A eleição para a escolha do novo reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac) a ser realizada na próxima terça-feira (22) ocorrerá à sombra do ex-reitor Minoru Kimpara. Apesar de ter deixado o cargo há quase dois meses para concorrer ao Senado pela Rede, Minoru tem exercido – ainda que de forma indireta – influência na escolha de seu sucessor, naquela que é apontada como uma das disputas mais acirradas dos últimos tempos.
As duas únicas candidaturas são de professoras que tiveram participação direta nas duas eleições e mandatos de Minoru à frente da Ufac. Não são dois mandatos completos, já que este segundo iria até 2020. Suas pretensões políticas maiores o levaram a abandonar o cargo. A eleição fora de tempo foi convocada justamente para preencher a vacância na reitoria.
Então vice-reitora, a professora Margarida de Aquino Cunha assumiu o posto deixado por seu aliado. No exercício da reitoria de forma interina, tenta se legitimar passando pelo crivo da comunidade acadêmica. Por ter a máquina na mão e apontada como herdeira da gestão Minoru, é vista como a grande favorita nas urnas.
Ela tem como adversária a ex-reitora de Graduação Aline Nicole. Apesar de tentar se apresentar como candidata de oposição, sua participação na reitoria até meses atrás a descredencia do rótulo, dizem docentes ouvidos. O cargo de pró-reitor de Graduação é visto como o número dois na hierarquia de comando da universidade, ante o acúmulo de atribuições que tem.
A cadeira só é ocupada por pessoas de extrema confiança do reitor, que o tem como seu braço direito. Tentar se descolar da imagem de Minoru Kimpara, agora, pode não surtir efeito. Por sinal, esse desligamento tende a não ser a melhor das estratégias, já que o ex-reitor saiu como um dos mais bem avaliados da Ufac.
Para professores ouvidos pela reportagem, as duas candidatas são criaturas do ex-reitor. O rompimento de Aline Nicole com Minoru ocorreu dias antes dele renunciar ao cargo para cumprir o calendário eleitoral.
Para tentar se desvencilhar da imagem de “Morinista”, ela convidou para seu vice na chapa o professor economista Carlos Garção. Ele integra o grupo mais à esquerda da universidade e que historicamente está abrigado na Associação dos Docentes da Ufac, a Adufac. A entidade, por sinal, decidiu ficar numa posição neutra na atual eleição.
A eleição acontece na terça-feira (22) das 8h às 21h. Ao contrário de outros anos não vai ocorrer em urnas eletrônicas. Por ser um ano eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral não teve condições de fornecer o equipamento.
A votação e apuração serão manuais. Segundo a Comissão Eleitoral, entre 12 e 14 mil pessoas estão aptas a votar. Têm poder de voto o corpo docente, servidores técnicos e alunos. As urnas estarão disponíveis em todos os polos e campus da Ufac
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