As ruas esburacadas de Cruzeiro do Sul criou um movimento nas redes sociais pedindo o impeachment do prefeito Ilderlei Cordeiro (PP). Muitos moradores também fizeram pinturas nas ruas da cidade apontando as “crateras”. No entanto, não existe nenhuma acusação jurídica que possa viabilizar a retirada do prefeito do cargo. Trata-se mais de um “grito” de parte da população de Cruzeiro do Sul insatisfeita com a atual gestão. Tampouco, pelo que me consta, a oposição teria votos suficientes para decretar o afastamento de Ilderlei na Câmara Municipal. Mas essa insatisfação acende uma luz vermelha para o gestor. Não é fácil governar o segundo maior município do Estado com tanto descontentamento popular. Ilderlei precisará tomar medidas emergenciais no verão amazônico que está começando para controlar a situação.
Tirando o corpo fora
Li muitas postagens de internautas ligados ao PT responsabilizando o grupo político do ex-prefeito Vagner Sales (MDB) pelo movimento de impeachment. Alguns, inclusive, defendendo o prefeito Ilderlei com a justificativa de que pegou o município em péssima situação.
Cada um escolhe o destino
Na minha opinião, não se pode culpar o ex-gestor pela situação atual do município. Ninguém enfrenta uma eleição e se elege sem saber o que vai encontrar pela frente. Tem que estar preparado para enfrentar os problemas e encontrar soluções para atender o clamor popular.
Briga inconveniente
Nessa “briga” entre Ilderlei e o Vagner Sales os dois perdem. O que se diz em Cruzeiro do Sul é que existe uma tentativa de antecipar as eleições municipais de 2020. Não acredito que isso possa acontecer. A não ser que haja uma situação jurídica que comprometa o Ilderlei. Por enquanto, não sei de nada desse tipo.
Caos na Capital
Os políticos do PT precisam de cautela se pretendem utilizar a situação de Cruzeiro do Sul eleitoralmente. As ruas de Rio Branco também se encontram em situação lastimável ao final da gestão de Marcus Alexandre (PT) que disputará o Governo do Estado. Buracos nas ruas é o que não faltam em Cruzeiro e Rio Branco.
Lógica invertida
O fato é que nas eleições ao Governo mais recentes sempre quando um prefeito de um partido está no comando a tendência é a vitória do opositor. Quem não se lembra de 2010 em que o prefeito de Rio Branco era o Angelim (PT)? O então candidato da oposição Bocalom (PSL) venceu na Capital e quase levou o pleito para o segundo turno. Nas eleições subsequentes as vitórias do PT sobre a oposição na Capital foram sempre apertadas.
Exceção da regra
Só em 2016 a vitória de Marcus Alexandre sobre a principal candidata oposicionista, Eliane Sinhasique (MDB), foi tranquila e sem sobressaltos. Mas a reeleição folgada do petista criou muitas expectativas que, na minha opinião, não foram atendidas.
Campeão
Assisti recentemente uma reportagem na Globo News sobre os preços dos combustíveis no Brasil. O foco era o Rio de Janeiro que tem a segunda gasolina mais cara do país. Advinha qual o estado campeão? Quem cravou o Acre acertou. Aqui temos os preços de combustíveis mais altos do país. Parabéns.
Mulher nas paradas
A Rede está querendo lançar a vereadora de Tarauacá Janaina Furtado (Rede) como candidata ao Governo. Não deixa de ser um bom nome estratégico. Mulher, mãe, com origem no interior e esposa do blogueiro Raimundo Accioly, pré-candidato a deputado estadual.
Sem purismo
Mas a Rede precisa urgentemente fazer alianças partidárias se quiser sonhar com algo mais nas próximas eleições do Acre. Por exemplo, tem um ótimo candidato a deputado federal, o Carlos Gomes (Rede), que foi bem votado para prefeito. Mas como poderá eleger o jovem político sem uma chapa ampla? Fica difícil sozinho o Carlos conseguir coeficiente eleitoral para se eleger.
Falem de mim
Uma candidatura própria da Rede ao Governo garantirá mais divulgação do nome de Minoru Kimpara (Rede) para disputar o Senado. Minoru tem andado bastante pelo Acre e tem a seu favor uma gestão vitoriosa na reitoria da UFAC.
Caixa baixa?
Conversei esses dias com um deputado do PT que dizia que a atual situação de “penúria” do Estado pode criar dificuldades para eleger alguns nomes do partido aos parlamentos nacional e estadual. No entanto, vale lembrar que o PT terá um fundo de campanha recheado como segunda maior legenda da Câmara Federal. Não vai faltar dinheiro.
Quem fica?
Não acredito que o PT consiga reeleger o seus atuais três deputados federais. Façam suas apostas entre Léo Brito (PT), Raimundo Angelim (PT) e Sibá Machado (PT). A briga interna promete. Como diz o ditado, farinha pouca meu pirão primeiro.
Binho, o último à esquerda
Acredito que irá passar muito tempo para o Acre ter novamente um Governo Estadual de esquerda. Na minha maneira de ver, Binho Marques (PT) foi o último dos moicanos. Fez um governo técnico com resultados indiscutíveis. Deixou o ti ti ti da política de lado e se concentrou nos problemas do Estado. Na minha concepção, nem Tião Viana (PT) e nem Marcus Alexandre são esquerdistas. Podem ser considerados de centro, mas jamais de esquerda. Aliás, a maioria dos petistas do Acre, não está preocupada com questões ideológicas. A luta vai ser para manter a FPA no poder.