger os seus fortes candidatos. E se não forem atendidos irão ameaçar o candidato ao Governo. Esse filme já passou há três meses, lembram? É um aliado extremamente problemático.
As sobras
Esse novas coligações proporcionais ou “chapinhas” nas duas maiores frentes partidárias do Acre comandadas por Gladson Cameli e Marcus Alexandre têm toda a lógica. A contagem de votos a federal e estadual terão as sobras. Que deverão beneficiar sobremaneira as pequenas coligações dando chance de eleição aos seus candidatos.
Para entender
As sobras são os votos que ultrapassam o coeficiente que garante a eleição dos proporcionais. No pleito de 2018, essas sobras irão para outras coligações que tiverem melhor desempenho. Digamos que seja preciso de 40 mil votos para eleger um federal e sobre 15 mil votos. Eles irão para outra coligação que for bem votada dando a oportunidade de eleger alguém. É complicado, mas ajuda os menores.
Governo fraco
A greve de caminhoneiros mostrou que a tese, depois da queda da presidente Dilma (PT), de novas eleições no Brasil ou “diretas já” estava correta. O presidente Michel Temer (MDB), muito preocupado em sobreviver ao mar de denúncias de corrupção que o cerca, deixou o país ao Deus dará. Ele não tem a menor condição de governabilidade. Um desastre. Os caminhoneiros pararam o Brasil (com razão) devido aos aumentos semanais de combustíveis. Que economia aguenta tantos aumentos assim seguidos? Temer deveria renunciar, mas não o fará porque sabe que quando deixar o Palácio do Planalto terá que responder a inúmeros processos e poderá até ser preso. Está usando o cargo como proteção temporária. Chegou a sonhar com uma reeleição na tentativa de escapar do que vem pela frente. No entanto, os números da sua popularidade não permitem nem uma eleição proporcional, o que dirá presidencial. Uma tragédia que se abateu no nosso país que tem como maior vítima a população. As eleições, ainda que em risco de não acontecerem, serão uma oportunidade para os brasileiros começarem a escrever uma nova página da nossa história. Esperemos que seja melhor porque as atuais são de desespero e sofrimento.
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