Conversei em off com um parlamentar estadual do PT que por motivos óbvios não quis se identificar. Ele admitiu que as duas mais recentes medidas adotadas pelo Governo do Estado de encerrar o expediente das delegacias às 14hs e reduzir o tempo de funcionamento da OCA são péssimas eleitoralmente. Mesmo que tecnicamente haja explicações a maneira como elas foram anunciadas caíram como uma bomba para a grande maioria da opinião pública. A minha
fonte também deu a entender que as medidas foram tomadas para diminuir os gastos governamentais. O que deixa claro que a situação financeira do Estado está muito complicada. Indaguei então se não seria melhor os gestores estaduais reduzirem drasticamente os quase três mil cargos comissionados. Aí resposta veio carregada do elemento político. Segundo ele, esses cargos são ocupados na sua maioria por aliados dos 15 partidos que compõe a FPA. Se houver uma “limpa” isso poderá se refletir na fuga de apoiadores durantes as eleições. Outro aspecto que me foi revelado é que dentro de algumas secretárias estaduais existem servidores comissionados que estão “fazendo corpo mole”. São dois extremos, aqueles que acreditam que a FPA irá perder as eleições e estão aproveitando os últimos meses, mas tem também os que estão certos da vitória do candidato governista Marcus Alexandre (PT) e mais preocupados em conseguir espaço na próxima gestão. Uma equação complicada.
Votos seguros
Na minha avaliação, os cargos comissionados, empregos nas autarquias estaduais e terceirizados formam uma poderosa máquina política. Não vejo como o PT ter menos de 45% dos votos válidos na disputa majoritária. Imagino que os mesmos 45% são de votos contra. O problema é que para vencer são necessários 51%. É dessa margem de 6% do eleitorado acreano que deverá sair o novo governador, seja da FPA ou da oposição.
Tudo tem a sua hora
O que me espanta mais ainda é que logo em cima dos anúncios dessas medidas impopulares o Governo do Estado através do DETRAN celebra um contrato publicitário de R$ 2,5 milhões. A comunicação social do atual Governo deve estar muito segura de uma vitória nas eleições para não calcular riscos.
Fica a dúvida
Será que o governador Tião Viana (PT) irá participar diretamente da campanha do candidato da FPA Marcus Alexandre (PT)? Não foi isso que aconteceu durantes as eleições municipais. Mas como se trata da sua sucessão direta não ficaria bem o afastamento do governador.
A volta
Pelas minhas informações a equipe que está organizando o plano de Governo do Marcus é composta por petistas que andaram afastados da atual gestão. O comandante da tropa é o Gilberto Siqueira. Mas existem outros que tiveram papéis de destaque nos governos de Binho Marques (PT) e Jorge Viana (PT).
Sessões “esvaziadas”
Os atuais deputados estaduais, na maioria, são candidatos à reeleição ou a deputado federal. Por isso, as sessões da ALEAC têm tido diariamente um quórum mínimo que dá para aprovar projetos na “risca”. Os nossos parlamentares parecem mais preocupados com a eleição.
Não é verdade
Essa história que a deputada estadual Eliane Sinhasique (MDB) declarou guerra aos pastores evangélicos não procede. Na verdade, no dia que a parlamentar tentou aprovar o seu projeto do Dia de Combate à Homofobia houve muito diálogo com os religiosos.
Questão familiar
Eliane tem dentro da sua família os dois extremos dessa polêmica em torno do Estatuto da Família. Um filho homossexual assumido e um irmão que é pastor evangélico. Além disso, a sua falecida mãe, Missionária Neta, tinha grande prestígio junto a comunidade evangélica.
Questão de entendimento
Muitos estão chamando esse projeto da Eliane jocosamente do Dia dos Gays. Primeiro que não será feriado, caso seja aprovado. Também não se trata de uma data de celebração, mas de conscientização contra o preconceito a homossexuais.
O bicho não vai pegar
O vereador Roberto Duarte (MDB) me revelou que dificilmente os pastores estarão na sessão da Câmara Municipal de Rio Branco para participarem da votação do veto ao projeto do Estatuto da Família da prefeita Socorro Nery (PSB). Sem antagônicos na Casa a votação deve ser tranquila. A gritaria ficará para depois. A votação será nesta quinta, 26.
Deve cair
Mas tudo indica, segundo as minhas fontes, que o veto da prefeita dever á ser derrubado pelos vereadores da Capital. Esse projeto está tomando proporções maiores do que deveria, uma espécie de “Guerra Santa” entre pastores e a comunidade LGBT. Não sei que benefícios esse Estatuto traz para os meros mortais que vivem em Rio Branco. Com tantos problemas mais importantes a serem debatidos…
Ao contrário
A nota publicada no jornal O Estado de São Paulo afirmando que o senador Jorge Viana (PT) está preocupado com a sua reeleição não tem lógica. Por enquanto, todas as pesquisas que foram publicadas mostram Jorge como favorito. Claro que uma eleição só se decide com as urnas abertas, mas não há indício de “luz vermelha” para o senador.
Acreana de sucesso
A professora universitária acreana Simone Abrahão Scafuto lançou o seu livro Narrativas da Mídia Contemporânea e Seus Efeitos Sociais, em Brasília. Simone é uma linguista reconhecida pela comunidade acadêmica da Capital Federal. Professora de duas importantes universidades brasilienses, UniCEUB e UNB. Em breve deverá lançar a obra em Rio Branco em noite de autógrafos e palestra.
Debate de sangue
Na minha opinião, o principal problema atual do Acre é a criminalidade e a violência. A paz dos acreanos está em risco e a mortandade de jovens assassinados é assustadora. É um problema que deveria ser tratado com urgência e a união de todos os parlamentares, seja da FPA ou da oposição. A violência deverá ser o principal tema a ser debatido durante a campanha eleitoral ao Governo. E três especialistas no assunto serão candidatos majoritários. Emylson Farias (PDT), ex-secretário de segurança, vice de Marcus, o deputado federal Major Rocha (PSDB), vice de Gladson Cameli (PP) e o Coronel Ulysses (PSL) candidato a governador. Eles vivem profissionalmente da segurança. Se daí não saírem sugestões que devolvam a paz aos acreanos então só rezando.