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As Mães e a Constelação Familiar

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*Luciano José Trindade


A comemoração do Dia das Mães teve origem nos EUA. Na segunda metade do Século XIX a americana Ann Reeves Jarvis organizou grupos de mulheres que se dedicavam a serviços e causas sociais como reduzir a mortalidade infantil, cuidar de soldados feridos e postular o reconhecimento de direitos civis às mulheres. Após sua morte em 1905, a filha Anna passou a homenageá-la todos os anos na data de seu falecimento. Em pouco tempo essas homenagens cresceram e se espalharam por cidades e estados norte-americanos, de forma que em 1914 o Congresso Americano aprovou o segundo domingo de maio como Dia das Mães.


Paradoxalmente quando Anna percebeu que o Dia das Mães havia se transformado numa comemoração de interesse comercial, passou a fazer protestos e boicotes contra essa data, gastando toda sua herança na vã esperança de acabar com a comercialização do Dia das Mães. Acabou presa por perturbação da ordem e depois faleceu abandonada num hospital psiquiátrico.


No Brasil o Dia das Mães foi reconhecido no calendário oficial em 1932, pelo Presidente Getúlio Vargas, a pedido da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.


Em nosso país atualmente o Dia das Mães é a segunda data comemorativa de mais vendas no comércio. Só no natal as pessoas compram mais presentes.


Contudo essa data não pode ser resumida à compra de um presente. Para além do sucesso comercial, de quê nos serve o Dia das Mães? Qual é a essência desse feriado?


Penso que a Constelação Familiar pode nos ajudar a perceber o verdadeiro significado do Dia das Mães. A Constelação é uma terapia sistêmica que vem sendo bastante utilizada para alcançar soluções pessoais, profissionais ou empresariais. Desenvolvida principalmente a partir da filosofia fenomenológica do alemão de Bert Hellinger, a Constelação Familiar propõe uma nova visão para a Vida: um olhar de reconhecimento, gratidão e autorresponsabilidade.


E nessa filosofia sistêmica da vida a MÃE é um personagem fundamental que muito influencia o êxito dos filhos, tanto no aspecto pessoal quanto profissional.


No livro, “Um Lugar para os Excluídos”, Hellinger descreve os 5 Círculos do Amor, através dos quais descreve a jornada que nos permite encontrar nosso verdadeiro lugar no mundo, onde nos é possível atingir todo nosso potencial de realização, sucesso, inteireza e plenitude. Cada um desses 5 Círculos do Amor é um passo fundamental e deve ser percorrido por completo. Assim, primeiro precisamos percorrer e preencher todo um círculo para somente depois iniciar o circulo seguinte.


E o primeiro Círculo do Amor são nossos pais. O encontro de amor desse casal foi o que permitiu o surgimento da vida, a nossa vida.


Reconhecer isso e tomar dos pais esse amor original é a condição para a manifestação de todas as outras formas de amor em nossas vidas. Afinal, tudo o que somos tem como origem os nossos pais. Somos constituídos em 50% de nosso pai e 50% de nossa mãe. Os dois juntos nos completam, nos deixam inteiros. E como nos ensinam as Constelações Familiares, reconhecer e honrar nossa origem é o caminho para uma vida próspera em todas as áreas.


Ao reconhecer nossa origem temos clareza daquilo que somos, tanto das forças e talentos que dispomos como também das habilidades nos falta. Já se negamos nossa origem ficamos perdidos, nem sabemos direito quem somos e dificilmente conseguimos nos conectar com nossa própria força vital.


E na visão sistêmica das constelações é principalmente a mãe quem representa a força da vida. Nossa vida se inicia no útero materno. É ali, com calor e acolhimento que a vida chega até nós e passamos a existir como o ser único que somos. Desde nossos primeiros instantes de vida estamos ligados à nossa mãe e dela recebemos o alimento vital para existirmos.


E essa dinâmica primordial permanece em nós durante toda nossa vida. Por isso é do reconhecimento de que nossa força vital veio da mãe que nos tornamos fortes o necessário para alcançar nossa realização pessoal e profissional.


Então talvez a causa principal de não se ter gana na vida seja não reconhecer a mãe ou não tomar sua força. Aliás, na terapia sistêmica da Constelação Familiar é muito comum perceber que a depressão tem como causa a falta desse reconhecimento e dessa apropriação da força vital que vem da mãe.


