A coletiva de imprensa convocada pela Prefeitura de Rio Branco para a manhã desta sexta-feira (18) para apresentar e justificar o novo preço da tarifa de ônibus lembrou aquela realizada pelos procuradores da Lava Jato, em Curitiba, para acusar Lula como o grande chefe do esquema de corrupção na Petrobras.
Assim como no Paraná, recorreu-se até ao Powerpoint para percorrer todos os caminhos que levaram o conselho tarifário a definir os R$ 0,20 de reajuste. Desta vez, no entanto, não havia Lula no centro do universo.
O famoso software da Microsofot para apresentação de slides foi gerenciado pelo ex-vereador Gabriel Forneck (PT), agora chefe da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (RBTrans).
Ao invés do ex-presidente petista, o grande vilão foi a alta dos combustíveis – ou poderia ser o presidente Michel Temer (MDB). Afinal, desde que o emedebista passou a rasteira em Dilma, todas as mazelas históricas do Acre foram jogadas em seus ombros.
Porém, de fato, são nestes dois anos de MDB no Planalto que os brasileiros passaram a conviver com a nova política de reajuste dos combustíveis da Petrobras. Entre abril do ano passado e maio de 2018 o diesel, no Acre, para as empresas de ônibus, teve aumento de quase R$ 0,50.
Para complicar, o governo Sebastião Viana (PT) não adota subsídio para o diesel que entra no Acre como forma de reduzir os custos das empresas e, quem sabe, do preço da passagem.
Foi a partir do aumentos dos custos operacionais com diesel que as empresas de transporte coletivo pediram uma tarifa em R$ 4,55.
As despesas com combustível representam 73,5% do valor da tarifa. E 90% do total da passagem são bancados pelo…usuário. Dos R$ 3,80 em vigor hoje, R$ 3,50 saem do bolso do passageiro; apenas R$ 0,30 são, de alguma forma, subsidiados pela prefeitura.
Segundo Gabriel Forneck, a manutenção da passagem a R$ 1,00 para estudantes será a “prioridade zero” da prefeitura. O valor real é de R$ 1,90, com os R$ 0,90 saindo do perdão da prefeitura à dívida milionária das empresas do setor com o município.
Rio Branco tem atualmente 59 linhas regulares em seu perímetro urbano e rural, com 174 ônibus em circulação. Em 2017, 10 veículos foram queimados por criminosos, dando um prejuízo de R$ 2 milhões para as empresas.
Segundo o chefe da RBTrans, os seguros não cobrem esse tipo de dano.
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