Mas, na prática, o que significa reconhecer e tomar a força da vida que vem da mãe?


Significa, em primeiro lugar, ter respeito pela condição humana da mãe. Só assim podemos admitir e aceitar que ela não é perfeita, que um dia foi criança e passou por diversas fases na sua existência, que ela tem defeitos e encontrou dificuldades em seu caminho, que algumas vezes cometeu erros e teve medo.


Somente olhando para essa realidade podemos ver e aceitar nossa mãe como ela realmente é. E assim vamos perceber que a condição humana de nossa mãe e sua coragem de trazer a vida até nós é que a tornam ainda mais digna de nossa honra e respeito.


Ao fazermos isso abrimos nosso coração e olharmos a nossa mãe além de seus defeitos e qualidades, pois não mais a enxergamos pelas lentes do certo ou errado segundo o nosso entendimento.


Isso é tudo o que é necessário para tomarmos a sua força de vida, que nos permitirá enfrentar e superar nossas próprias dificuldades e limitações, tornando mais claro e acessível o caminho para êxito pessoal e profissional.


A filosofia sistêmica e a técnica da constelação familiar auxiliam não apenas essa nova percepção da vida, como também nos conectam com a confiança e a coragem necessárias para fazer um movimento comportamental essencial em direção ao nosso local adequado no sistema, onde reconhecemos e recebemos a força de nossos ancestrais e nos sentimos capazes de caminhar nossa própria jornada.


A visão das constelações familiares demonstra como é importante resgatarmos a essência inicial do Dia das Mães, para que essa data não seja apenas a compra de um presente. Embora não exista problema em homenagear as mães com presentes, não é isso o mais importante.


Afinal, no início do Século XX o que buscava a americana Anna ao homenagear sua mãe Ann Reeves Jarvis justamente na data de seu falecimento? Sem dúvidas, paradoxalmente, o significado era celebrar a vida, homenageando a pessoa que lhe trouxe ao mundo. Era dizer, “mãe, você trouxe a vida até mim e, em sua honra e homenagem, estou aqui vivo para te homenagear.”


Antes de tudo, a essência do Dia das Mães é estar inteiramente presente junto àquela que nos deu à vida, a nossa Mãe.


Sugestão de meditação para conexão com a força vital da mãe


Fique numa posição confortável, relaxe o corpo e acalme a mente.


Por três vezes tome ar pelo nariz, encha os pulmões e, ao exalar o ar solte as tensões e as preocupações.


Agora, de olhos fechados, recorra às imagens relacionadas à sua mãe e observe as sensações que estas imagens provocam no seu corpo.


Onde estão localizadas essas sensações?


Simplesmente as observe e deixe que apareçam mais e mais imagens relacionadas com a sua mãe.


Observe como vê o mundo através dessas sensações e imagens? Como sente a vida? Como vê a vida?


A vida tem sido um amontoado de problemas e dificuldades? Ou tem sido uma jornada de experiências e aprendizados?


Você se vê a si mesmo como uma pessoa de sucesso? Vê-se rico ou pobre? Desta perspectiva o que você faz na vida?


Como se relaciona com você mesmo e com os outros?


Então, deixe que estas imagens possam ir se diluindo, apagando, desaparecendo, as imagens e as sensações relacionadas a elas.


Agora, imagine os olhos de sua mãe.


Só os olhos, como se através dos olhos de sua mãe você pudesse olhar a alma dela.


E a vida como um todo, a vida que lhe trouxe a este mundo, a vida que lhe foi dada através da sua mãe.


Olhe a vida completa, nos olhos da sua mãe, livre daquelas imagens e sensações anteriores.


Olhe através dos olhos para a vida e diga:


“MÃE, agora vejo você, agora tomo minha vida em você.


Assim como é, com tudo o que custou para você e o que custa para mim.


Faço algo de bom com isso, com essa vida faço algo de sucesso, em sua honra e para a sua alegria.


Você, mãe, é a grande e eu sou o pequeno (a pequena).


Você dá e eu tomo. Eu tomo a vida, de você e através de você.


Querida mãe!


*Luciano José Trindade é Advogado, Constelador Sistêmico Familiar/Organizacional e Terapeuta de Alinhamento Energético.


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